Por Memória Globo

Memória Globo

Geraldo Carneiro começou a manifestar interesse pela arte ainda criança, influenciado pelos vários escritores e músicos que frequentavam a casa dos seus pais. Aos 16 anos, junto com o compositor Eduardo Souto Neto, assinou músicas que viriam a fazer sucesso na voz de intérpretes como Ney Matogrosso, Gal Costa e Tom Jobim. Na televisão, estreou em 1976, como colaborador na minissérie Parabéns pra Você, exibida pela Globo. Depois de uma temporada na TV Manchete, Geraldo Carneiro voltou à Globo em 1989 e escreveu o roteiro de Homem 90. Colaborou com diversos autores em seriados, minisséries, musicais e especiais, até escrever sua primeira novela, em 2011. A releitura de O Astro, de Janete Clair, escrita com Alcides Nogueira, lhe rendeu o prêmio Emmy Internacional.

Geraldo Carneiro — Foto: Acervo/Globo

Música

No final dos anos 1950, o pai de Geraldo Eduardo Ribeiro Carneiro começou a trabalhar como secretário particular do presidente da República Juscelino Kubitschek e sua família se mudou para o Rio de Janeiro, estabelecendo-se em Copacabana. Geraldo Carneiro começou a manifestar interesse pela arte ainda criança, influenciado pelos vários escritores e músicos que frequentavam a casa dos seus pais – entre eles, Paulo Mendes Campos, Jacob do Bandolim e Tom Jobim. Aos 16 anos, junto com o compositor Eduardo Souto Neto, assinou músicas que viriam a fazer sucesso na voz de intérpretes como Ney Matogrosso, Gal Costa, Olívia Byington, Tom Jobim, Zé Renato e Michel Legrand.

Em 1968, iniciou com o músico mineiro Egberto Gismonti uma parceria que durou 12 anos e rendeu mais de 60 músicas. Também produziu o primeiro disco de Gismonti, Água e Vinho, lançado em 1972. Ao longo da carreira, foi parceiro de vários outros músicos, como o argentino Astor Piazolla e os brasileiros Tom Jobim, Wagner Tiso e Francis Hime.

Televisão

Na televisão, Geraldo Carneiro estreou em 1976, como colaborador do escritor Bráulio Pedroso na minissérie Parabéns pra Você, dirigida por Roberto Talma e exibida pela Globo.

Em 1985, começou a trabalhar na TV Manchete, onde foi um dos entrevistadores do programa Bar Academia, escreveu a minissérie Tudo em Cima – com Bráulio Pedroso – e o programa infanto-juvenil Tamanho Família – com Miguel Falabella e Leopoldo Serran. Ainda na Manchete, atuou como comentarista do desfile das Escolas de Samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro, durante a transmissão do carnaval de 1986, e escreveu com José Louzeiro a novela Olho por Olho, em 1988.

Geraldo Carneiro voltou à Globo em 1989 e escreveu o roteiro de Homem 90, especial de final de ano dirigido por Roberto Talma. O programa, que reuniu nomes expressivos da música popular brasileira, como Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Hermeto Pascoal, Milton Nascimento, Paulinho da Viola e Tom Jobim, recebeu o prêmio especial do júri da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).

Em 1990, foi um dos colaboradores do seriado Delegacia de Mulheres, criado e escrito por Maria Carmem Barbosa. Também assinou os roteiros dos musicais Babilônia, gravado em uma boate carioca, com direção de Roberto Talma, e Mulher 90, escrito em parceria com Luiz Carlos Maciel, com direção de Daniel Filho e Roberto Talma.

Dividiu com Walther Negrão a autoria da minissérie O Sorriso do Lagarto, adaptada do livro de João Ubaldo Ribeiro e dirigida por Roberto Talma, em 1991. No ano seguinte, escreveu o roteiro de Elas por Ela, musical estrelado por Marília Pêra, com direção de Roberto Talma e direção musical de Gonzaguinha.

