Em março de 2013, o argentino Jorge Mario Bergoglio foi escolhido pelos 115 cardeais que integravam o conclave para ocupar o trono de Pedro, vago desde a renúncia de Bento XVI no mês anterior. Religioso da ordem dos jesuítas, foi o primeiro latino-americano a se tornar papa. Numa referência a São Francisco de Assis, reconhecido pelo seu trabalho junto aos pobres, escolheu o nome Francisco. Bergoglio é considerado um homem sem luxos, de grande vocação para a evangelização.
Sandra Annenberg noticia a escolha do argentino Mario Jorge Bergoglio como o novo papa, com comentários do padre Marcial Maçaneiro. Conclave transmitido ao vivo no plantão do Jornal Hoje, 13/03/2013.
Equipe e Estrutura
Para o conclave, a Globo preparou uma cobertura especial em seus principais telejornais. Antes de ter início o ritual de escolha do novo papa, foram exibidas reportagens sobre os cardeais favoritos, a origem dos nomes adotados pelos eleitos, o histórico dos conclaves anteriores, além de curiosidades e explicações sobre a eleição.
Durante quatro noites, o Jornal Nacional foi ancorado direto do Vaticano por Patrícia Poeta. A equipe chegou a Roma no domingo, 10 de março, pela manhã. Além de apresentar o telejornal, a jornalista, acompanhada pelo repórter cinematográfico Sergio Gilz e pelo produtor Ernani Lemos, fez reportagens para o JN. Marcos Uchoa e o repórter cinematográfico Edu Bernardes, correspondentes na França, foram enviados a Roma para reforçar a cobertura ao lado de Ilze Scamparini e Maurizio Della Costanza.Ao longo daquela semana, os correspondentes fizeram entradas ao vivo nos telejornais, sempre atualizando as informações. E, nos dois dias de votação, o Jornalismo da Globo permaneceu em plantão durante 24 horas. Assim que a fumaça branca saiu da chaminé da Capela Sistina, indicando que um novo papa havia sido eleito, a programação foi interrompida para a transmissão, ao vivo, das imagens da Praça São Pedro.
EXCLUSIVO MEMÓRIA GLOBO
Em entrevista exclusiva ao Memória Globo, a repórter Ilze Scamparini fala sobre a cobertura da eleição do Papa Francisco, em 2013.
VÉSPERA DO CONCLAVE
Reportagens de Ilze Scamparini, com detalhes do processo eleitoral no Vaticano, e de Marcos Uchoa, sobre o escândalo que ficou conhecido como "Vatileaks", Jornal Nacional, 11/03/2013
Em 11 de março, véspera de iniciar o conclave, a matéria de Ilze Scamparini no Jornal Nacional contou, em detalhes, como seria o primeiro dia de votação para os 115 cardeais que formavam o colégio eleitoral. A correspondente também mostrou quem eram esses religiosos que escolheriam o futuro líder da Igreja Católica.
Na mesma edição do telejornal, a reportagem de Marcos Uchoa e Edu Bernardes lembrou o caso “Vatileaks”, o vazamento de documentos confidenciais do Papa Bento XVI pelo seu próprio mordomo.
O CIRCO DA IMPRENSA
A matéria de Patrícia Poeta, Sergio Gilz e do produtor Ernani Lemos, levada ao ar no Jornal Nacional em 11 de março, mostrou o “circo” armado pela imprensa estrangeira para acompanhar a eleição do novo papa. Jornalistas de toda a parte se preparavam para cobrir o conclave. E emissoras disputavam espaço para conseguir o melhor ângulo para suas reportagens.
No final daquele JN, William Bonner informou que a partir do dia seguinte, quando começaria o conclave, o Jornalismo da Globo ficaria de plantão 24 horas, direto do Vaticano, para noticiar o nome do novo papa assim que fosse anunciado.
Reportagem de Patrícia Poeta sobre a cobertura do conclave no Vaticano pela imprensa estrangeira, Jornal Nacional, 11/03/2013.
FUMAÇA PRETA
O conclave teve início na terça-feira, 12 de março. Os olhos do mundo católico estavam voltados para o Vaticano, assim como os do Jornalismo da Globo. As informações eram atualizadas o dia inteiro, durante os telejornais ou ao longo da programação, com flashes direto de Roma.
Quando, às 15h40 (horário de Brasília), a fumaça preta começou a sair da chaminé da Capela Sistina, um plantão interrompeu a programação para mostrar as imagens, ao vivo, direto da Praça São Pedro. No ar, Sandra Annenberg explicou que, pela cor da fumaça, o papa não havia sido escolhido ainda. Novas sessões de votação aconteceriam, no dia seguinte.
