Por Memória Globo

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Em 5 de dezembro de 2012, depois de um mês internado, Oscar Niemeyer faleceu no Rio de Janeiro, aos 104 anos, de insuficiência respiratória. Com mais de 500 obras em diversos países, um dos criadores de Brasília ainda trabalhava diariamente até ser hospitalizado.

Dentre seus trabalhos mais importantes no Brasil estão a Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte; o Memorial da América Latina e o Edifício Copan, em São Paulo; o Museu de Arte Contemporânea de Niterói e a Passarela do Samba, no Rio de Janeiro e os edifícios do governo, em Brasília. No exterior, obras como o Centro Cultural Internacional Oscar Niemeyer (Espanha), a sede do Partido Comunista (França), uma mesquita em Argel (Argélia), e a sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York.

Retrospectiva das entrevistas de Sandra Moreyra com Oscar Niemeyer, Jornal Nacional, 06/12/2012.

Retrospectiva das entrevistas de Sandra Moreyra com Oscar Niemeyer, Jornal Nacional, 06/12/2012.

EQUIPE E ESTRUTURA

A Globo mobilizou equipes no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Paris e Nova York para cobrir a morte de Niemeyer. Entre seus repórteres, Ana Paula Santos, Beatriz Thielmann, Camila Bonfim, Caroline Dulley, Gabriel Senna, Giovana Teles, Janaina Lepri, Sandra Moreyra, Sandra Passarinho, Júlio Mosquéra, Marcos Uchoa, Pedro Bassan e Thiago Eltz.

RECONHECIMENTO INTERNACIONAL

“Oscar Niemeyer, o grande arquiteto brasileiro, morreu esta noite, às vésperas de completar 105 anos. Pelo tempo em que atuou, pela obra que deixou e pela influência que exerceu em sua arte, Niemeyer foi o nome brasileiro do século. E assim também é reconhecido lá fora”, anunciou William Waack na abertura do Jornal da Globo de 5 de dezembro de 2012. Christiane Pelajo disse, em seguida, que aquela edição do telejornal seria especial.

A repórter Beatriz Thielmann entrou, ao vivo, da frente do hospital onde o arquiteto havia falecido às 21h55. Em seguida, uma matéria de Sandra Passarinho informou que a internação havia acontecido no dia 2 de novembro e que, mesmo hospitalizado, ele discutira novos projetos com a família e amigos. Um trecho do anúncio de falecimento feito pelo médico Fernando Gjorup foi ao ar, junto com o depoimento de seu sobrinho, Paulo Niemeyer, que falou do entusiasmo do tio com a vida. Foi veiculada uma reportagem sobre as principais obras do arquiteto, como a Igreja da Pampulha, o prédio do Ministério da Educação no Rio de Janeiro, o Memorial da América Latina, em São Paulo; os Museus de Arte Contemporânea de Curitiba e de Niterói; diversos edifícios de Brasília e obras espalhadas pela Itália, Argélia, França e Espanha.

Reportagem de Beatriz Thielmann e Sandra Passarinho sobre o anúncio da morte de Oscar Niemeyer, Jornal da Globo, 05/12/2012.

Reportagem de Beatriz Thielmann e Sandra Passarinho sobre o anúncio da morte de Oscar Niemeyer, Jornal da Globo, 05/12/2012.

FRAGILIDADE DAS COISAS

A repórter Camila Bonfim entrou direto de Brasília informando que o velório seria no Palácio do Planalto. Também ao vivo, Gabriel Senna chamou sua matéria da frente da igrejinha da Pampulha, em Belo Horizonte, cidade que foi berço do trabalho do arquiteto. De São Paulo, onde há 18 obras de Niemeyer, Janaina Lepri falou da frente do Memoria da América Latina.

O correspondente em Nova York, Júlio Mosquéra, trouxe a repercussão dos principais jornais do mundo sobre o falecimento do arquiteto. Frases de Niemeyer fecharam os blocos do jornal, como a que dizia: “Gosto de ficar sozinho, a pensar na vida, neste universo imenso que nos encanta e humilha. De sentir a fragilidade das coisas e a nossa própria insignificância.” Trechos de uma homenagem prestada pelo Jornal da Globo ao arquiteto, por ocasião de seu centenário, foram ao ar.

