“A maior dificuldade é manter a perspectiva brasileira”, avalia Jorge Pontual sobre ser correspondente internacional e viver em suspenso, entre dois países. Repórter em Nova York desde 1998, Pontual se diz uma pessoa tímida, que nunca pensou em aparecer na televisão. Esse desprendimento que o possibilita oscilar com leveza entre o entrevistador sério que conversava com intelectuais no 'Milênio' e o comentarista descontraído do telejornal 'Em Pauta', ambos da GloboNews, foi uma conquista que veio com o tempo. Vindo da mídia impressa, Jorge Pontual começou na Globo em 1972. Foi editor de Internacional do 'Jornal Internacional' e do 'Jornal Amanhã'. Após breve experiência fora da emissora, o jornalista retornou em 1983, quando se tornou editor-chefe do 'Jornal da Globo' e, no ano seguinte, do 'Globo Repórter'. Em 1996, foi para Nova York assumir a chefia do escritório. Não voltou mais ao Brasil.
Início da carreira
Jorge Alexandre Faure Pontual é formado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). O domínio do inglês e do francês ajudou o filho de Jorge, piloto aposentado, e de Geneviève, dona de casa, no início da vida profissional. Começou a trabalhar com jornalismo na agência de notícias Reuters, uma das maiores do mundo, onde tornou-se redator e tradutor. Pouco tempo depois, foi redator da editoria Internacional do Jornal do Brasil.
Sua experiência na mídia impressa abriu portas para que fosse contratado pela Globo em 1972. "Eu consegui marcar uma entrevista com o Armando Nogueira. Eu já tinha uma experiência de internacional no JB. E a conversa foi muito boa com ele e a Alice-Maria. E eu fui, então, trabalhar no 'Jornal Nacional', como redator de notícia internacional. E logo foi criado um jornal que se chamava 'Jornal Internacional', com Heron Domingues; e eu era um dos redatores. Foi assim o começo."
Cabelo até o ombro, brinco em uma orelha e bata indiana: era hippie. Com bom humor, lembra os primeiros anos na emissora, quando ainda batia os textos na máquina de escrever, fazendo cópia com papel carbono.
Pontual seguiu, então, como redator do 'Jornal Internacional', telejornal noturno da Globo que, entre 1972 e 1975, realizava um apanhado das notícias mais importantes do mundo. Em 1972, acompanhado do apresentador Heron Domingues, o jornalista viajou aos Estados Unidos para cobrir as eleições presidenciais norte-americanas, vencidas pelo republicano Richard Nixon. Pontual tinha 24 anos e foi a primeira vez que ele viajou para cobrir um assunto internacional. "Os recursos vinham do governo dos Estados Unidos, que convidou jornalistas de vários países para trabalhar num estúdio em Washington. Foi a minha primeira entrada ao vivo no 'Jornal Nacional'. Eu era redator, não era repórter. E foi uma experiência única, de entrar ao vivo, na rua, da capital norte-americana."
EXCLUSIVO MEMÓRIA GLOBO
Webdoc sobre o Jornal Internacional com entrevistas exclusivas do Memória Globo.
O segundo mandato de Nixon foi marcado pelo escândalo Watergate, que o levou à renúncia em 9 de agosto de 1974. Na ocasião, o sinal de satélite foi aberto pela televisão americana antes do previsto, e os telespectadores da Globo viram a imagem do presidente rindo e brincando minutos antes do pronunciamento. Assim que começou a transmissão oficial, Nixon mudou completamente a fisionomia, passando a uma expressão séria e divulgando com pesar a notícia de sua renúncia. Jorge Pontual redigiu o texto sobre a saída de Nixon, lido pelo apresentador Heron Domingues na bancada da edição extraordinária do 'Jornal Internacional'. “O boa-noite do programa deixou todo mundo emocionado”, lembra. Heron Domingues morreu horas depois.
EXCLUSIVO MEMÓRIA GLOBO
Webdoc sobre a cobertura do caso Watergate e Renúncia de Nixon (1974) com entrevistas exclusivas do Memória Globo.
Em sua primeira passagem pela Globo, Jorge Pontual também integrou a equipe do 'Jornal Amanhã' – exibido entre 1975 e 1979, substituindo o 'Jornal Internacional'. Pontual deixou a emissora em 1975 para trabalhar como repórter e editor na Bloch Editores. Nesse período, escreveu também para os jornais O Globo e Jornal do Brasil. A partir de 1978, trabalhou cinco anos no JB, onde ocupou os cargos de copidesque, subeditor, editor de Internacional e chefe de redação.
