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Por O Globo e agências internacionais — Pequim

RESUMO

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GERADO EM: 18/12/2024 - 15:05

Serviços de "companheiros de escalada" lucrativos na China levantam preocupações

Jovens chineses oferecem serviços de "companheiros de escalada" lucrativos, focados em distrair e incentivar clientes durante caminhadas nas montanhas. A demanda, principalmente de mulheres jovens, impulsiona o negócio, levando alguns a ganhar mais que a média salarial. Preocupações surgem devido à falta de regulamentação e possíveis riscos de segurança.

Na China, uma nova tendência tem motivado viajantes e até mesmo a população local a realizar caminhadas nas montanhas. O aumento dos serviços de “companheiros de escalada” tem feito jovens atléticos, muitas vezes universitários ou até veteranos militares a anunciarem seus serviços em plataformas online, onde destacam suas alturas, nível de preparo físico e o preço que cobram, geralmente entre 200 e 600 yuans (R$ 169 e R$ 507) por viagem.

Embora não seja uma profissão formal, a atividade ganhou atenção significativa devido à crescente demanda no país, publicou o Global Times. Conhecidos em chinês como “pei pa” (que significa “acompanhar para escalar”), esses jovens chineses se juntam a desconhecidos e, durante a escalada, fazem de tudo para distrair seus clientes do cansaço, com incentivos para que eles continuem: eles cantam, contam piadas, tocam música, oferecem palavras de encorajamento e até carregam mochilas, seguram as mãos e os puxam quando necessário.

A tendência ganhou tamanha força que, neste ano, hashtags relacionadas ao tema acumularam mais de 100 milhões de visualizações nas redes sociais chinesas. À rede americana CNN, Wendy Chen disse que decidiu se desafiar escalando o Monte Tai, uma famosa montanha no leste chinês. Sem encontrar um amigo para acompanhá-la na caminhada de cinco horas, a jovem de 25 anos contratou um “companheiro de escalada” com vasta experiência para apoiá-la na subida dos 1,5 mil metros.

A aventura de Chen e seu companheiro começou por volta das 20h no horário local para que ela chegasse ao topo a tempo de ver o famoso nascer do sol. Após avaliar seu nível de preparo físico, o companheiro planejou uma rota moderada e carregou sua mochila durante todo o trajeto. Quando o sol nasceu, ele já estava preparado com acessórios para que ela pudesse fotografar o momento. No total, ela pagou 350 yuans (R$ 297). Apesar de ser um preço típico, a jovem reconhece que companheiros mais atraentes podem cobrar mais caro.

A maioria dos companheiros são homens recém-formados ou universitários que são entusiastas de esportes ao ar livre e têm amplo conhecimento das montanhas locais, publicou o Global Times. Muitos deles têm algum nível de treinamento esportivo profissional, o que os permite oferecer orientação especializada. A familiaridade com o terreno e as condições climáticas da região permite que eles personalizem as rotas com base nas habilidades físicas dos clientes — que, por sua vez, são principalmente mulheres jovens e solteiras.

Novas oportunidades

Chris Zhang, um universitário de 20 anos, aproveitou a oportunidade no verão chinês deste ano. Enquanto alguns de seus colegas fizeram estágios tradicionais, ele começou a oferecer seus serviços como companheiro de escalada. Com feriados nacionais aumentando a demanda, ele já ganhou mais de 20 mil yuans (R$ 17 mil) nos últimos três meses. No mesmo período, disse à CNN, seus conhecidos ganharam apenas 2 mil yuans (R$ 1,7 mil) por mês em estágios de atendimento ao cliente.

Outros companheiros de escalada, como Chen Wudi, levaram a atividade como uma profissão. Após abandonar um trabalho estressante em vendas em abril, o jovem de 27 anos abraçou sua paixão por trilhas e passou a trabalhar com esta atividade em tempo integral. Atualmente ele recebe cerca de 40 reservas por mês e ganha cerca de 20 mil yuans mensais — mais que o dobro da média salarial mensal da China, de acordo com dados recentes do governo. Os negócios estão tão bons que ele se mudou para a cidade de Tai’an, aos pés do Monte Tai.

— Basicamente, eu escalo montanhas todos os dias. Às vezes duas ou até três vezes por dia — disse, admitindo que, apesar da renda atraente, o trabalho pode não ser sustentável a longo prazo. — Dói muito nos meus joelhos, então talvez eu consiga continuar por alguns meses ou meio ano.

A popularidade do serviço também gerou preocupações, já que o mercado não é regularizado. Críticos alertam sobre potenciais riscos à segurança, especialmente para mulheres jovens solteiras ou pessoas com crianças pequenas. Alguns temem que os guias possam levar escaladores amadores a situações potencialmente perigosas nas montanhas, ou que possíveis crimes possam ser cometidos.

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