Os repórteres Camila Bonfim, Gabriel Senna, Janaina Lepri falam, ao vivo, diretamente das principais obras de Oscar Niemeyer em Brasília, Belo Horizonte e São Paulo, respectivamente. Jornal da Globo, 05/12/2012.

Os repórteres Camila Bonfim, Gabriel Senna, Janaina Lepri falam, ao vivo, diretamente das principais obras de Oscar Niemeyer em Brasília, Belo Horizonte e São Paulo, respectivamente. Jornal da Globo, 05/12/2012.

ARQUITETO DO SÉCULO

Nascido em 15 de dezembro de 1907, Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares casou-se com Anitta Baldo, em 1928, com quem teve sua única filha, Anna Maria Niemeyer. Formou-se pela Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e logo foi convidado a participar do projeto do Palácio Capanema, sede do Ministério da Educação e Saúde da antiga capital do Brasil. Também foi no Rio de Janeiro que projetou, em 1937, junto com o arquiteto suíço Le Courbusier, o prédio do Berço.

Sua primeira obra de grande repercussão foi encomendada em 1940 pelo então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek: o Conjunto da Pampulha. Cinco anos mais tarde filiou-se ao Partido Comunista e, em 1947, projetou, com um grupo de arquitetos, a sede da ONU em Nova York.

A década de 1950 foi marcada por grandes contribuições de Niemeyer ao cenário brasileiro, como o edifício Copan e a Bienal do Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Em 1958 mudou-se para Brasília para acompanhar de perto a construção da nova capital federal. Junto com o urbanista Lúcio Costa foi responsável pelos projetos do Palácio da Alvorada, Catedral de Brasília, Supremo Tribunal Federal, Palácio do Planalto, Teatro Nacional, Palácio do Itamaraty, Ministério da Justiça e Aeroporto de Brasília.

Em 1967, após ser impedido de trabalhar pelo governo militar, mudou-se para Paris, onde dois anos antes havia projetado a sede do Partido Comunista Francês. De volta ao Brasil, assinou, no início da década de 80, o desenho da Passarela do Samba carioca e, posteriormente, o Memorial da América Latina, em São Paulo. Em 1988, recebeu o prêmio Pritzker de Arquitetura e, em 1996, o Prêmio Leão de Ouro da Bienal de Veneza.

No começo da década de 1990, projetou o Museu de Arte Contemporânea de Niterói (RJ) e finalizou o projeto do Auditório do Ibirapuera, em São Paulo. Em 2002, inaugurou o Complexo onde fica localizado o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, e, em 2011, o Centro Cultural Internacional Oscar Niemeyer, na Espanha, foi aberto ao público. Ao morrer, foi considerado, por vários jornais internacionais, como o Arquiteto do Século.

PALÁCIO DO PLANALTO

O Bom Dia Brasil de 6 de dezembro trouxe uma edição especial com a cobertura completa da morte de Niemeyer. Ao vivo, repórteres em Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro e Londres repercutiram a perda do arquiteto. Do Globocop, a repórter Ana Paula Santos sobrevoou o sambódromo, uma de suas obras.

A repórter Cinthia Toledo sobrevoa o Edifício Copan, obra de Oscar Niemeyer, durante a cobertura da morte do arquiteto. Em seguida, Beatriz Thielmann lê uma carta de Chico Buarque para o amigo falecido, Bom Dia Brasil, 06/12/2012 .

A repórter Cinthia Toledo sobrevoa o Edifício Copan, obra de Oscar Niemeyer, durante a cobertura da morte do arquiteto. Em seguida, Beatriz Thielmann lê uma carta de Chico Buarque para o amigo falecido, Bom Dia Brasil, 06/12/2012 .

A repórter Ana Paula Santos sobrevoa a Sapucaí durante a cobertura da morte do arquiteto Oscar Niemeyer, Bom Dia Brasil, 06/12/2012.

A repórter Ana Paula Santos sobrevoa a Sapucaí durante a cobertura da morte do arquiteto Oscar Niemeyer, Bom Dia Brasil, 06/12/2012.

Reportagem sobre o velório de Oscar Niemeyer em Brasília, Globo Notícia, 06/12/2012.

