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O ritmo da opinião pública

Informações da coluna

Pablo Ortellado

Professor de Gestão de Políticas Públicas na USP

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Por — Rio de Janeiro

RESUMO

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GERADO EM: 17/12/2024 - 14:55

Cresce reprovação ao governo de Lula em pesquisa do Datafolha

Pesquisa do Datafolha revela que homens, brancos, evangélicos e mais ricos são os que mais reprovam o governo de Lula. A avaliação negativa cresceu, mostrando sinais de piora, com empate técnico entre aprovação e reprovação. A reprovação masculina e de brancos aumentou, enquanto a aprovação entre evangélicos e os de maior renda diminuiu. A distância entre avaliações positivas e negativas diminuiu, com reprovação avançando em alguns grupos.

Pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira aponta que a avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se sobressai negativamente entre os homens, entre a população autodeclarada branca, entre os de maior remuneração financeira e ainda entre aqueles que se declaram evangélicos.

Nos dois primeiros segmentos, os percentuais dos que reprovam Lula subiram no limite da margem de erro, na comparação com a pesquisa anterior, o que sugere uma tendência de piora na avaliação ao longo deste ano.

De acordo com o levantamento deste mês, 35% dos entrevistados consideram o governo ótimo ou bom, enquanto 34% avaliam a gestão como ruim ou péssima. Como a margem de erro geral da pesquisa é de dois pontos percentuais, isso significa que há empate técnico entre os que aprovam e os que reprovam o governo.

Na análise por grupos, o maior percentual de reprovação a Lula, segundo o Datafolha, é entre os que têm renda familiar mensal superior a cinco salários mínimos (cerca de R$ 7 mil). Nesse estrato, 49% consideram o governo ruim ou péssimo, enquanto 27% o avaliam como ótimo ou bom.

Avaliação do governo por renda familiar mensal

2 salários mínimos Mais de 2 a 5 salários mínimos Acima de 5 salários mínimos
Ótimo/bom 44 26 27
Regular 30 31 24
Ruim/péssimo 24 42 49

Outro grupo em que a avaliação negativa de Lula se destaca é o dos evangélicos: 43% consideraram a gestão ruim ou péssima, uma oscilação de dois pontos para cima em relação ao levantamento anterior. Já o índice dos evangélicos que aprovam o governo é de 26%, quatro pontos a menos do que o Datafolha havia medido em outubro. Neste segmento, a margem de erro informada pela pesquisa é de cinco pontos.

Maiores variações

No recorte por gênero, a reprovação masculina a Lula aparece em trajetória crescente. Na pesquisa deste mês, 40% dos homens entrevistados pelo Datafolha consideraram a gestão ruim ou péssima, três pontos a mais do que o índice de outubro -- que já havia sido, por sua vez, três pontos superior à taxa de reprovação de agosto (34%).

Avaliação do governo Lula por gênero

Homens Mulheres
Ótimo/bom 33 38
Regular 26 31
Ruim/péssimo 40 29

A margem de erro entre os homens é de três pontos, o que significa que o percentual de desaprovação a Lula oscilou para cima no limite desta margem nas últimas duas pesquisas. Já a aprovação a Lula entre os homens é de 33%.

Outra variação relevante de reprovação ocorreu entre a população que se declara branca. Na pesquisa de dezembro, 44% dos brancos avaliaram o governo como ruim ou péssimo, ante 40% que reprovavam a gestão em outubro. A margem de erro neste estrato é de quatro pontos.

A aprovação de Lula entre os eleitores brancos, de acordo com o Datafolha, é de 29%.

Curvas se aproximam

No quadro geral, na comparação com a pesquisa de outubro, a aprovação ao governo Lula oscilou um ponto para baixo neste mês, enquanto a reprovação variou dois pontos para cima. Apesar de as variações estarem dentro da margem de erro, a avaliação de Lula em dezembro registrou a menor distância entre ótimo/bom e ruim/péssimo desde o início do governo, de apenas um ponto.

Em outubro, a distância entre avaliações positivas e negativas era de quatro pontos, segundo o Datafolha. Já em dezembro de 2023, há um ano, a distância era de oito pontos.

Além de a reprovação a Lula ter dado sinais de avanço em alguns segmentos neste mês, a aprovação ficou estável em outros estratos, como entre as mulheres e os católicos, e chegou a recuar na população de menor renda.

O Datafolha entrevistou 2.002 pessoas, de forma presencial, em 113 municípios de todas as regiões do Brasil, entre os dias 12 e 13 de dezembro. A pesquisa foi contratada pelo jornal Folha de S. Paulo.

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