Voltou a trabalhar na Globo no final de 1983, assumindo a função de editor-chefe do 'Jornal da Globo'. Em dezembro de 1984, passou a ocupar a chefia da equipe do 'Globo Repórter', cargo no qual permaneceria até dezembro de 1995. Do período, destaca dois programas: um sobre a eleição e outro sobre a morte de Tancredo Neves. “Foram interessantes, nós tentamos mudar inclusive a linguagem do programa: entrou a charge e outras coisas que normalmente não faríamos. Trabalhar com arte, com texto, acho que foi uma experiência boa”, recorda.
Em julho de 1995, pouco antes de Pontual deixar o 'Globo Repórter', o programa levou ao ar reportagem de Caco Barcellos sobre vítimas da repressão política, consideradas desaparecidas durante o regime militar. “Caco Barcellos fez um programa que eu acho que seja, talvez, o melhor ‘Globo Repórter’ da minha época: uma investigação muito longa sobre os desaparecidos políticos, os que foram mortos e enterrados numa vala comum num cemitério em Perus, bairro de São Paulo. A gente levou muito tempo fazendo esse programa porque era uma investigação complicada, difícil de comprovar e, principalmente, porque tinha que abrir a tal vala comum para encontrar os corpos. [...] Mas, finalmente, a escavação foi feita, e os corpos estavam lá."
Escritório de Nova York
No final de 1995, o então diretor de jornalismo Evandro Carlos de Andrade convidou Jorge Pontual para chefiar o escritório da Globo em Nova York, para onde o jornalista seguiu no ano seguinte. Antes de embarcar para os Estados Unidos, Pontual participou da equipe que produziu o especial 'Cem Anos Luz', exibido entre novembro e dezembro. Projeto do então diretor de reportagens do Jornalismo José Itamar de Freitas e do então diretor da Divisão de Cinema da Globo Paulo Perdigão, o especial tentava dialogar com o grande público e ser completo o suficiente para agradar também aos cinéfilos.
Em janeiro de 1996, Pontual seguiu para Nova York e ficou à frente do escritório da Globo por dois anos. Ele tinha 47 anos e nunca vivera no exterior. Com a família, começou uma nova vida. Desse período, ele relembra com saudade o trabalho com o jornalista Paulo Francis, que inspirava a todos no dia a dia na redação. Ao fim de dois anos, missão cumprida, Pontual recusou a oferta de voltar ao Brasil. Os filhos preferiram ficar nos Estados Unidos para estudar. Passou a ser repórter freelancer: primeiro na revista Época, depois na GloboNews, em 1998, contribuindo para o 'Sem Fronteiras' e o 'Milênio'. O começo à frente das câmeras foi desafiador, como conta Pontual:
Mas acabou se acostumando. Principalmente porque teve a oportunidade de realizar um tipo de jornalismo avaliativo, de profundidade, de que se orgulha muito. Entre as entrevistas, estão as com o jornalista Fareed Zakaria (1999), sobre os altos custos da Guerra dos Bálcãs; o físico inglês Freeman Dyson (1999), que falava das ideias mais visionárias para o futuro do mundo – "Sempre cito essa como a melhor entrevista que fiz", lembra Pontual; o crítico literário Harold Bloom (2000), que comenta a crítica do escritor português Fernando Pessoa à obra de Shakespeare e fala sobre sua própria obra; Mohammed Arkoun (2003), um dos maiores filósofos contemporâneos do islamismo; Marc Miringoff (2004), professor da Fordham University e sociólogo responsável pelo índice de desenvolvimento social dos Estados Unidos; a cantora lírica Jessye Norman (2010), em um café em Nova York; o grande músico David Byrne (2011), que falou exclusivamente sobre seu livro 'Diários de Bicicleta' (2009); e a entrevista com o físico Marcelo Gleiser (2019) – o físico e cosmólogo brasileiro conversou com o jornalista após se tornar o primeiro cientista da América do Sul a receber o Templeton Award, prêmio americano conhecido como o Nobel da Espiritualidade.