Reportagem sobre o velório de Oscar Niemeyer em Brasília, Globo Notícia, 06/12/2012.

O Jornal Hoje daquela tarde informou que o corpo de Niemeyer já estava a caminho de Brasília, onde seria velado. A repórter Giovana Teles entrou ao vivo da capital, onde esperava a chegada do avião. O velório, informou a repórter, estava marcado para as 16 horas.

O Globo Notícia que foi ao ar às 17h30 anunciou que o velório já havia começado no Palácio do Planalto, projetado pelo próprio Niemeyer. Foram exibidas imagens do cortejo pelas ruas de Brasília, com batedores da escolta oficial, e as solenidades que marcaram a chegada do caixão ao Palácio do Planalto, onde foi recebido pela presidente Dilma Rousseff e pela viúva, Vera Lúcia Cabreira.

Conforme informou a repórter Caroline Dulley, o velório havia sido reservado aos parentes, amigos e autoridades, durante sua primeira meia hora. Em seguida, Camila Bonfim entrou ao vivo mostrando a movimentação em frente do Palácio, por onde haviam passado cerca de duas mil pessoas.

GÊNIO

“O Brasil e o mundo reverenciam um gênio”, anunciou Patrícia Poeta na escalada do Jornal Nacional. O repórter Ari Peixoto relatou os principais acontecimentos desde a morte de Niemeyer. Os oitenta anos de carreira e as mais de 500 obras foram resumidas em matéria de Beatriz Thielmann. Em seguida, foi ao ar uma reportagem de Sandra Moreyra, que entrevistou o arquiteto aos 95 anos, quando ele afirmou: “eu faço o que eu gosto, não faço o que os outros gostariam que eu fizesse”; aos 99, por ocasião de seu casamento; e aos 100 anos, quando disse que “a vida é mulher do lado, e seja o que Deus quiser.”

Reportagem de Ari Peixoto sobre o velório de Oscar Niemeyer e as homenagens ao arquiteto em Brasília, Jornal Nacional, 06/12/2012.

Reportagem de Ari Peixoto sobre o velório de Oscar Niemeyer e as homenagens ao arquiteto em Brasília, Jornal Nacional, 06/12/2012.

Ainda foram ao ar matérias de Pedro Bassan, sobre a trajetória profissional do arquiteto; do correspondente em Paris, Marcos Uchoa, sobre a repercussão internacional de sua morte; e Camila Bonfim entrou ao vivo do Palácio do Planalto, em Brasília, onde o velório tinha sido encerrado.

O Jornal Nacional terminou com William Bonner lendo as seguintes frases: “Não é o ângulo reto que me atrai. Nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso de seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida.” Os créditos subiram em silêncio, e, ao fundo, o rosto de Niemeyer foi estampado na homenagem prestada pela TV Globo.

ENTERRO

O segundo velório, no Palácio da Cidade do Rio de Janeiro, ocorreu fechado para a família e amigos durante a madrugada. Na manhã seguinte, foi aberto ao público e depois das 5h da tarde, o corpo saiu num carro de bombeiros em direção ao cemitério São João Batista. Uma matéria de Pedro Bassan mostrou as homenagens prestadas no túmulo, após o enterro, como a execução da música Cidade Maravilhosa pela Banda de Ipanema.

O Fantástico do dia 9 de dezembro abriu com um trecho do filme “Oscar Niemeyer – Um arquiteto Engajado no Seu Século”, de Marc-Henri Wajnberg. Matérias sobre as obras arquitetônicas, as pinturas e os sambas que havia composto foram ao ar. Uma reportagem de Álvaro Pereira Júnior mostrou como é a vida das 22 mil pessoas centenárias que vivem no Brasil, segundo último censo do IBGE. Para fechar o programa, um samba escrito pelo arquiteto e musicado por Jorge Aragão serviu de trilha sonora.

FONTES

Bom Dia Brasil (06/12/12), Fantástico (09/12/12), Jornal Hoje (06/12/12), Jornal da Globo (05/12/12), Jornal Nacional (06/12/12), Globo Notícia (06/12/12). Sites: http://www.niemeyer.org.br/ e http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/12/morre-no-rio-o-arquiteto-oscar-niemeyer.html
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