Por Memória Globo

Frame de vídeo/ Arte Memória Globo

Cláudia Lessin Rodrigues morreu no Rio de Janeiro, em 23 de julho de 1977, aos 21 anos. Seu corpo foi encontrado dois dias depois, nas pedras do Chapéu dos Pescadores, na Avenida Niemeyer. Ela estava nua e tinha um saco cheio de pedras amarrado ao pescoço. Logo,  a polícia chegou aos nomes de dois suspeitos que estavam com ela em uma festa na noite de seu desaparecimento: George Khour e Michel Frank.

Frank tinha dupla nacionalidade, fugiu para a Suíça e escapou da justiça brasileira. O julgamento do caso ocorreu em 1980, três anos após a morte de Cláudia, e durou cinco dias, um dos mais longos do Tribunal do Júri no Brasil. Ao final,  George Khour foi condenado por ocultação de cadáver e cumpriu pena de três anos e quatro meses. O júri concluiu que ele não era o autor da morte de Cláudia Lessin. Michel Frank não foi julgado e morreu assassinado em Zurique, em setembro de 1989.

Edição do Globo Repórter sobre a morte de Cláudia Lessin Rodrigues, 25/07/1978.

Edição do Globo Repórter sobre a morte de Cláudia Lessin Rodrigues, 25/07/1978.

DESTAQUES

DESINTOXICAÇÃO

A repórter Glória Maria entrevista Wilson Lopes dos Santos, advogado de Michel Frank, um dos acusados pela morte de Cláudia Lessin Rodrigues. Jornal Nacional, 27/08/1977.

A repórter Glória Maria entrevista Wilson Lopes dos Santos, advogado de Michel Frank, um dos acusados pela morte de Cláudia Lessin Rodrigues. Jornal Nacional, 27/08/1977.

A Globo acompanhou o resgate do corpo de Cláudia Lessin, em São Conrado. As imagens serviram como prova para a acusação de que Michel e George teriam espancado e estrangulado a moça até a morte. Ambos alegaram que a jovem havia morrido por ingestão de cocaína.

Em 27 de agosto de 1977, o Jornal Nacional exibiu uma entrevista com o advogado de Michel Frank, Wilson Lopes dos Santos, em que ele justificava a permanência de seu cliente na Suíça, onde se internou em uma clínica de desintoxicação de drogas por 18 dias.

APELO AO PRESIDENTE

O Jornal Hoje de 23 de setembro mostrou uma entrevista com os pais de Cláudia, Hilton e Maria Rodrigues, que declararam que a filha teria sido assassinada, e não morrido por overdose de cocaína. Hilton Rodrigues mostrou ainda uma carta escrita ao presidente Ernesto Geisel na qual pedia maior atenção ao problema das drogas no Brasil. O telejornal apresentou ainda a opinião pública sobre o caso, por meio de entrevistas nas ruas da cidade.

Entrevista com os pais de Cláudia Lessin Rodrigues, Hilton e Maria Rodrigues, que declararam que a filha teria sido assassinada, e não morrido por ingestão de cocaína. Jornal Hoje, 23/09/1977.

Entrevista com os pais de Cláudia Lessin Rodrigues, Hilton e Maria Rodrigues, que declararam que a filha teria sido assassinada, e não morrido por ingestão de cocaína. Jornal Hoje, 23/09/1977.

CONTRADIÇÕES

Em 26 de setembro, o Jornal Nacional mostrou uma entrevista com George Khour na qual ele manifestava vontade de revelar a verdade sobre o caso. Khour, no entanto, foi evasivo e contraditório. Colocou-se como vítima e afirmou ter sido coagido a sair do país. Questionado sobre se estava ao lado de Cláudia quando ela morreu, ele confirmou. Da primeira vez, Khour havia negado que estivesse presenciado a morte de Claúdia Lessin.

Nesta mesma edição, Cid Moreira apresentou um histórico do caso e informou que as imagens exibidas pela Globo, mostrando a descoberta do corpo de Cláudia, haviam sido vistas na íntegra pelo promotor José Cruz Ribeiro. Ele requisitou uma cópia das imagens à emissora para constar como peça da acusação.

SUÍÇA

Em 27 de setembro, o Jornal Nacional exibiu fotos de uma entrevista com Michel Frank em uma clínica psiquiátrica na Suíça, realizada pelo repórter Ilan Khelson e pelo fotógrafo Chico Nascimento, jornalistas da revista Manchete. Foram as primeiras imagens de Michel Frank depois que ele fugiu do Brasil. Segundo a matéria narrada em off, Michel Frank afirmou que nem ele, nem George Khour haviam matado Cláudia Lessin. Khour foi preso ainda naquele mês.

ENTREVISTA EXCLUSIVA

No Fantástico de 16 de julho de 1978, um ano após a morte da jovem, foi ao ar uma entrevista com Michel Frank feita pelo repórter Odilon Coutinho, na Suíça. Era a primeira vez que ele falava à TV. Michel Frank afirmou que a causa teria sido “uma dose letal de cocaína”. O repórter perguntou, então, porque ele e George Khour teriam jogado o corpo na Av. Niemeyer. Ele disse que o uso contínuo de drogas o fez agir de tal modo. O Fantástico informou também que Michel Frank estava em liberdade na Suíça, mas não tinha permissão para sair do país.

No dia seguinte, Hilton Rodrigues, pai de Cláudia, deu uma entrevista exibida no Jornal Nacional, desmentindo a versão de Michel Frank. Ele voltou a afirmar que Cláudia teria morrido assassinada e reclamou da justiça brasileira. Poucos dias depois, em 25 de julho de 1978, o Globo Repórter voltou ao caso, apresentado o documentário Caso Cláudia: intriga internacional.

Entrevista exclusiva do repórter Odilon Coutinho com Michel Frank, um dos acusados da morte de Cláudia Lessin Rodrigues e que falava pela primeira vez à TV. Fantástico, 16/07/1978.

Entrevista exclusiva do repórter Odilon Coutinho com Michel Frank, um dos acusados da morte de Cláudia Lessin Rodrigues e que falava pela primeira vez à TV. Fantástico, 16/07/1978.

MORRE MICHEL FRANK

Em 19 de setembro de 1989, Michel Frank foi assassinado em Zurique. O Jornal Hoje  exibiu uma reportagem sobre o crime, relembrando o caso Cláudia por meio de imagens de arquivo.  Uma entrevista com a mãe da jovem, Maria Lessin Rodrigues, também foi ao ar.

SÉRIE SOBRE CRIMES

Dezenove anos após a morte de Cláudia Lessin, em 13 de agosto de 1996, o RJ-TV exibiu o caso da jovem que a justiça concluiu ter morrido por ingestão de drogas. A série se chamou Os crimes que abalaram o Brasil. A repórter Aline Hungria apresentou um breve histórico do caso.

FONTES

Jornal Nacional (27/08/1977, 26/09/1977, 27/09/1977, 06/10/1978, 17/07/1978); Jornal Hoje(23/09/1977, 19/09/1989); Fantástico (16/07/1978), RJ-TV (13/08/1996). Sites: www.netjurídica.com.br]
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