OS PAPÁVEIS
À noite, o Jornal Nacional apresentou a cobertura completa do primeiro dia do conclave. Ao longo daquela edição, o telejornal mostrou o perfil de alguns cardeais papáveis. A reportagem de Fábio Turci explicou que cinco brasileiros participariam do conclave e, portanto, poderiam receber votos. Mas destacou dois que estavam mais cotados para o posto: Dom João Braz de Aviz, prefeito de uma das congregações da Santa Sé, e Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo.
Marcos Losekann, então correspondente em Londres, apontou os cardeais europeus com mais chances, segundo os vaticanistas: os italianos Angelo Scola e Gianfrancesco Ravasi, o austríaco Christoph Schoenborn e o húngaro Peter Erdo. Também figuravam na lista de nomes cogitados os italianos Angelo Bagnasco e Mauro Piacenza, os franceses Jean-Louis Tauran e André Vingt-Trois e o suíço Kurt Koch.
Reportagem de Fábio Turci com o perfil dos cardeais brasileiros papáveis, Jornal Nacional, 12/03/2013.
De Nova York, a repórter Elaine Bast falou sobre o canadense Marc Ouellet, os americanos Sean O’Malley e Timothy Dolan, o argentino Leonardo Sandri, o ganês Peter Turkson e o filipino Luis Antonio Tagle, além do nigeriano John Onaiyekan, o mexicano Francisco Robles Ortega, o hondurenho Oscar Andres Maradiaga e o argentino Jorge Mario Bergoglio. A reportagem da correspondente destacou que Bergoglio, apesar de ter sido bem votado no conclave que elegeu Joseph Ratzinger, agora tinha a idade avançada, 76 anos, o que seria um ponto desfavorável à sua escolha.
Ao final do JN, ao vivo, ao lado de Patrícia Poeta, a correspondente Ilze Scamparini lembrou que, na opinião dos cardeais, não havia naquele momento uma grande e inquestionável figura, como acontecera em 2005. Segundo a repórter, havia pelo menos dez candidatos no mesmo nível, o que dificultaria a escolha.
O MAIS LONGO CONCLAVE
Acompanhada pelo repórter cinematográfico Sergio Gilz e pelo produtor Ernani Lemos, Patrícia Poeta foi a Viterbo, a 90 quilômetros de Roma, onde aconteceu o mais longo conclave da história, em 1268. Após dois anos, nove meses e dois dias, os 15 cardeais votantes elegeram o papa Gregório X.
A reportagem explicou a origem da palavra conclave, fez um breve histórico sobre o processo de escolha de um papa e destacou o que mudou ao longo dos séculos nesse ritual da Igreja Católica.
Reportagem de Patrícia Poeta sobre o mais longo conclave da história, ocorrido na cidade italiana de Viterbo, Jornal Nacional, 12/03/2013.
EXPECTATIVA
Mais duas votações aconteceram na manhã de 13 de março. Nenhum cardeal, no entanto, obteve o número necessário de votos para ser eleito. A imagem da fumaça preta saindo da chaminé da Capela Sistina interrompeu o Bom Dia Brasil naquela manhã.
Ao vivo, direto do Vaticano, Marcos Uchoa comentou as expectativas em torno da escolha do novo papa. O repórter lembrou que Angelo Scola e Odilo Scherer eram os favoritos, mas novos nomes surgiam na imprensa italiana.
PADRE NA BANCADA
Quando o Jornal Hoje foi ao ar, em 13 de março, os 115 cardeais estavam novamente reunidos na Capela Sistina para as votações daquela tarde. Milhares de fiéis se concentravam na Praça São Pedro na expectativa do anúncio do novo papa. Na bancada do telejornal, ao lado de Evaristo Costa e Sandra Annenberg, o Padre Marcial Maçaneiro falou sobre as votações e os nomes que apareciam como favoritos até aquele momento.
TEMOS UM PAPA!
Às 15h (horário de Brasília), um plantão interrompeu a programação para anunciar que um novo papa havia sido escolhido. A fumaça branca saindo da chaminé da Capela Sistina não deixava dúvida, como afirmou Sandra Annenberg.
Pouco depois, o cardeal francês Jean-Louis Pierre Tauran anunciou o nome do novo papa: Jorge Mario Bergoglio. O argentino, que não figurava entre os favoritos, foi eleito após cinco votações. A apresentação do novo líder da Igreja Católica para os milhares de fiéis que aguardavam na Praça São Pedro e para os católicos do mundo todo que acompanhavam pela TV foi transmitida, ao vivo, pela Globo. Era o primeiro pontífice jesuíta e latino-americano e também o primeiro a escolher o nome Francisco.
