Por Memória Globo

Frame de vídeo / Globo

No dia 15 de abril de 2013, duas bombas foram detonadas a poucos metros da linha de chegada da Maratona de Boston. A primeira explodiu às 14h50, horário local, a segunda, 13 segundos depois. Vinte e sete mil corredores participavam da prova, uma das mais tradicionais do mundo, enquanto 500 mil pessoas assistiam à corrida. Três morreram, incluindo uma criança, e mais de 200 ficaram feridas.

No dia seguinte, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, classificou o ataque como um ato de terror, hediondo e covarde e pediu que os americanos ficassem em alerta. As investigações não apontavam para nenhum grupo terrorista internacional. Pelo contrário, as bombas eram de fabricação doméstica. Com a ajuda da população, que enviou fotos e vídeos, o FBI identificou os suspeitos: os irmãos chechenos Tamerlan, de 26 anos, e Dzhokhar Tsarnaev, de 19.

Na noite de quinta-feira, dia 18, começou uma caçada implacável aos dois na região metropolitana de Boston. O primeiro morreu no confronto com a polícia. O segundo foi capturado quase 24 horas depois, no quintal de uma casa na cidade de Watertown. Em maio de 2015, Dzhokhar Tsarnaev foi considerado culpado em todas as 30 acusações que sofreu e condenado à pena de morte.

Reportagem de Hélter Duarte sobre o atentado na maratona de Boston. Jornal Nacional, 15/04/2013.

Reportagem de Hélter Duarte sobre o atentado na maratona de Boston. Jornal Nacional, 15/04/2013.

EQUIPE E ESTRUTURA

A Globo cobriu o atentado, as investigações e a caçada aos suspeitos com correspondentes no local e reportagens em seus principais telejornais. Duas equipes de Nova York – Alan Severiano e Lúcio Rodrigues, e Hélter Duarte e Orlando Moreira – foram para Boston acompanhar o caso.

BOMBAS NA MARATONA

As primeiras imagens das explosões na maratona de Boston foram exibidas no Globo Notícia daquela tarde, 15 de abril. Júlio Mosquéra deu as informações, ao vivo, direto da redação da Globo em Nova York. A cobertura completa dos ataques foi apresentada no Jornal Nacional.

Quando o telejornal foi ao ar naquela noite, o correspondente Alan Severiano e o repórter cinematográfico Lúcio Rodrigues ainda não tinham chegado a Boston. O repórter relatou, por telefone, como tinha sido a viagem de carro até aquele ponto e deu mais informações sobre o atentado.

A reportagem de Luís Fernando Silva Pinto destacou as medidas de segurança tomadas pelo governo norte-americano. O correspondente Júlio Mosquéra conversou, pela internet, com uma brasileira que participara da maratona.

O repórter de Alan Severiano relata, por telefone, as dificuldades da viagem de carro de Nova York até Boston para cobrir o atentado que deixou três mortos e mais de duzentos feridos. Jornal Nacional, 15/04/2013.

O repórter de Alan Severiano relata, por telefone, as dificuldades da viagem de carro de Nova York até Boston para cobrir o atentado que deixou três mortos e mais de duzentos feridos. Jornal Nacional, 15/04/2013.

SEM SUSPEITOS

A polícia de Boston e o FBI, que assumira as investigações, ainda não tinham apontado suspeitos para os atentados e não falavam oficialmente em ato terrorista, como informou o Jornal da Globo de 15 de abril. Em seu pronunciamento naquele dia, Barack Obama também evitou falar em terrorismo. As imagens das câmeras de segurança de prédios próximos ao local estavam sendo analisadas pelos peritos em busca de pistas.

Em Boston, Alan Severiano trouxe as últimas informações. A equipe encontrou uma cidade deserta, uma vez que a ordem das autoridades era para as pessoas permanecerem em casa. A área onde aconteceram as explosões estava bloqueada. Só era possível chegar a uma distância de 600 metros do local.

O numero de feridos chegava a 144, como informou Júlio Mosquéra. Muitos estavam em estado grave. A maior parte das vítimas foi ferida com estilhaços abaixo da cintura, e algumas tiveram que amputar parte do corpo.