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Em janeiro de 2005, os repórteres Graziela Azevedo e Jorge Pontual mostraram no 'Globo Repórter' o avanço do uso de células-tronco no tratamento de doenças consideradas incuráveis. O programa, que ganhou o prêmio Alexandre Adler de Jornalismo em Saúde, trouxe histórias de pessoas que superaram doenças do sistema imunológico, paraplégicos que recuperaram os movimentos e crianças com leucemia que apresentaram melhoras.
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GloboNews - Milênio (1996)
Pontual participou da gestação da GloboNews, que estreou no dia 15 de outubro de 1996. "Evandro Carlos de Andrade e Alice-Maria, diretora-geral do canal na época, foram a Nova York e pediram que eu marcasse uma visita a uma estação de notícias 24 horas, a NY1, que estava começando." O jornalista ficou com a incumbência de fazer um programa semanal de entrevistas, uma antiga ideia do Paulo Francis, com uma condição: que alguém, mesmo que freelancer, fosse contratado para arrumar os entrevistados para ele. Francis trouxe o Edney Silvestre e logo surgiram entrevistas com os escritores Norman Mailer e John Updike, entre outras celebridades. Estava criado o 'Milênio'.
Como comentarista do 'Em Pauta', Jorge Pontual pôde apresentar seu lado mais descontraído. Dançou a famosa coreografia 'Gangnam Style', fantasiou-se de lenhador, Drácula, Homem Mosca, Darth Vader, Chewbacca. Usou terno cor de rosa e estampado, vestiu um parangolé de Hélio Oiticica. Também no programa se arriscou a apresentar poemas que traduz de outras línguas. Um hobby. O carinho do público é uma de suas maiores recompensas. Nas redes sociais, deixou de ler os comentários, “por ordem do médico”, comenta.
Jorge Pontual comenta a morte da atriz e escritora Carrie Fisher, a eterna princesa Leia de "Star Wars", e imita o Chewbacca. GloboNews Em Pauta, 27/12/2016
Jorge Pontual traduz poema de Rudyard Kipling. GloboNews Em Pauta, 2017.
11 de setembro
Além das entrevistas para a GloboNews, seu lado repórter aguça quando ocorre um grande acontecimento. Foi o caso dos atentados terroristas de 11 de setembro. Ao lado do repórter cinematográfico Hélio Alvarez, o jornalista acompanhou o medo que tomou conta da população nas ruas, momentos depois da tragédia. “Gravamos as cenas de pessoas que tinham descido e ainda estavam correndo, cobertas de pó, uma coisa dramática. Pessoas que estavam dentro do prédio e que tinham visto pessoas caindo. [...] Riam porque tinham se salvado! Aquele riso nervoso de quem só sabe que está vivo. Uma coisa muito impressionante. Foi difícil, até, a gente perceber a dimensão da coisa.”
No dia seguinte, seguiu cobrindo a busca de parentes por desaparecidos. “Encontrei na rua parentes de pessoas desaparecidas. Imediatamente apareceram aquelas fotos que as pessoas imprimiam, com as caras e os nomes dos desaparecidos, e um telefone – as famílias com a ilusão de que iam encontrar essas pessoas, que talvez estivessem em hospital ou com amnésia”, lembra.
Cinco dias depois, em um domingo à tarde, Pontual foi com o repórter cinematográfico Orlando Moreira para o local do desabamento das torres. Foram um dos primeiros a entrar no marco zero. Havia muitas barreiras, mas os policiais pareciam cansados. Pontual lembra da sugestão de Orlando: “No outro lado da rua, encosta nas paredes dos prédios e vai andando. Eles não vão ver a gente”. E assim eles foram. Tudo ainda estava queimando, um calor sufocante.
Atentados de 11 de setembro (2001)
Crise econômica e eleições americanas
De Nova York, Jorge Pontual passou a acompanhar os principais fatos da política e da economia mundial, como a crise econômica que levou milhares de americanos ao desemprego, entre 2007 e 2008; e as eleições presidenciais norte-americanas de George Bush (2004), Barack Obama (2008 e 2012), Donald Trump (2016) e Joe Biden (2020).
Instituições financeiras dos Estados Unidos acumularam prejuízos bilionários em função de empréstimos de alto risco, os chamados subprimes, para a compra de imóveis, em 2007. Bancos pediram concordata, e cidadãos foram à falência. Jorge Pontual acompanhou para a GloboNews a crise que afetou a economia mundial. Ele entrevistou para o 'Jornal das Dez', em novembro de 2008, um imigrante ilegal e músico, que vivia de fazer bico em Nova Jersey.