Durante quase duas horas, Sandra Annenberg e o padre Marcial Maçaneiro comentaram a eleição de Mario Jorge Bergoglio. Marcos Uchoa fez entradas, ao vivo, do Vaticano, trazendo sempre novas informações sobre o que estava acontecendo naquele momento. As primeiras palavras do Papa Francisco foram transmitidas pela Globo e traduzidas, simultaneamente, por Flavia Movizzo Smith.
Sandra Annenberg noticia a saída da fumaça branca pela chaminé da Capela Sistina, no Vaticano. Conclave transmitido ao vivo no plantão do Jornal Hoje, 13/03/2013.
O PRIMEIRO FRANCISCO
A cobertura completa foi ao ar no Jornal Nacional daquela quarta-feira, 13 de março. O telejornal dedicou três blocos inteiros ao assunto.
Em Roma, os repórteres acompanharam aquele segundo dia de conclave e apresentação de Jorge Mario Bergoglio como o novo líder da Igreja Católica. Numa longa reportagem, Ilze Scamparini falou sobre a votação, a ansiedade dos fiéis que, mesmo com chuva e frio, permaneceram na Praça São Pedro, e a euforia diante do anúncio do novo papa.
Seu estilo sóbrio e sua trajetória eclesiástica foram destaque no perfil apresentado pelo telejornal. A escolha pelo nome Francisco surpreendeu alguns vaticanistas. Segundo especialistas, como mostrou a matéria de Marcos Uchoa e Edu Bernardes, o nome tinha a ver com humildade e proximidade com os pobres.
Reportagem da correspondente Ilze Scamparini sobre o anúncio do novo papa, Jornal Nacional, 13/03/2013.
Reportagem de Patrícia Poeta sobre a expectativa dos fiéis brasileiros presentes na Praça São Pedro, no Vaticano, Jornal Nacional, 13/03/2013.
Patrícia Poeta, acompanhada pelo repórter cinematográfico Sergio Gilz e o produtor Ernani Lemos, registrou a espera e a expectativa dos brasileiros presentes na Praça São Pedro, ao longo de todo aquele dia. Enquanto aguardavam a fumaça branca sair da chaminé da Capela Sistina, alguns torciam pela escolha de Dom Odilo Scherer. No meio da multidão, no momento em que foi anunciado o nome de Jorge Mario Bergoglio, Patrícia Poeta fez imagens com seu telefone celular, que foram exibidas no JN do dia seguinte.
Correspondentes nos EUA e em Buenos Aires mostraram a repercussão da escolha do argentino. E, de Brasília, Ari Peixoto destacou a reação na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
DOM ODILO
No dia seguinte à eleição de Francisco, Patrícia Poeta ainda ancorou o Jornal Nacional do Vaticano. Naquela noite, a jornalista conversou, ao vivo, com Dom Odilo Scherer. O arcebispo de São Paulo falou sobre o que ele acreditava que seria a contribuição do novo papa à Igreja Católica e sobre as possíveis mudanças na Cúria Romana.
O telejornal também mostrou o primeiro dia de Jorge Mario Bergoglio como pontífice. E destacou a simplicidade e a sobriedade do argentino, numa matéria de Marcos Uchoa.
Patrícia Poeta entrevista ao vivo do Vaticano o arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, Jornal Nacional, 14/03/2013.
ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO
A Oração de São Francisco, na voz do cantor Fagner, ilustrada por uma edição de imagens marcantes dos primeiros dias do Papa Francisco, abriu o Fantástico do domingo seguinte ao conclave, 17 de março. Pílulas com pensamentos de Jorge Mario Bergoglio sobre determinados assuntos – como aborto, corrupção, Vaticano e pedofilia – foram exibidas ao longo de todo o programa.
Também foi apresentado um pouco da história de vida de Bergoglio. O repórter Felipe Santana esteve em Buenos Aires, na Argentina, onde morava e trabalhava o religioso antes de se tornar Papa Francisco. Visitou a casa onde ele nasceu, conversou com sua irmã e com antigos vizinhos, mostrou quais eram suas atividades na Igreja, suas ações sociais nas comunidades carentes e sua rotina na cidade.
SÃO FRANCISCO DE ASSIS
Marcos Uchoa e Edu Bernardes foram a Assis, na Itália, contar um pouco da história do santo que inspirou Jorge Mario Bergoglio na escolha pelo nome Francisco. Os repórteres visitaram a Basílica de São Francisco de Assis, construída há mais de 700 anos, guiados por Frei Evilásio, um brasileiro da ordem franciscana. A matéria da dupla foi exibida no Fantástico de 17 de março.
FONTES
Bom Dia Brasil, 13/03/2013; Fantástico, 17/03/2013; Jornal Hoje, 13/03/2013; Jornal Nacional, 11-15/03/2013. |