Por Memória Globo

Acervo/Globo

TRAMA PRINCIPAL

Conflito de gerações, preconceito social, infelicidade conjugal, reforma agrária e questões raciais foram alguns dos temas discutidos pelo autor Dias Gomes na novela. A trama, juntamente com 'Véu de Noiva', de Janete Clair, lançada um mês antes, inaugurava na Globo um novo estilo de fazer telenovelas, pautado por gravações em externas e exploração da realidade por meio da abordagem de temáticas nacionais e assuntos do cotidiano. Ambientada na Bahia, Verão Vermelho também destacou a cultura popular local, com suas festas de rua, rodas de capoeira e candomblé, além dos problemas sociais.

Paulo Goulart, Dina Sfat, Jardel Filho e Arlete Salles em 'Verão Vermelho', 1969 — Foto: Acervo/Globo

A novela tem início mostrando a péssima relação conjugal de Adriana (Dina Sfat) e Carlos (Jardel Filho). Os dois, oriundos de classes sociais distintas, casaram-se muito novos, sem nem ao menos se conhecerem bem, e vivem em constante conflito. Adriana era pobre, filha de Bruno (Mário Lago), um humilde sapateiro; Carlos, filho da despótica Jandira Serrano (Ida Gomes), já nasceu rico, um dos herdeiros de uma família de latifundiários. Pais de Patrícia (Maria Cláudia), que está completando 15 anos, eles mal disfarçam a infelicidade. É durante a festa de aniversário da menina, no primeiro capítulo da novela, que Adriana reencontra o médico Flávio (Paulo Goulart), por quem Patrícia diz estar apaixonada. O encontro com Flávio deixa Adriana perturbada, e ela começa a lembrar de tudo o que aconteceu em sua vida desde que se casou. Um longo flashback ocupa 12 capítulos da trama, para explicar a relação entre Adriana, Carlos e Flávio, o triângulo amoroso condutor da história.

Emiliano Queiroz em 'Verão Vermelho', 1969 — Foto: Acervo/Globo

Ao casar-se com Carlos, Adriana foi morar no interior da Bahia, onde, aos poucos, descobriu a verdadeira personalidade do marido, um homem rude e dominado pela mãe, Jandira, e pelos valores de sua família. Jandira inferniza a vida da nora, não escondendo seu desagrado com o casamento do filho. Além disso, Adriana é assediada pelo irmão de Carlos, Irineu (Emiliano Queiroz), um homem cínico e sem escrúpulos, que vive rodeado de jagunços. A jovem esposa também é obrigada a suportar a presença de Selma (Arlete Salles), ex-noiva de Carlos, que não deixa de frequentar a casa da família Serrano e vive atrás do ex-noivo. Abalada, Adriana decide retornar para a casa do pai em Salvador que, no entanto, a aconselha a voltar para o marido, principalmente porque está grávida. Na longa viagem de trem de volta ao interior, Adriana conhece Flávio, e os dois se aproximam, descobrindo afinidades. Mas como está disposta a investir em seu casamento, Adriana pede a Flávio para não procurá-la. O jovem médico, porém, passa a atender na região onde vive Adriana. Os dois acabam se encontrando por acaso e são obrigados a refrear seus sentimentos.

Ida Gomes em 'Verão Vermelho', 1969 — Foto: Acervo/Globo

Paralelamente, a novela aborda o conflito entre os Serranos e a família Morais por causa de uma disputa de terras. Jandira Serrano ordena o massacre dos Morais, que se recusam a deixar sua fazenda. O único sobrevivente é Raul, um menino de dez anos, que se escondera durante a carnificina. Irineu, que comandou o massacre, é ferido no conflito, e Flávio, a princípio, recusa-se a atendê-lo. O médico passa a ser procurado pelos jagunços dos Serranos, que têm a missão de dar-lhe uma lição. Adriana, na ausência de Carlos, esconde Flávio em sua casa por uma noite, para que ele fuja no dia seguinte. Ao descobrir, por meio de Selma, que a esposa escondeu o fugitivo, Carlos leva a filha para viver com Jandira e dá uma surra de chicote em Adriana. Algum tempo depois, ele decide se mudar para Salvador com a mulher e a filha.

Maria Cláudia na novela 'Verão Vermelho', 1969 — Foto: Acervo/Globo

A novela volta novamente ao final da década de 1960 e início de 1970, época em que se passa a trama. A jovem Patrícia suspira por Flávio, o que deixa Adriana muito perturbada, já que o médico foi o único homem que amou de verdade. Flávio não quer nada com a jovem: ele é apaixonado por Adriana, que tenta afastá-lo da filha. Mas Carlos, ignorando que aquele homem é o médico que enfrentou o poder de sua família e se recusou a atender seu irmão (ele não chegou a conhecer Flávio no passado), simpatiza com o cardiologista. A essa altura, embora ainda casados, Carlos e Adriana são frios e distantes um com o outro, e ele se tornou amante de Selma.

A vida de Flávio também está atrelada à do jovem Raul (Carlos Vereza), o sobrevivente da chacina da família Morais. Agora com 25 anos, Raul quer reabrir o processo contra Irineu pela morte de seus familiares, e está à procura de Flávio, a única testemunha do massacre. Raul está foragido da prisão, onde fora encarcerado por tentar matar Irineu, e passa a perseguir não só o assassino mas a todos da família Serrano, jurando vingança. Flávio, no entanto, é reconhecido por Irineu, que quer acabar com sua vida. O médico passa a ser perseguido pelos Serranos e, após ser novamente preterido por Adriana, viaja para a Europa.

Mais tarde na trama, Patrícia se apaixona por Raul, que acaba virando um líder camponês, com embates constantes com seu pai. Adriana e Carlos, por sua vez, se desquitam, o que era considerado um tabu na época.

TRAMA PARALELA

Geralda

Ruth de Souza e Lúcia Alves em 'Verão Vermelho', 1969 — Foto: Acervo/Globo

Filha de Clementina (Ruth de Souza) e Simão (Urbano Lóes), empregados de Adriana (Dina Sfat) e Carlos (Jardel Filho), Geralda (Lúcia Alves) é uma jovem interessada em ascender de classe. Ela namora em segredo o jovem advogado Eduardo (João Paulo Adour) e, a princípio, esconde dele sua origem. Depois, não quer que o namorado e a família dele saibam que sua mãe é negra.

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