Por Memória Globo

Rogério Lacanna/Memória Globo

Apaixonado por esporte, aos 16 anos, Tiago Rodrigues Leifert já estava trabalhando como repórter à beira de um campo de futebol. Ele fazia coberturas para o extinto Desafio ao Galo, programa que transmitia jogos das equipes de várzea de São Paulo e ia ao ar pela TV Gazeta. Aos 28, tornou-se apresentador e editor-chefe do 'Globo Esporte' de São Paulo, programa a que assistia desde criança e pelo qual nutria um carinho especial. Pouco depois, migrou para o entretenimento: tornou-se apresentador do 'The Voice Brasil', 'The Voice Kids Brasil', 'É De Casa' e, em 2017, sucedeu Pedro Bial no comando do 'Big Brother Brasil'. Espontâneo, ágil e persistente, Tiago Leifert se define como um “desapresentador”. Uma figura controversa, que destoa dos jornalistas tradicionais a que cresceu assistindo na televisão. Saiu da Globo em 2021.

Tiago Leifert na sala de controle do 'BBB 17', 2017 — Foto: Paulo Belote/Memória Globo

Acho que sou um ‘desapresentador’. Quando a gente fala apresentador, imagina uma pessoa que liga a câmera e tem uma postura. Eu não tenho isso: uso as mesmas roupas, digo ali o que me dá na telha. Eu não tive o treinamento formal: fui lá e fiz. Saí falando.

Tiago Leifert no quadro Entregação, do 'Domingão do Faustão', 2012 — Foto: Acervo Globo

Início da carreira

Tiago Leifert é filho dos advogados Maria Helena Lopes Rodrigues Leifert e Gilberto Carlos Leifert, que foi diretor da Central Globo de Relações com o Mercado de 1988 a 2018. O jornalista tem duas graduações, ambas concluídas na Universidade de Miami. Formou-se em psicologia e em comunicação com habilitação em telejornalismo. Ainda nos Estados Unidos, foi estagiário da rede NBC. Quando voltou ao Brasil, Tiago Leifert passou dois anos na Rede Vanguarda, no interior de São Paulo, trabalhando no núcleo de programas especiais da central de jornalismo.

Esporte e televisão

Em 2006, o jornalista foi para o SporTV, onde ficou por dois anos e meio fazendo reportagens. Entre elas, uma sobre a corrida de aviões Air Race e outra registrando a aposentadoria do tenista Andre Agassi durante o US Open. Em agosto de 2008, Tiago Leifert foi contratado como repórter de esportes da Globo e, apenas quatro meses depois, já era editor-chefe e apresentador do 'Globo Esporte São Paulo'.

Leifert foi responsável por grandes mudanças no formato do programa, que assumiu uma linguagem mais informal, sem uso de teleprompter e passou a ter mais espaço para movimentação, sem chromakey. Ou seja, o apresentador e os comentaristas passaram a abusar do improviso ao vivo, tendo como base muita informação. “Esporte tem que ser bonito e saboroso. A informação tem que estar lá, mas como a gente está usando? Eu achava que faltava espetáculo, que as matérias tinham que ter começo, meio e fim, tinham que ter alguma coisa de emocionante ou de engraçado, ou de curioso”, reflete. Para encarar o desafio, o jornalista trabalhava de segunda a sábado e acompanhava todos os jogos importantes da semana, fazendo uma edição mental do programa do dia seguinte.

Em pouco tempo, o modelo mais ágil adotado pelo 'Globo Esporte São Paulo' foi incorporado pelas outras edições do programa, influenciando até o 'Esporte Espetacular'. Para Leifert, o jornalista esportivo tem que saber contar uma boa história: “O esporte não é economia, não é política, o esporte é especial. O jornalista esportivo tem, acima de tudo, que cuidar e ter carinho pelo esporte; tem que saber que a reportagem dele pode fazer alguém chorar ou dar risada. É para isso que ela serve. Se você tira a emoção, você tira tudo".

EXCLUSIVO MEMÓRIA GLOBO

Webdoc sobre a cobertura da Olimpíada de Pequim (2008) com entrevistas exclusivas do Memória Globo.

