Por Memória Globo

Acervo/Globo

Nascida em 7 de junho de 1959, no Rio de Janeiro, Thelma Lúcia Guedes Camelo é filha da professora primária Maria Lucy Guedes Camelo e do operário Arlindo Veras Camelo. Desde os 14 anos, Thelma Guedes sabia qual caminho profissional iria seguir. Após ler o conto A Legião Estrangeira, de Clarice Lispector, a futura ganhadora do prêmio Emmy, uma espécie de Oscar da televisão mundial, decidiu trabalhar a emoção das pessoas. A carioca descobriria mais tarde a forma como faria isso. A princípio, sonhava em ser atriz como Regina Duarte. Depois, resolveu seguir os passos de Clarice e optou pela carreira de escritora.

Entrevista exclusiva da autora Thelma Guedes ao Memória Globo em 06/05/2019, sobre sua origem.

Entrevista exclusiva da autora Thelma Guedes ao Memória Globo em 06/05/2019, sobre sua origem.

É o que eu sei fazer melhor na vida. Não dirijo bem. Parei de dirigir porque eu bato em carro parado. Sou péssima em muitas coisas, mas é bom todo dia você sentar diante de um computador e saber o que fazer.

Início na Globo

Formada em Letras pela USP (Universidade de São Paulo) e com mestrado em Literatura Brasileira, Thelma lançou o primeiro livro de contos, Cidadela Ardente, em 1997, e, ao mesmo tempo, fez a Oficina de Autores da Globo. Em 1999, começou a trabalhar na Globo como roteirista colaboradora no programa Angel Mix (1999), na novela Vila Madalena (1999), de Walther Negrão, e na A Turma do Didi (2002). “Renato (Aragão) é o nosso Chaplin, o nosso Carlito, o nosso personagem engraçado. Mas, ao mesmo tempo, desperta uma comoção”, comenta.

Entrevista exclusiva da autora Thelma Guedes ao Memória Globo em 06/05/2019, sobre sua paixão por contar histórias.

Entrevista exclusiva da autora Thelma Guedes ao Memória Globo em 06/05/2019, sobre sua paixão por contar histórias.

Harmonia

Em 2002, aconteceu o primeiro encontro profissional entre Thelma e Walcyr Carrasco. Uma parceria duradoura. O Sítio do Picapau Amarelo estreava uma nova fase com histórias inéditas do autor que conheceu Thelma em um evento literário e a convidou para ser colaboradora no programa. “O Walcyr trabalha a noite inteira. Vive de noite e dorme de dia. Eu sou o contrário. Isso funcionava, porque na hora que eu acordava tinha trabalho na caixa de entrada do meu e-mail”, relembra. A sintonia entre os dois foi grande e na hora de substituir Benedito Ruy Barbosa em Esperança (2002), Walcyr recorreu a Thelma. A dupla assumiu a autoria da novela a partir do capítulo 149. A trama ganhou novos personagens e desdobramentos. “O que eu aprendi é que um autor tem que ter coragem. Você não pode se amedrontar ao fazer uma adaptação”, afirma.

O papel do colaborador tem que ser como uma rede de segurança, porque a cabeça do autor tem que estar livre para criar. É uma responsabilidade enorme. São páginas e páginas de digitação. É uma coisa louca e isso para a criatividade é muito difícil.

Em seguida, eles repetiram a parceria em Chocolate com Pimenta (2003). Walcyr Carrasco queria fazer uma história com personagens semelhantes aos do dramaturgo francês Molière. “A gente leu a obra toda do Molière. Se você observar, os diálogos tem o gostinho dele”, revela. Thelma Guedes também foi colaboradora do paulista em Alma Gêmea (2005).

Durante uma viagem após a novela, Thelma recebeu uma ligação de Walcyr. Desta vez, o convite era para ela e Duca Rachid, também colaboradora dele, adaptarem a história de O Profeta (2006), de Ivani Ribeiro. “Eu devo muito da minha carreira ao Walcyr Carrasco. Ele tem uma percepção aguçada. Trabalhou separado com as duas e percebeu que a gente tinha a ver. Nós duas sentamos para escrever e foi uma coisa estranha porque fluiu de uma maneira tão incrível que parecia que nos conhecíamos há mil anos. Fizemos um conto de fadas clássico. O bruxo que levou a princesa para o sótão, prendeu-a, e o mocinho, o príncipe encantado tinha que ir lá resgatá-la”

Com o fim de O Profeta, que teve supervisão de Walcyr Carrasco, a dupla apresentou três pré-projetos para a Globo. Um deles foi Cama de Gato (2009). A trama foi aprovada e supervisionada por João Emanuel Carneiro. “Toda novela nossa tem uma premissa moral ou filosófica forte. A gente está sempre querendo passar a mesma mensagem, que é da compaixão”

Em seguida, elas fizeram Cordel Encantado (2011). Inspirada na literatura popular de cordel, a trama mesclou lendas heroicas do sertão com histórias da realeza europeia e foi um grande sucesso.

Novelas premiadas

Antes mesmo de Cordel Encantado terminar, Thelma sonhou com a história de Joia Rara (2013): “Sonhei que um lama morria no Tibet e renascia em uma criança brasileira”. Após contar a ideia para Duca, as duas começaram a escrever a trama que venceu o Emmy Internacional, em 2014, de melhor novela. Joia Rara abordou a reencarnação e mostrou duas pessoas de mundos diferentes que se apaixonavam e tinham uma filha com dons especiais.

Entrevista exclusiva da autora Thelma Guedes ao Memória Globo em 06/05/2019, sobre a importância da telenovela para a sociedade.

Entrevista exclusiva da autora Thelma Guedes ao Memória Globo em 06/05/2019, sobre a importância da telenovela para a sociedade.

A novela Órfãos da Terra, novamente uma parceria de Duca Rachid e Thelma Guedes, foi exibida em 2019 e recebeu vários prêmios no ano seguinte: o Emmy Internacional na categoria Melhor Novela; o Grand Prize na 15ª edição do Seoul Drama Awards, a premiação de entretenimento mais importante da Ásia; e o Rose D’Or Awards na categoria Serial Drama. Além de já ter sido licenciada para mais de 50 países.

Livros

Thelma Guedes é autora de O ensaio Pagu: Literatura e revolução (2003); o livro de poemas Atrás do osso (2007); e o livro de contos O outro escritor (2010). Ela participou também de diversas coletâneas de contos, entre elas: Novelas, Espelhos e um Pouco de Choro (1999); Dez Amores (2003); Histórias do Olhar (2003); Álbum de Fotos (2005).

Fonte

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