"Esse rapaz chegou a comprar trinta casas sem apresentar qualquer documento. E também não precisava apresentar nenhum ativo. O banco financiava 100% da aquisição de uma casa. O que ele fazia? Pegava o dinheiro no banco, comprava as casas, dividia em apartamentos e alugava bem barato. Ficou rico. Só que ele, como todos os outros que entraram nessa fraude, não checaram os contratos e não tomaram nenhuma precaução. Um belo dia, o valor da hipoteca foi para o espaço, subiu muito, e eles tiveram que vender as casas. O nosso entrevistado faliu, abandonou tudo e largou os inquilinos. Não devolveu o dinheiro do depósito e fugiu para o Brasil. É um exemplo do que aconteceu", conta Pontual.
Na primeira eleição de Obama, em 2008, Pontual lembra que a emoção estava à flor da pele, ainda que as baixas temperaturas de Chicago ameaçassem os sentidos. Na primeira eleição, o democrata derrotou o candidato republicado John McCain e tornou-se o primeiro negro a comandar o país. Jorge Pontual cobriu a posse em uma temperatura abaixo de zero. “Obama fez o discurso da vitória em Chicago. Foi um dos melhores dele, talvez o melhor. Estava todo mundo exultante. Foi o clímax. Ele fez um discurso maravilhoso, ‘Yes, we can’, ‘Sim, nós podemos’. Contou a história do movimento dos direitos civis nos Estados Unidos e a das conquistas populares e democráticas, que aconteceram ao longo do século XX.”
Já em 2012, nos preparativos para a votação que levaria Obama à segunda vitória, Pontual viajou pelos Estados Unidos em busca de contrastes. Para isso, foi ao Arizona, um dos Red States, em que Obama tinha a menor aprovação – lá, os eleitores eram fortemente contra os projetos democratas na área de saúde. Essa viagem rendeu dois programas 'GloboNews Especial' naquele ano. Em seguida, voltou a Chicago para mostrar o extremo oposto: “Em Chicago, [o repórter cinematográfico] Gui [Machado] e eu decidimos fazer a reportagem de bicicleta. [...] Mostramos como funciona a máquina democrata, visitamos a Universidade de Chicago, onde Obama foi professor, refizemos o trajeto do presidente como líder comunitário nos bairros pobres”.
Eleições Americanas (2008)
Para a eleição de 2016, Jorge Pontual traçou o perfil dos dois candidatos – Donald Trump e Hilary Clinton – para o 'Sem Fronteiras', em setembro. Com a vitória do republicano, passou a acompanhar as polêmicas que o envolvem e fazer matérias e comentários para o 'Sem Fronteiras' e o telejornal 'Em Pauta'. "Foi muito difícil conseguir alguém que defendesse o Trump. É claro que essas pessoas existiam, mas ninguém queria falar. Pretendíamos gravar um 'Sem Fronteiras' que tivesse opiniões em defesa e contra. [...] Fizemos um programa interessante, com várias histórias legais sobre ele. Não ficou totalmente negativo, de jeito nenhum. [...] Com a Hillary Clinton foi mais ou menos a mesma coisa. Conseguimos falar com pessoas próximas a ela, mas também tudo muito sacrificado. É difícil para a imprensa estrangeira conseguir acesso."
Os olhos do mundo se voltaram para os Estados Unidos em novembro de 2020, na disputa entre Trump e Joe Biden para a presidência do país. Assim como nas campanhas anteriores, Pontual acompanhou o processo eleitoral e, com a vitória do democrata, foi um dos comentaristas durante a cobertura especial da posse – as expectativas para o novo governo, os discursos de Joe Biden e Kamala Harris na posse, as primeiras medidas do novo presidente e o que a mudança na Casa Branca representaria para o Brasil.
Mudanças climáticas
Em Nova York, Jorge Pontual repercutiu conflitos internacionais, como as guerras no Afeganistão (2001) e no Iraque (2003), os atentados terroristas em Madrid (2004) e Londres (2005), e mostrou a preparação dos americanos para grandes desastres ambientais, como a reportagem em 28 de outubro de 2012, para o 'Fantástico', sobre a prevenção norte-americana para a chegada do furacão Sandy ainda naquela madrugada. O furacão atingiu países do leste caribenho e chegou com força a Nova York e Nova Jersey, causando destruição e morte. Em 2017, Pontual também acompanhou do escritório a devastação causada pelos furacões Harvey e Irma.