Webdoc sobre a cobertura da Olimpíada de Pequim (2008) com entrevistas exclusivas do Memória Globo.

'Central da Copa'

No planejamento da cobertura da Copa do Mundo de 2010, Tiago Leifert elaborou o projeto do programa 'Central da Copa', que tinha o objetivo de agregar informações à programação esportiva da Globo, principalmente pela internet, por meio do acesso ao vivo a conteúdo online, como o de blogs, redes sociais, tabelas, mapas, resultados, estatísticas e vídeos.

Durante a Copa do Mundo da África do Sul, o 'Central da Copa' foi ao ar todos os dias em três edições, com cerca de 25 minutos cada. Nos dias de jogos do Brasil, a edição noturna do programa tinha uma hora de duração, com análise mais detalhada dos melhores momentos da partida, reportagens especiais sobre os jogos e a participação dos telespectadores pela internet.

Aos domingos, o 'Central da Copa' ganhava uma edição especial, que ia ao ar antes do 'Domingão do Faustão', com um resumo semanal do evento e a participação do comentarista Caio Ribeiro e de uma plateia formada por torcedores – brasileiros e estrangeiros – e convidados especiais. “Eu queria um telão em que eu pudesse desenhar em cima da imagem. Como o programa ia ser conversado, eu precisava que todos os recursos de tabela, classificação, próximos jogos, escalação, estivessem nesse telão. E dali surgiu esse conceito de Central, de ter tudo ao toque do dedo; e ali, com plateia, à noite, para as pessoas poderem participar. Então, às vezes, o cara fazia uma brincadeirinha que não cabia na matéria, mandava para a gente. Começou a dar certo”, lembra.

Tiago Leifert conta que a rotina de trabalho na época era intensa: ele assistia a todos os jogos para selecionar os lances que seriam explorados nas edições do programa. Para preparar o programa da noite, chegava às 21h para conversar com a plateia e mostrar o que seria exibido e discutido mais tarde. Por volta das 23h30, todos entravam ao vivo e se divertiam debatendo o dia da Copa.

Depois da Copa da África do Sul, o 'Central da Copa' passou a ser exibido sempre nos dias de jogos da Seleção Brasileira e, eventualmente, em edições especiais. Em um estúdio no Rio de Janeiro, Tiago Leifert contava com quatro câmeras HD e duas telas interativas sensíveis ao toque para chamar links e reportagens e interagir com o comentarista Caio Ribeiro e a plateia formada por torcedores e convidados.

Entretenimento

Em setembro de 2012, Tiago Leifert deixou o Esporte e foi contratado pelo Entretenimento da Globo. Assumiu a apresentação do 'The Voice Brasil', programa de calouros, com toques de reality show, que busca uma nova “voz” para a música brasileira. Ele apresentaria o programa até 2021. O resultado foi tão bom que, dali em diante, novos projetos como apresentador apareceriam.

Tiago Leifert no palco do 'The Voice Brasil' — Foto: Alex Carvalho/Memória Globo

No dia 08 de agosto de 2015, ele passou a apresentar o 'É de Casa', ao lado de Ana Furtado, André Marques, Cissa Guimarães, Patrícia Poeta e Zeca Camargo. No ano seguinte, comandou, aos domingos, a primeira temporada de 'The Voice Kids Brasil', reality show voltado para talentos musicais com idade entre nove e quinze anos.

Outro grande desafio da trajetória do jornalista viria em seguida: em janeiro de 2017, assumiu a responsabilidade de suceder Pedro Bial no comando do 'Big Brother Brasil'. Em junho de 2021, Leifert passou a apresentar o 'Super Dança dos Famosos', assumindo as tardes de domingo, no antigo horário do 'Domingão do Faustão', até a estreia do novo programa de Luciano Huck. Em setembro do mesmo ano, anunciou seu desligamento da Globo, sendo substituído por Tadeu Schmidt no 'Big Brother Brasil' e por André Marques no 'The Voice Brasil'.

Em 2022, Tiago Leifert retorna à Globo como narrador da Copa do Mundo do Catar, no Globoplay, junto a uma equipe de comentaristas.

Tiago Leifert no 'Big Brother Brasil 17', 2017 — Foto: João Miguel Júnior/Memória Globo

Fonte

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