Por Memória Globo

Val Santana/Memória Globo.

Mônica Silveira é cria da Globo Nordeste: a jornalista começou na emissora em Recife aos 22 anos de idade, com currículo debaixo do braço, e de lá não saiu mais. Na Globo, já fez um pouco de tudo: de repórter premiada, a apresentadora do NETV, passando por âncora das transmissões do carnaval pernambucano. Nos anos 1990, tornou-se repórter do 'Jornal Nacional', para o qual produziu séries marcantes e reportagens em coberturas de relevância nacional, como a queda do avião da Air France, em 2009; a morte do candidato à Presidência da República, Eduardo Campos, em 2014.

É a minha história. Há mais da metade da minha vida que estou aqui. Meus filhos nasceram quando eu já estava aqui, casei, descasei, ensinei na faculdade. Vou ser para sempre Mônica Silveira, da TV Globo.

Mônica Silveira em entrevista ao Memória Globo, 2011. — Foto: Val Santana/Memória Globo.

Nascida no Recife em 11 de junho de 1963, Mônica Andrade da Silveira começou a estudar jornalismo na Universidade Católica de Pernambuco. Formou-se na Faculdade Hélio Alonso, no Rio de Janeiro, onde viveu durante um pequeno período. Começou sua carreira no 'Globo Cidade', em 1985. “No Recife não tinha muita formação de repórter de rede. Os últimos haviam sido Magda Wacemberg e Francisco José. Depois vinham pessoas de fora, como Fábio Pannunzio, José Raimundo e Beatriz Castro. Existia o anseio de ter outro repórter da terra, porque Madga já estava saindo. E eu fui meio que escolhida por isso”, conta.

Começou a fazer matérias de comportamento para o 'Jornal Hoje' em 1989. Chamou a atenção de Amauri Soares e William Bonner, que a convidaram para trabalhar também no 'Jornal Nacional'. Sua primeira grande cobertura veio em 1996, a do assassinato de PC Farias, tesoureiro de campanha do ex-presidente Fernando Collor. “Calhou que era um domingo e eu estava fazendo o 'Globo Comunidade', enquanto Francisco José e Beatriz Castro estavam no interior. Essa cobertura foi muito importante, eu me senti entrando no mundo de gente grande. Fiquei segurando a barra no 'Fantástico' e no 'Bom Dia Brasil'. Depois disso, senti que as portas estavam mais abertas no 'Jornal Nacional'”, diz.

Entre 1999 e 2007, foi apresentadora do 'NETV – 1ª Edição'. Durante esse período, continuou produzindo matérias, como a série 'Amor Imperfeito', sobre violência doméstica, que lhe rendeu um prêmio da Central Globo de Jornalismo. “Nesse mesmo ano, foi promulgada a Lei Maria da Penha”, lembra. De volta definitivamente à reportagem, ganhou o Prêmio Tim Lopes em 2007 com a série 'Amor Bandido', sobre mulheres que se envolvem com traficantes.

A série Amor Imperfeito, exibida no 'NETV – 1ª Edição'; realizada por Mônica Silveira (repórter) e Luciano Peixinho (cinegrafista), ganhou o prêmio Tim Lopes de Jornalismo Investigativo, na categoria Direitos Humanos, 28/11/2007

A série Amor Imperfeito, exibida no 'NETV – 1ª Edição'; realizada por Mônica Silveira (repórter) e Luciano Peixinho (cinegrafista), ganhou o prêmio Tim Lopes de Jornalismo Investigativo, na categoria Direitos Humanos, 28/11/2007

Previdência social

Em 2008, Monica fez para o 'Jornal Hoje' uma série de três reportagens sobre a Previdência Social. As matérias informaram ao público detalhes sobre o mecanismo previdenciário, os direitos do cidadão e os problemas que existem com a previdência social no Brasil. Em 2009, cobriu a queda do avião da Air France no oceano Atlântico, próximo a Fernando de Noronha em 2009 e, no ano seguinte, as enchentes em Pernambuco.

