Dezessete anos depois do acidente com o ônibus espacial Challenger, os Estados Unidos voltaram a viver mais uma tragédia no espaço. Em 1º de fevereiro de 2003, o ônibus espacial Columbia explodiu quando sobrevoava a região do Texas, poucos minutos antes de pousar na Flórida. Todos os sete tripulantes a bordo – seis americanos e um israelense – morreram.
Segundo as investigações, a causa do acidente teria sido uma fissura na asa esquerda do ônibus espacial que aconteceu durante o seu lançamento. O problema não foi detectado e, ao reentrar na atmosfera, o calor aumentou essa rachadura que acabou destruindo a asa e causando a explosão da nave.
EQUIPE E ESTRUTURA
Os correspondentes da Globo nos Estados Unidos ficaram à frente dessa cobertura. Cristina Serra e Patrícia Poeta noticiaram, de Nova York, a repercussão do acidente, enquanto Heloísa Villela e Orlando Moreira foram a Houston, no Texas, mostrar a busca pelos destroços. Em Washington, Luís Fernando Silva Pinto informou sobre as investigações das causas do desastre. Em Londres, o repórter Marcos Losekann acompanhou a reação da Europa e do Oriente Médio diante da tragédia espacial.
Reportagem de Cristina Serra no dia do acidente, com as primeiras informações sobre o ocorrido, Jornal Nacional, 01/02/2003.
DESTAQUES
As primeiras notícias sobre a explosão do Columbia foram ao ar no Jornal Hoje, logo após a confirmação feita pela Agência Espacial dos Estados Unidos, a Nasa. Por telefone, direto de Nova York, a correspondente Heloísa Villela deu as últimas informações sobre o acidente. Naquele momento já não havia esperanças de encontrarem sobreviventes.
No Jornal Nacional de 1º de fevereiro, a correspondente de Nova York, Cristina Serra, informou que, no momento do desastre, o Columbia já havia entrado na atmosfera terrestre. Era a primeira vez, segundo a Nasa, que uma nave explodia quando se preparava para aterrissar.
No dia seguinte, o Fantástico apresentou uma reportagem especial, também produzida pela repórter Cristina Serra, sobre os últimos momentos dos astronautas no Columbia. Direto de Nova York, a correspondente comentou as imagens divulgadas pela agência espacial norte-americana, revelando a alegria dos tripulantes com a volta para casa. A última missão do ônibus espacial durara 16 dias, durante os quais foram realizadas mais de oitenta experiências a bordo.
Reportagem de Cristina Serra no dia do acidente, com as primeiras possibilidades levantadas pela Nasa para o ocorrido, Jornal Nacional, 01/02/2003.
Reportagem sobre a coletiva dos diretores da Nasa com as primeiras hipóteses para o acidente, Jornal Nacional, 01/02/2003.
Edição do Fantástico com reportagens de Cristina Serra, sobre os últimos instantes antes do acidente ocorrido em 01/02/2003 e de Luís Fernando Silva Pinto, sobre familiares de um dos astronautas mortos, 02/02/2003.
Nos dias seguintes, a tragédia com o ônibus espacial Columbia permaneceu no noticiário dos principais telejornais. O repórter Luís Fernando Silva Pinto acompanhou a entrevista coletiva do diretor da Nasa, em Washington, e informou os detalhes, por telefone, na edição do Bom Dia Brasil de 3 de fevereiro. Segundo a agência norte-americana, foram constatados problemas com a nave pouco antes do centro de controle perder o contato com a tripulação.
O Jornal Nacional daquela noite deu novamente destaque à explosão da Columbia. A repórter Heloísa Villela e o cinegrafista Orlando Moreira foram até Houston, no estado do Texas, de onde mostraram como estava a busca pelos destroços do ônibus espacial. As equipes contavam com a ajuda de cavalos e equipamentos guiados por satélites. As peças encontradas seriam fundamentais na investigação das possíveis causas do acidente.
Reportagem de Patrícia Poeta sobre as causas do acidente, ocorrido em 01/02/2003, Bom Dia Brasil, 04/02/2003.
Na manhã seguinte, 4 de fevereiro, o Bom Dia Brasil informou que a Nasa sabia, antes da tragédia, que havia uma placa danificada na asa esquerda do ônibus espacial. O telejornal se referia à divulgação, no dia anterior, de um relatório produzido pela Nasa no 12º dia da missão. Em seguida, uma matéria da correspondente Patrícia Poeta noticiou que o relatório havia sido entregue pessoalmente pelo diretor da agência ao então presidente George W. Bush.
No dia 15 de fevereiro, foi a vez do Jornal da Globo produzir uma matéria sobre a falha no revestimento térmico da nave, apontada pelos especialistas como a possível causa da tragédia. Naquela edição, direto de Paramus, em Nova Jersey, a correspondente Heloísa Villela deu mais detalhes sobre o avanço nas investigações e apresentou uma nova turma de candidatos a astronautas, informando que o programa espacial norte-americano continuaria.
FONTES
MEMÓRIA GLOBO. Jornal Nacional: a notícia faz história. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2004; Bom Dia Brasil, 03/02/2003, 04/02/2003; Fantástico, 02/02/2003; Jornal da Globo, 03/02/2003; Jornal Hoje, 01/02/2003; Jornal Nacional, 01/02/2003, 03/02/2003, 04/02/2003. |