Kawasaki Z650 - Já aceleramos a substituta da ER-6n que chega em breve ao Brasil
Equilibrada, nova naked é boa para iniciantes e agrada os mais experientes
Estava escuro e chuvoso naquela tarde fatídica. A chuva ameaçava soltar a sua fúria sobre nós, então corremos para a proteção da famosa Lookout Road House. A habilidade de direção das pessoas diminui consideravelmente quando a chuva cai nas estradas, a não ser a do caminhoneiro que nos ameaçou com seu para-choque e faróis quando reduzimos a velocidade para entrar no lugar do almoço.
Apresentações para a imprensa não significam nada para a Mãe Natureza e, apesar do clima inerente do sul da Califórnia, ela resolveu abafar nossos espíritos. Mas isso não foi suficiente para acabar com nosso primeiro contato com a Kawasaki Z650 2017, e digo o que achei: eu gostei. É boa. Compre!
Você achou que foi fácil assim? O fato é que a Z650 é uma boa moto. Ao longo do trajeto do teste, andar com ela tornou óbvio toda a experiência Kawasaki está nesta nova naked, que chega no lugar da querida ER-6n. No Brasil, a expectativa é que ela seja uma das atrações da marca no Salão Duas Rodas, em novembro.
O primeiro olhar na Z650 mostra a sua estrutura diminuta, com quadro exposto, guidão estilo "asa-de-gaivota", linhas musculares no tanque, farol angular e pouca carenagem. A Kawasaki chama o estilo de "refinado e cru". Na versão com cor branca-pérola, a estrutura é verde e aparenta esportividade. A preta metálica tem estrutura cinza, muito mais sutil - mas ambas bonitas. Tudo isso colabora para fazer da Z650 um modelo malvado, mais intrigante que intimidante, e que parece ser divertida de montar.
Fico feliz em dizer que é, sim, divertida. A "Supernaked" Zee é movida pelo campeão motor bicilíndrico paralelo de 649cc, que deu para Bryan Smith e à Kawasaki o primeiro título na AMA GNC1 em 2016, então alma de campeã ela tem. Amplamente revisada, a máquina oferece força em baixas e médias rotações, o que a faz ideal para andar em serras, agradando tanto pilotos novatos quanto os mais experientes. Andando pela cidade em baixas velocidades, revelou uma embreagem leve e engates precisos do câmbio de 6 marchas. A Z é equipada com embreagem deslizante, o que evita o travamento da roda traseira em reduções bruscas. Então as reduções serão sempre suaves, não importa quem esteja no controle.
Acelere e o escapamento original emite um belo som comparado com o quase silêncio em marcha-lenta. Ele acelera forte desde o começo, mas seu melhor aparece quando o conta-giros digital atinge as 5.000 rpm. Se você manter entre os 4 mil e 5 mil rpm, terá boa aceleração quando precisar. Colabora também o peso de 186 kg (cerca de 190 com fluídos e combustível), o que é bem pouco. Mas há um problema com este bicilíndrico. Quando andando a 130 km/h, você sentirá vibrações no guidão. É quase uma característica.
Com a estrada molhada na maior parte do tempo, todos estavam tentando travar os freios para ver até onde o sistema ABS da Bosch é bom. Na traseira, ele devolve com rápidos pulsos, mas trabalha bem. Para testar o dianteiro, apenas puxei progressivamente quando estava aproximando de cruzamentos até sentir o funcionamento. Como esperado, o sistema é muito bom. A dianteira não afunda quando o ABS atua, o que significa que o garfo dianteiro, não ajustável, segura a bronca nessas situações. Os freios são compostos por duplo disco de 300 mm e pinças de dois pistões na dianteira e disco simples de 200 mm na traseira, o que é mais que suficiente para parar esta moto.
Os pneus originais, Dunlop Sportmaz D214, trabalham bem na chuva e oferecem boa tração no frio, como nas curvas que curtimos mais cedo naquele dia. Mas vale dizer que eu estava reto quando fiz o ABS funcionar e usei o bom senso nas curvas. Eu não estava esperando que os pneus ou o ABS iriam magicamente me salvar. Lembre-se, o ABS reduz a chance de uma queda, mas você ainda precisa usar a cabeça.
Não fizemos as medições oficiais de consumo, mas dá para dizer que é uma moto que faz de 17 a 19 km/l de média. Se essa for a verdade, a Z650 pode ter autonomia perto dos 250 km com seu tanque de 15 litros. Não é muito se pensar que a Z será usada em viagens também. Haverá um pacote opcional com bolsas laterais e baú superior, assim como o protetor de radiador e carenagem. Há ganchos integrados na traseira para prender suas coisas se esquecer as bolsas. A suspensão traseira tem pré-carga ajustável, então podemos mudar a pressão se tiver garupa e malas na moto. A unica coisa que falta é um para-brisa, já que o original não faz muita coisa. Mas você não é o cliente de uma naked se olha este tipo de coisa.
O painel de instrumentos é novo, compacto e cheio de informações, incluindo a marcha engatada, dois hodômetros, nível de combustível, shift-light, relógio, velocímetro e conta-giros digital que você pode mudar o estilo do ponteiro se quiser. O acabamento imita fibra de carbono, bem bonito. Também vale o elogio ao farol, a peça central do estilo da Z650. É muito mais bonito que o da última geração da Z1000.
Se você passa muito tempo na moto, achará o banco bastante confortável. A parte da frente é cerca de 5 cm mais baixa que a traseira, então há um pequeno encosto para te manter no lugar. A altura do solo é de apenas 78,5 cm, boa para pessoas baixas. As pedaleiras estão em posição confortável para os menores também. Tenho 1,76 m de altura e consigo encostar meu pé no chão tranquilamente com os dois pés, e meus tornozelos nunca ficam esticados. Pilotos mais altos ficarão mais dobrados. Aqueles com cerca de 1,80 m ficam confortáveis, mas a posição de pilotagem esportiva foi feita para os mais altos.
Como disse no começo, eu gostei dessa moto. É boa para os iniciantes, viajantes ou para quem está procurando uma streetfighter. Por US$ 6.999 pelo modelo de entrada e US$ 7.399 com ABS (preços nos EUA), como a que andamos, ela irá brigar nas vendas da classe com a Yamaha MT-07 e Suzuki SV650. Não tenho dúvidas que será melhor que a antecessora ER-6n. É mais bonita e melhor de andar.
Você deve comprar uma? Olha, se eu quisesse uma modo nesta categoria, teria esta moto. Com certeza indicaria um novato a olhar uma, pois é fácil de andar e tem bom desempenho, do tipo que você pode usar por anos e não ficar entediado conforme pega prática. Além disso, pode levar para a pista e se divertir. Gosto da aparência, da ciclística, conforto e seu bom motor. O que mais você precisa?
Galeria: Kawasaki Z650 - Volta rápida
Fonte: RideApart.com
RECOMENDADO PARA VOCÊ
Kawasaki pode estar trabalhando em inédita Versys 1100
Audi Avant RS2: dirigimos a perua feita em parceria com a Porsche
Kawasaki confirma novas Z 500 e Ninja 500 para o Brasil em agosto
Novo Hyundai Palisade 2026 agrada e já acumula mais de 30.000 pedidos
Oficial: Kawasaki confirma preço da Eliminator 500 para o Brasil
CEO da Honda explica por que a fusão com a Nissan faz sentido
Honda PCX foi a moto que menos desvalorizou em 2023; veja a lista