Ganhou em 2011 o Prêmio Cristina Tavares de Jornalismo, oferecido pelo Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco, com a reportagem 'Pedra da Morte', cujo tema era a dependência do crack. “Tentamos mostrar não só o problema, mas também onde estavam as soluções, como as famílias precisam lidar com isso”, pondera.

Séries para o 'JN'

Em 2012, Mônica Silveira, junto com o repórter Augusto Cesar, fez a série 'A transposição do Rio São Francisco' para o 'Jornal Nacional'. Os jornalistas mostraram o atraso nas obras, o avanço do projeto em uma região da Paraíba e as máquinas paradas, quase abandonadas, em um trecho em Pernambuco; e as conquistas e as dificuldades na vida dos moradores que tiveram casas e terrenos desapropriados por causa das obras.

Reportagem de Mônica Silveira mostra como a transposição do Rio São Francisco afeta rotina de moradores. 'Jornal Nacional', 10/02/2012

Reportagem de Mônica Silveira mostra como a transposição do Rio São Francisco afeta rotina de moradores. 'Jornal Nacional', 10/02/2012

No mesmo ano, a repórter fez a série 'Concursos Públicos'. O trabalho de quatro reportagens mostrou histórias de quem passou nas provas e não foi chamado para ocupar uma das vagas, a dedicação e o sacrifício das pessoas e a recompensa de quem conseguiu conquistar uma vaga, os brasileiros que passaram nos concursos e não foram convocados ou nomeados, e a realidade de Brasília, a cidade que mais atrai os chamados concurseiros.

Na coluna “Tô de Folga”, a repórter Mônica Silveira mostra as belezas de Fernando de Noronha e dá dicas para quem quiser visitar o local. 'Jornal Hoje', 05/04/2013.

Na coluna “Tô de Folga”, a repórter Mônica Silveira mostra as belezas de Fernando de Noronha e dá dicas para quem quiser visitar o local. 'Jornal Hoje', 05/04/2013.

Morte de Eduardo Campos

A jornalista também fez os desdobramentos da morte do candidato do PSB à presidência da República, Eduardo Campos, para o 'Jornal Nacional'. O jato do presidenciável caiu em Santos, cidade no litoral de São Paulo, em agosto de 2014. Além dele, o assessor, Pedro Almeida Valadares Neto, o assessor de imprensa, Carlos Augusto Ramos Leal Filho (Percol), o fotógrafo, Alexandre Severo Gomes e Silva, o staff da campanha, Marcelo de Oliveira Lyra, e os pilotos, Marcos Martins e Geraldo da Cunha, morreram. Coube a Mônica, junto com outros repórteres, acompanhar o velório do ex-candidato e o cortejo que mobilizou milhares de pessoas pelas ruas do Recife.

Carnaval e Paixão de Cristo

Ao lado de Hugo Esteves, Mônica Silveira comanda a transmissão do carnaval pernambucano e o programa 'Casa do Carnaval'. “Eu não brinco há muito anos, mas era foliã de carteirinha, aquela de cada dia ter uma fantasia. Acho que, de alguma forma, isso me credenciou para estar nessa cobertura”. Há anos, também, Mônica Silveira participa da cobertura de outra tradição de Pernambuco: as encenações da Paixão de Cristo. Ela chegou a ir em 2010 à cidade alemã de Oberammergau, para conhecer a encenação alemã que inspirou a criação do teatro ao ar livre de Nova Jerusalém, no sertão pernambucano.

Terra do frevo tem noite de homenagem ao samba. Mônica Silveira acompanha a festa no Recife. 'Fantástico', 03/03/2019

Terra do frevo tem noite de homenagem ao samba. Mônica Silveira acompanha a festa no Recife. 'Fantástico', 03/03/2019

Mônica Silveira e colegas apresentam O Galo da Madrugada — Foto: Arquivo pessoal

FONTE:

Depoimento concedido ao Memória Globo por Mônica Silveira em 02/09/2011.
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