Em janeiro de 2015, o presidente da Indonésia, Joko Widodo, negou definitivamente o pedido de clemência ao brasileiro Marco Archer. De acordo com as autoridades do país, cuja maioria da população é a favor da pena capital, não havia mais impedimento legal para que o brasileiro fosse executado, o que deveria acontecer em breve.
No dia 14 de janeiro, foi anunciada a data da execução. A matéria de Lilia Teles no Jornal Nacional do dia seguinte destacou o repúdio da Anistia Internacional à sentença de morte marcada para os próximos dias. De acordo com a lei do país, o condenado tinha direito a dois pedidos de clemência, que foram feitos pelo Brasil, porém negados pela Indonésia.
Dois dias antes de saber a data marcada para o fuzilamento, Marco Archer conversou com o cineasta e amigo Marcos Prado, que fazia um documentário sobre sua vida. A reportagem ressaltou ainda que, além do instrutor de voo, havia outro brasileiro condenado à morte por tráfico de drogas naquele país – o paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte, preso em 2005.
A execução do brasileiro mobilizou a opinião pública. De Brasília, o repórter Vladimir Netto informou que o último apelo feito pelo governo brasileiro havia sido negado. Nele, Dilma Rousseff dizia estar ciente da gravidade do crime e respeitar a soberania do país asiático, mas que fazia um apelo como mãe. A reportagem exibida no Jornal Nacional de 16 de janeiro disse ainda que, em um último esforço, o governo brasileiro pediu ajuda ao Papa Francisco.
Reportagens de Márcio Gomes e Lilia Teles sobre a condenação do brasileiro Marco Archer à pena de morte na Indonésia por tráfico de drogas, apesar das tentativas diplomáticas do Brasil e dos protestos de organizações internacionais de direitos humanos para reverter a sentença. Jornal Nacional, 15/01/2015.
Reportagem de Vladimir Netto sobre a ligação da Presidente Dilma Rousseff para o Presidente da Indonésia, que negou último apelo do governo brasileiro para reverter a sentença dos dois brasileiros condenados à morte por tráfico de drogas: Marco Archer e Rodrigo Gularte. Jornal Nacional, 16/01/2015.
Reportagem de Márcio Gomes sobre a execução de Marco Archer, brasileiro condenado à morte por tráfico na Indonésia. Jornal Nacional, 17/01/2015.
O correspondente Márcio Gomes, que acompanhava a visita do Papa Francisco nas Filipinas, estava na Indonésia desde a madrugada de sábado, 17. O correspondente e o cinegrafista Geovanne Saima conseguiram chegar a Cilacap, onde ficava o presídio, mas logo depois foram impedidos de trabalhar. Ainda assim, a equipe gerou material para o Brasil. Na reportagem exibida no Jornal Hoje, a poucas horas da execução da sentença, Márcio informou que uma tia de Marco Archer e uma equipe da embaixada brasileira estiveram com o preso horas antes.
Quando o JN foi ao ar, Marco Archer já estava morto – foi fuzilado às 15h30 (horário de Brasília). Para Dilma Rousseff, a execução do brasileiro afetava a relação entre os dois países. A presidente chamou de volta o embaixador brasileiro na Indonésia, Paulo Alberto da Silveira Soares, o que evidenciava a insatisfação com o país asiático.
No domingo, o Fantástico levou ao ar uma reportagem especial sobre Marco Archer e a pena capital adotada na Indonésia. Imagens enviadas por Márcio Gomes e pelo cinegrafista Geovanne Saima mostraram o trajeto de 400 km entre Jacarta e Cilacap, onde ficam os presídios. O correspondente ainda explicou como acontecem os fuzilamentos no país. Também foi exibida uma entrevista com o brasileiro Rogério Paez, que foi companheiro de cela de Archer durante seis anos. Na mesma edição do programa, a repórter Malu Mazza conversou com a mãe de Rodrigo Gularte, Clarisse Gularte, sobre a situação do filho que também estava no corredor da morte.