BRASILEIROS

A matéria de Renato Biazzi, no Bom Dia Brasil de 16 de abril, destacou os brasileiros que participaram da maratona de Boston. Ao todo, 131 estavam inscritos na prova. O repórter conversou com alguns deles por computador ou telefone. Todos relataram o horror que viveram no dia anterior.

Reportagem de Renato Biazzi sobre os brasileiros que participaram da maratona de Boston, onde três pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas após a explosão de duas bombas. Bom Dia Brasil, 16/04/2013.

Reportagem de Renato Biazzi sobre os brasileiros que participaram da maratona de Boston, onde três pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas após a explosão de duas bombas. Bom Dia Brasil, 16/04/2013.

FERIDOS

No Jornal Hoje de 16 de abril, Hélter Duarte, que chegara a Boston naquela manhã, contou o que ele e o repórter cinematográfico Orlando Moreira encontraram na cidade. O número de feridos já havia subido para 176, sendo 17 em estado grave.

A reportagem levada ao ar no Jornal Nacional mostrou o hospital que recebeu o maior numero de vítimas. Muitos pacientes sofreram amputações por causa do efeito das explosões. Segundo os médicos, pareciam ferimentos de guerra.

MEDO

A matéria de Alan Severiano, exibida no Jornal Nacional em 16 de abril, mostrou como a cidade estava no dia seguinte aos atentados. Apesar da presença do Exército, das ruas bloqueadas pela polícia e do clima de medo, os moradores tentavam retomar sua rotina. O repórter conversou com americanos e também com um brasileiro que participou da maratona. O corredor relatou as dificuldades que enfrentou após as explosões.

Como as autoridades recuaram a área de segurança que estava isolada, foi possível mostrar ruas e restaurantes que ficavam mais próximos ao local da tragédia.

Reportagem de Alan Severiano e Lúcio Rodrigues sobre o clima de luto nos Estados Unidos após o atentado na maratona de Boston. Jornal Nacional, 16/04/2013.

Reportagem de Alan Severiano e Lúcio Rodrigues sobre o clima de luto nos Estados Unidos após o atentado na maratona de Boston. Jornal Nacional, 16/04/2013.

ATO DE TERRORISMO

No início, Barack Obama estava cauteloso em suas declarações. Mas no dia seguinte às explosões, classificou os ataques como terrorismo. Foi a primeira vez que o presidente usou a palavra para definir o que aconteceu em Boston. Ainda não se sabia, no entanto, se o ataque havia sido organizado por um grupo estrangeiro ou americano ou mesmo por apenas uma pessoa, como destacou Luís Fernando Silva Pinto em sua reportagem no Jornal Nacional de 16 de abril.

INVESTIGAÇÕES

O repórter Hélter Duarte acompanhou as investigações, como mostrou a reportagem exibida pelo Jornal da Globo de 16 de abril. De acordo com as autoridades, as bombas que explodiram na chegada da maratona eram feitas com materiais caseiros. Elas teriam sido armadas dentro de panelas de pressão, com pólvora, pregos e pequenas bolas de metais, e escondidas em mochilas. A conclusão afastou as suspeitas de o ataque ter sido planejado por grupos terroristas internacionais.

No dia 17 de abril, Alan Severiano e Lucio Rodrigues conseguiram acompanhar as investigações na rua onde aconteceram as explosões. As imagens mostraram os agentes federais vasculhando o local, enquanto moradores assistiam, de longe, ao trabalho.

Reportagem de Alan Severiano sobre as investigações do atentado na maratona de Boston, Jornal Nacional, 17/04/2013.

Reportagem de Alan Severiano sobre as investigações do atentado na maratona de Boston, Jornal Nacional, 17/04/2013.

PRIMEIRAS IMAGENS DOS SUSPEITOS

No dia 18, o FBI divulgou fotos e vídeos de dois jovens suspeitos de terem colocado as bombas na maratona. Eles foram filmados caminhando juntos em direção à linha de chegada, com mochilas nas costas. Um deles foi flagrado colocando a mochila no chão no local da segunda explosão. A polícia pediu a ajuda da população para identificá-los, o que não demorou a acontecer.

