Por Memória Globo

Frame de vídeo/Globo

Um luminoso de propaganda das Casas Pirani, instalado na marquise do edifício Andraus, no centro de São Paulo, foi o foco inicial do incêndio. A companhia de luz da cidade já havia enviado cartas aos donos do prédio, advertindo sobre o perigo do excesso de carga elétrica. Em 15 minutos, os seis primeiros andares foram tomados pelo fogo.

Localizado na agitada Avenida São João, o incêndio no edifício de 29 andares só não fez mais vítimas por possuir um heliporto, de onde foram resgatadas quase 500 pessoas. Além das lojas de departamentos, o prédio era ocupado por empresas como a Petrobrás e a Companhia Adriática de Seguros.

Em 1974, outro incêndio em São Paulo, no edifício Joelma, causou comoção em todo o país. Foram 188 mortos e 345 feridos.

Imagens do incêndio no Edifício Andraus, 24/02/1972.

Imagens do incêndio no Edifício Andraus, 24/02/1972.

REDAÇÃO IMPROVISADA

Toda a região em torno do Andraus ficou sem energia elétrica durante o incêndio, inclusive a sede da Globo, localizada na Praça Marechal Deodoro, no Centro. A solução encontrada foi transformar a casa do então editor-regional, Paulo Mário Mansur, no bairro da Consolação, em uma redação improvisada, como conta a jornalista Neusa Rocha, na época editora do Jornal Nacional: “O JN foi escrito na casa do Paulo Mário. Levávamos os rolinhos de filme e tínhamos que revelar e montar. Era aquele entra e sai de gente na casa. Foi muito complicado e muito tenso. Naquele tempo, não havia fax nem celular, tudo era completamente diferente. Editamos o jornal e voltamos para a emissora. O pessoal já tinha montado o esquema de gerador para que o material fosse transmitido para o Rio”.

O JN foi escrito na casa do editor-regional Paulo Mário Mansur
— Neusa Rocha sobre a cobertura do incêndio

CURTO-CIRCUITO

O incêndio teve início por volta das 16h e se estendeu por mais de sete horas. Como informou o Jornal Nacional daquele dia, o fogo começou com um curto-circuito nos cartazes de propaganda das Casas Pirani, e em duas horas tomou conta de todo o prédio.

Para se proteger da fumaça, os bombeiros usaram lenços úmidos, já que não havia máscaras suficientes. Como a escada Magirus não alcançava os andares mais altos, quase 500 pessoas se dirigiram para a cobertura do prédio e foram resgatadas por helicópteros. Dezesseis pessoas morreram carbonizadas ou se atiraram pelas janelas, outras 320 ficaram feridas. O gerente-geral das Casas Pirani, Nilson Cazzarini, foi condenado a dois anos de prisão, com direito a sursis.

REFORMA

Uma grande reforma aconteceu no edifício após o incêndio, que ganhou parapeitos entre um andar e outro, portas corta-fogo, iluminação de emergência, escadas externas e brigada de incêndio treinada.

Vinte anos depois do incêndio no Andraus, em 23 de fevereiro de 1992, uma reportagem do Fantástico acompanhou a visita de sobreviventes ao local da tragédia. Reformado e transformado em “um exemplo de segurança”, o edifício manteve seu nome e abriga hoje repartições públicas.

FONTES

Depoimentos concedidos ao Memória Globo: Neusa Rocha (26/01/2004); MEMÓRIA GLOBO. Jornal Nacional, a notícia faz história. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2005. Fantástico (23/03/1992); Jornal Nacional (24/02/1972).
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