Diálogos RJ
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Por — Rio de Janeiro

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GERADO EM: 24/09/2024 - 14:16

Debate no RJ: Soluções para Extremos Climáticos

Especialistas debatem soluções para lidar com extremos climáticos e prevenir tragédias no RJ. Evento do GLOBO destaca a urgência de ações inovadoras e construção de cidades resilientes. Enfoque em redução de emissões, preparação da comunidade e soluções baseadas na natureza para enfrentar impactos das mudanças climáticas.

Chuvas em volumes sem precedentes e ondas de calor. Só neste mês, as altas temperaturas de um outono atípico funcionaram como um bloqueio que impediu a dispersão das chuvas no Rio Grande do Sul. A tragédia expôs a urgência por soluções inovadoras. Na segunda edição do ano do Diálogos RJ, realizado pelo jornal O GLOBO, autoridades e especialistas debatem os desafios e as respostas para amenizar os impactos dos extremos climáticos na população, na economia e no meio ambiente. O evento tem inscrições gratuitas no site do GLOBO e acontecerá na próxima segunda-feira, dia 27, no auditório da Editora Globo, na Rua Marquês de Pombal, 25, no Centro.

O estado do Rio tem 65 municípios na lista prioritária do governo federal para a gestão de riscos e desastres. Em janeiro, a chuva que atingiu a Baixada Fluminense deixou ao menos 12 pessoas mortas. Em Duque de Caxias, em apenas 24 horas, choveu 200 milímetros, a maior concentração da história da cidade.

Diante dessa realidade, o primeiro painel lança a pergunta: “É possível se preparar para eventos climáticos extremos?”. O primeiro passo, segundo Gustavo Mello, economista com MBA em Gerenciamento de Riscos pela Coppe-UFRJ, é reduzir as emissões de gases do efeito estufa.

— A segunda coisa é reflorestar e proteger os ecossistemas costeiros alagáveis. Tanto para sequestro de carbono quanto para frear o impacto de chuvas. Além das soluções de engenharia, como drenagem e contenção de encostas. Acho que em 30 anos a gente pode estar em patamar melhor. As novas gerações estão mais comprometidas – acredita Gustavo, que participar á da primeira mesa do evento com mediação de Ana Lucia Azevedo, repórter especial do GLOBO.

A distribuição das responsabilidades e a preparação da comunidade são fundamentais para uma resposta eficaz, segundo Kellen Salles, diretora da Escola de Defesa Civil do Rio. A instituição oferece treinamento para lidar com desastres para as forças armadas, agentes estaduais, municipais e para a sociedade civil.

— Existem preparações diversas, como o planejamento e a operacionalização de um abrigo, de campanhas de donativos e de rotas de fuga em enchentes. Antes de o desastre acontecer, a população precisa receber orientação. No Rio Grande do Sul, as pessoas recebiam o alarme, mas não sabiam o que fazer – afirma Kellen.

Também participam do primeiro painel Carlos Machado, coordenador do Centro de Estudos e Pesquisas em Emergências e Desastres em Saúde Pública da Fiocruz, José Antônio Marengo Orsini, climatologista e coordenador geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), e Marcio Romano, coronel bombeiro militar e subsecretário de Defesa Civil do Rio.

Nos últimos 30 anos, o território das cidades passou por transformações, principalmente no Rio Grande do Sul, com as plantações de soja, diz Marcelo Motta, geógrafo do Departamento de Arquitetura e Urbanismo e diretor de Meio Ambiente da PUC-Rio. A consequência foi o crescimento e a ocupação desordenados.

— As bacias de drenagem foram alteradas, o espaço geográfico foi modificado. As chuvas, mesmo que normais, passam a ser torrenciais. Temos um modelo de ocupação equivocado e fora das dinâmicas naturais do ambiente tropical – pontua o geógrafo, que irá participar da segunda mesa, que debate a “Construção de cidades resilientes às mudanças climáticas”.

No segundo painel também estarão presentes Douglas Ruas, secretário estadual das Cidades, e Matheus Martins, professor e especialista de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da Escola Politécnica da UFRJ.

No estado do Rio, a urbanização é o principal fator responsável por tornar as áreas impermeáveis, fazendo com que a chuva precise ser retardada de outras maneiras. Cada município tem uma necessidade específica para lidar com os eventos extremos, explica Larissa Ferreira da Costa, assessora especial de Cidades Resilientes da Secretaria estadual do Ambiente e Sustentabilidade, que também participará do debate sobre cidades resilientes:

— Nossa função é ajudar os municípios a conhecer os riscos e apoiar soluções baseadas na natureza, como o replantio, telhados verdes e a engenharia cinza, como intervenções hidráulicas ou um sistema de comportas para a vazão das chuvas.

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