Furacão Sandy (2012)
Nestes últimos casos, o jornalista reiterou os argumentos de que as mudanças climáticas – tema de inúmeras reportagens que realizou ao longo do anos – estariam por trás da intensificação desse tipo de fenômeno. Para a GloboNews, em 2009, Pontual produziu o 'Sem Fronteiras' intitulado 'Aquecimento Globo: as Duas Caras da América', em que mostrava dois olhares, um que nega que o aquecimento global seja provocado pela queima de combustível, por exemplo, e outro a favor da tomada de medidas para enfrentar o aquecimento global.
No livro 'Correspondentes - Bastidores, Histórias e Aventuras de Jornalistas Brasileiros pelo Mundo', o jornalista explicou as mudanças de mentalidade sobre o tema nos Estados Unidos: "durante o governo Obama houve uma virada na opinião pública. Ela passou a ser majoritariamente a favor da tomada de medidas para enfrentar o aquecimento global. A maioria, inclusive, é a favor do Acordo de Paris – aprovado por 195 países, em 2015, para reduzir a emissão de gases do efeito estufa. Foi uma mudança importante que aconteceu e que a gente foi documentando ao longo do tempo. Isso, claro, antes de 2017, quando o governo de Donald Trump oficializou às Nações Unidas sua intenção de deixar o Acordo".
Em 2013, Jorge Pontual conquistou o Prêmio Petrobras de Jornalismo pela matéria 'Gás de Xisto: Problema ou Solução?'. Com Orlando Moreira, ele foi até Pittsburgh, na Pensilvânia, para mostrar no 'Cidades e Soluções', da GloboNews, a exploração de gás xisto nos Estados Unidos, um tipo de energia controversa. Viu de perto água contaminada pegar fogo. "Foi uma coprodução do 'Bom Dia Brasil' com o 'Cidades e Soluções'. A produtora Angela Pontual conseguiu marcar mais de dez entrevistas nesse tempo curto, cobrindo desde vítimas do fracking – apelido em inglês para “fraturamento hidráulico” –pela contaminação da água por metano, até defensores da tecnologia e autoridades locais interessadas na exploração de xisto. Também entrou em contato com um pesquisador que estuda os casos de contaminação e o geólogo que descobriu as reservas desse gás na área".
Verão do Amor
Em junho de 2017, o Verão do Amor, que marcou o início do movimento hippie nos Estados Unidos, completou cinquenta anos. O 'Fantástico' exibiu uma reportagem especial de Jorge Pontual e do repórter-cinematográfico Lúcio Rodrigues para mostrar o que mudou. "Foi a gravação mais complicada da qual já participei. O motorista e eu atravessamos a ponte umas dez vezes. Tínhamos câmeras instaladas na Kombi, e o Lúcio e o Luigi [Sofio] iam ao lado num outro carro, gravando. Tudo sincronizado. Era hora do rush, o tráfego pesado, foi bem complicado e arriscado. Teve uma hora em que vi um carro de polícia vindo e achei que íamos ser presos, mas no fim deu tudo certo."
Em tempos de pandemia
Com a decretação da pandemia da Covid-19 pela OMS, em março de 2020, Jorge Pontual seguiu trabalhando, mas em home office. A estante cheias de livros, usada como fundo para suas participações em telejornais e programas, ficou famosa.
Em 25 de maio de 2020, o afro-americano George Floyd morreu estrangulado pelo policial Derek Chauvin, que o sufocou com o joelho durante uma abordagem, pela acusação de usar uma nota falsificada de vinte dólares em um supermercado em Minneapolis. As imagens da agressão chocaram o mundo e geraram protestos nos Estados Unidos e em vários países, no movimento conhecido como Black Lives Matter. O jornalista foi um dos que acompanhou a cobertura do caso.
Jorge Pontual cometa a morte de George Floyd. 'GloboNews Em Ponto', 27/05/2020
Fonte
Depoimentos concedidos ao Memória Globo por Jorge Pontual em 08/03/2004 e 09/06/2017; 'Correspodentes - Bastidores, Histórias e Aventuras de Jornalistas Brasileiros pelo Mundo'. Globo Livros, 2018. |