2015 foi um ano marcado por uma epidemia no Brasil, causada por um inimigo já conhecido no país: o mosquito Aedes aegypt. Transmissor de doenças como a febre amarela e a dengue, descobriu-se que o inseto também começara a carregar um novo vírus, o da Zika.
Declarado estado de emergência nacional por conta do aumento de casos de microcefalia, Jornal Hoje, 12/11/2015
Em meio a uma epidemia de dengue, os primeiros casos de zika surgiram em abril de 2015. Mas, segundo estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o vírus chegou ao Brasil vindo do Haiti no final de 2013. E o vírus deixaria marcas profundas na sociedade brasileira. Bebês, cujas mães adoeceram de Zika durante a gestação, começaram a nascer com microcefalia, uma malformação congênita em que bebês nascem com a cabeça menor do que o normal (33 cm).
A relação entre a microcefalia e o vírus da Zika começou a ser investigada a partir do aumento da doença no Nordeste, principalmente em Pernambuco. No dia 11 de novembro de 2015, o governo federal decretou estado de emergência por causa da epidemia de microcefalia. Em menos de um ano, o vírus se espalhou pelo país, sendo o maior número de casos registrados no Nordeste e no Sudeste. Em 2 de dezembro, a OMS confirmou a relação entre o vírus Zika e a microcefalia. Em maio de 2017, com a queda significativa dos casos, o país revogou o estado de alerta.
“Nós fizemos muitas matérias, cobrimos muito bem. Naquele momento, era o principal noticiário no Brasil, a gente estava totalmente voltado para entender a zika e os efeitos da doença no nascimento de bebês com microcefalia. Foi um choque pra todo mundo, começaram a surgir muitos casos.”, lembra Luiz Fernando Ávila, então editor-chefe do JH.