Terça Nobre

De 1993 a 1995, Geraldo Carneiro foi um dos roteiristas do Terça Nobre e Brasil Especial, faixa de programação em que eram apresentadas adaptações de obras literárias brasileiras. Entre outros episódios, escreveu Lucíola (1993), baseado no romance de José de Alencar; Lúcia McCartney (1993), adaptação do conto de Rubem Fonseca, e A Desinibida do Grajaú (1994), do original de Sérgio Porto.

Com João Ubaldo Ribeiro, assinou O Santo que Não Acreditava em Deus (1993), O Poder da Arte da Palavra (1994) e A Maldita (1995), adaptações de contos do escritor; e O Compadre de Ogum (1994), baseado em conto de Jorge Amado. De 1992 a 2001, foi roteirista do interativo Você Decide e, a partir de 2000, passou a ser também o supervisor de textos do programa.

Em 2001, escreveu com o diretor de teatro Gabriel Villela A Rua da Amargura – 14 Passos Lacrimosos sobre a Vida de Jesus, adaptação de uma peça do Grupo Galpão. Exibido na Sexta Super, o programa fez parte de um projeto da Rede Globo de integrar o teatro brasileiro à televisão. A partir de agosto de 2005, apresentou o programa O Canto de Geraldo Carneiro, no Canal Brasil e um quadro no programa Comentário Geral, da TVE.

Geraldo Carneiro também foi colaborador de texto nas minisséries Chiquinha Gonzaga (1999), de Lauro César Muniz, e JK (2006), de Maria Adelaide do Amaral. Escreveu para o humorístico Vida ao Vivo Show (1998) e para o infantil Uma Carta para Deus, especial de Natal da Xuxa, dirigido por Tizuka Yamasaki. Em 2007, assinou o roteiro de Eu Sei que Vou te Amar, especial dirigido por Luiz Gleiser em homenagem a Tom Jobim. Em 2010, foi colaborador de Maria Adelaide Amaral na autoria da minissérie Dalva e Herivelto, uma Canção de Amor. Em 2011, Geraldo Carneiro assinou, junto com Alcides Nogueira, a releitura da novela O Astro, de Janete Clair.

Teatro

No teatro, estreou com o musical Lola Moreno, escrito em parceria com Bráulio Pedroso em 1979. Escreveu entre outras peças Folias do Coração, Apenas Bons Amigos (ambas com Miguel Falabella), A Bandeira dos Cinco Mil Réis e Manu Çaruê. Também assinou as traduções de mais de uma dezena de peças, como A Tempestade (The tempest) e Uma Peça como Você Gosta (As you like it), de Shakespeare, entre outras. No cinema, assinou os roteiros dos filmes Eternamente Pagu (1987), de Norma Bengell, e O Judeu (1996), escrito com Millôr Fernandes, Gilvan Pereira e o diretor do filme, Jom Tob Azulay.

Livros

É autor dos livros de poesia Em Busca do Sete-Estrelo (Mapa editora, 1974), Verão Vagabundo (Editora Achiamé, 1980), Piquenique em Xanadu (Espaço & Tempo, 1988, prêmio Lei Sarney de melhor livro do ano), Pandemônio (Arte Editora, 1993), Folias Metafísicas (Editora Relume-Dumará, 1995), Por Mares Nunca Dantes (Editora Objetiva, 2000), Lira dos Cinquent’anos (Relume-Dumará, 2002) e Balada do Impostor (Editora Garamond, 2006). Com Carlito Azevedo, lançou Sonhos da Insônia (Impressões do Brasil, 1997) com a tradução de sonetos de William Shakespeare. Também publicou em prosa os livros Vinícius de Moraes: A Fala da Paixão (Brasiliense, 1984) e Leblon: a Crônica dos Anos Loucos (Relume-Dumará, 1996).

No dia 27 de outubro de 2016, Geraldo Carneiro foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Ele ocupa a cadeira 24, na sucessão de Sábato Magaldi, cujo patrono é Júlio Ribeiro.

Fonte

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