Por Memória Globo

Frame de vídeo / Globo

No dia 30 de dezembro de 1976, a socialite mineira Ângela Diniz foi morta a tiros por seu marido, o empresário Raul “Doca” Fernandes do Amaral Street, no balneário de Búzios, no Rio de Janeiro.

Doca Street foi condenado a dois anos de cadeia, mas obteve o direito de cumprir a pena em liberdade. A tese da defesa era de que ele teria agido em legítima defesa da honra e “matado por amor”. O argumento gerou polêmica. Militantes feministas organizaram um movimento cujo slogan – “quem ama não mata” – tornou-se, anos mais tarde o título de uma minissérie da Globo.

Edição do Globo Repórter sobre o assassinato de Ângela Diniz, 16/10/1979.

Edição do Globo Repórter sobre o assassinato de Ângela Diniz, 16/10/1979.

A força dos protestos populares e o pedido de revisão do promotor levaram Doca Street a novo julgamento, em novembro de 1981. Condenado a 15 anos de prisão em regime fechado, ele obteve liberdade condicional. 

JULGAMENTO

Reportagem de Glória Maria sobre o julgamento de Doca Street, assassino de Ângela Diniz, Jornal Hoje, 18/10/1979.

Reportagem de Glória Maria sobre o julgamento de Doca Street, assassino de Ângela Diniz, Jornal Hoje, 18/10/1979.

O jornalismo da Globo noticiou a morte e acompanhou o desdobramento do caso. Em 16 de outubro de 1979, dias antes da realização do primeiro julgamento de Doca Street, foi ao ar um Globo Repórter especial sobre o assassinato, que incluiu o comovente depoimento  da mãe de Ângela Diniz, Maria Diniz, e imagens do local em que seu corpo foi enterrado, em Belo Horizonte, MG.

No dia 18 de outubro de 1979, o Jornal Hoje noticiou o desfecho do primeiro julgamento de Doca Street, realizado no fórum de Cabo Frio, RJ. Com imagens do tribunal lotado, a repórter Glória Maria descreveu os argumentos da acusação e da defesa e, em seguida, informou que Doca Street já estava em liberdade. Ainda naquele dia, no Jornal Nacional, a repórter entrevistou o empresário na saída do tribunal.

A promotoria recorreu da sentença. Dois anos depois, em 5 de novembro de 1981, ocorreu um novo julgamento, no qual o empresário foi condenado a 15 anos de prisão em regime fechado.

LINHA DIRETA

Em 5 de junho de 2003, o caso foi retratado no programa Linha Direta Justiça. Além da reconstituição do crime e da exibição de diversas imagens de arquivo, o episódio Ângela e Doca contou com os depoimentos do escritor e deputado federal Fernando Gabeira, do jornalista Artur Xexéo e da feminista Mirian Christus, entre outros.

Doca Street morreu no Rio de Janeiro, no dia 18 de dezembro de 2020 de uma parada cardíaca. Ele tinha 86 anos de idade.

FONTES

MEMÓRIA GLOBO. Jornal Nacional – a notícia faz história. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2004.
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