No final da edição do Jornal da Globo daquela noite, Christiane Pelajo informou que a polícia havia cercado o campus do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT) e pedido aos estudantes que se mantivessem afastados do local onde estava acontecendo um tiroteio. Não havia, no entanto, mais informações sobre o que estava acontecendo.

CAÇADA HUMANA

Na manhã de 19 de abril, o Bom Dia Brasil trouxe novas informações. A caçada aos prováveis responsáveis pelo atentado começou com o assassinato de um policial no campus do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT). Um dos suspeitos foi morto durante o confronto com a polícia. O outro conseguiu escapar e estava sendo procurado na cidade de Watertown, na região metropolitana de Boston.

A perseguição continuava quando o Jornal Hoje foi ao ar. Ninguém entrava, nem saia da pequena cidade. De Nova York, a correspondente Elaine Bast complementou as informações: os dois terroristas eram os irmãos Tamerlan, de 26 anos, e Dzhokhar Tsarnaev, de 19. Muçulmanos de origem chechena, eles viviam legalmente nos EUA há mais de dez anos.

A reportagem de Alan Severiano e do cinegrafista Lucio Rodrigues, que já estavam em Watertown quando o JH foi ao ar, mostrou o movimento da polícia na cidade.

WATERTOWN

No Jornal Nacional de 19 de abril, Hélter Duarte atualizou as informações, ao vivo, de Watertown. O repórter explicou que a equipe passou por cinco barreiras policiais até chegar à cidade. Naquele momento, de acordo com informações da rede de TV CBS, o suspeito estava cercado. A matéria de Hélter Duarte e Orlando Moreira mostrou como começou a perseguição policial, que teve início em uma loja de conveniência, em Cambridge.

Alan Severiano e Lucio Rodrigues acompanharam a operação da polícia ao longo de todo o dia. O repórter conversou com um brasileiro que estudou com um dos irmãos Tsarnaev e entrevistou uma brasileira que vivia na cidade com seus dois filhos.

CAPTURADO!

No final da noite daquela sexta-feira, 19 de abril, a Globo interrompeu sua programação para anunciar que a polícia de Boston, após 22 horas de caçada, prendera Dzhokhar Tsarnaev. Em seguida, o Jornal da Globo trouxe os detalhes da captura do suspeito, com reportagens de Alan Severiano e Hélter Duarte em Watertown.

O Jornal Nacional do dia seguinte, 20 de abril, levou ao ar a cobertura completa do desfecho da perseguição.

FANTÁSTICO

No domingo, 21 de abril, o Fantástico trouxe informações sobre a prisão de Dzhokhar Tsarnaev e um histórico do caso desde as explosões das bombas na segunda-feira. O programa também levou ao ar reportagens especiais sobre os irmãos terroristas.

Júlio Mosquéra conversou com um brasileiro que conhecia Dzhokhar Tsarnaev. O mecânico contou que o viu pela última vez na terça-feira após os ataques e que ele estava bastante nervoso. O correspondente visitou a academia de boxe onde Tamerlan Tsarnaev treinava jiu-jítsu. O professor, também um brasileiro, falou sobre o comportamento do jovem. Júlio Mosquéra e o repórter cinematográfico Sherman Costa ainda foram a casa onde os dois irmãos viveram com a família em Cambridge e à universidade frequentada por Dzhokhar.

Rodrigo Alvarez, correspondente no Oriente Médio, foi ao Daguestão, região separatista da Rússia, onde viviam os pais dos dois irmãos.

Reportagem de Júlio Mosquéra sobre o perfil irmãos Tsarnaev, responsáveis pelo atentado em Boston, e de Rodrigo Alvarez, que foi ao Daguestão, região separatista da Rússia, onde viviam os pais dos dois irmãos. Fantástico, 21/04/2013.

Reportagem de Júlio Mosquéra sobre o perfil irmãos Tsarnaev, responsáveis pelo atentado em Boston, e de Rodrigo Alvarez, que foi ao Daguestão, região separatista da Rússia, onde viviam os pais dos dois irmãos. Fantástico, 21/04/2013.

FONTES

Bom Dia Brasil, 16-19/04/2013; Fantástico, 21/04/2013; Jornal da Globo, 15-19/04/2013; Jornal Hoje, 15-20/04/2013; Jornal Nacional, 15-20/04/2013.
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