Por Memória Globo

Acervo/Globo

Na emissora, o programa tinha direção de Renato Pacote e Teti Alfonso. A narração era de Tércio de Lima, e o anunciador das lutas era Jayme Ferreira. As lutas encenadas colocavam frente a frente um “bonzinho” contra um “malvado”. E valia tudo: mordida, dedos nos olhos, tijoladas na cabeça, limões espremidos nos olhos, supercílios cortados com gilete e até bater no juiz. No programa, aproveitando a distração do juiz, o vilão batia covardemente no mocinho, e o público, com raiva, gritava e jogava sapatos e guarda-chuvas no ringue. Quando tudo parecia perdido, o bonzinho recuperava as forças, aplicava uma série de tesouras voadoras no malvado e vencia a luta.

Havia o “cruzamento de espadas”, golpe em que o lutador forçava o oponente no tablado, encostando peito a peito. Se o lutador de baixo não se livrasse do golpe em três segundos, perdia o combate. Havia também a “tesoura voadora”, o golpe em que se “voava” com os dois pés no peito do adversário, mandando-o para a lona. E havia também o “soco-inglês” – uma peça metálica que se encaixa nos quatro dedos da mão, com exceção do polegar, para desferir golpes violentos no adversário.

Período de Exibição: 04/03/1967 – 27/09/1969 | Horário: 20h | Periodicidade: aos sábados

EXCLUSIVO MEMÓRIA GLOBO

Entrevista exclusiva do diretor Teti Alfonso ao Memória Globo, em 05/04/2007, sobre o programa Telecath Montilla.

Entrevista exclusiva do diretor Teti Alfonso ao Memória Globo, em 05/04/2007, sobre o programa Telecath Montilla.

Entrevista exclusiva do diretor Teti Alfonso ao Memória Globo, em 05/04/2007, sobre o programa Telecath Montilla.

Entrevista exclusiva do diretor Teti Alfonso ao Memória Globo, em 05/04/2007, sobre o programa Telecath Montilla.

Só os malvados usavam soco-inglês; os bonzinhos se defendiam. Os malvados batiam até “tirar sangue” do bonzinho. Mas Ted Boy Marino, o galã, não colocaria a cara para bater até sangrar. É que a telinha não mostrava, mas o vilão pegava no corner saquinhos de plástico com groselha. Ele fechava a mão com o soco-inglês e quando desferia o golpe na cara do bonzinho, espremia a groselha que explodia “em sangue”. No dia seguinte, o bom rapaz aparecia sem nenhuma cicatriz no rosto. No ringue, os personagens se digladiavam sob as marcações de uma luta ensaiada. A encenação era marcada pelo tom caricatural e cômico dos golpes e dos estilos de seus protagonistas. O programa chegou a despertar protestos de lutadores, empresários de boxe, jornalistas esportivos e pugilistas, que acreditavam que as lutas livres ensaiadas da TV, com golpes combinados e o final previamente decidido, desmoralizavam o boxe brasileiro.

Evolução

'Telecatch Montilla' foi originalmente criado na TV Excelsior e passou a ser exibido pela Globo em 1967. Era transmitido ao vivo do auditório da emissora, aos sábados, inicialmente às 20h. Dois anos depois, o programa passou a ser exibido na TV Tupi. Saiu do ar em 1972.

Personagens

O principal personagem do programa era Mario Marino, um italiano que desembarcou em Buenos Aires aos 12 anos e veio para o Brasil com 24. Consagrou-se como Ted Boy Marino. Os outros personagens, conhecidos como os reis do ringue, eram: o traiçoeiro Mongol, o exótico Leopardo, o extraordinário Tigre Paraguaio, o misterioso Verdugo, o impagável Tony Videla, o irritante Rudy Pamias, o violento Rasputin Barba Vermelha, o campeão Caruso e os irmãos estilistas Beto e Sergio.

Rasputim Barba Vermelha em 'Telecatch Montilla'. — Foto: Acervo/Globo

Newton em 'Telecatch Montilla'. — Foto: Acervo/Globo

Pepe em 'Telecatch Montilla'. — Foto: Acervo/Globo

Capanga em 'Telecatch Montilla'. — Foto: Acervo/Globo

Fernandez em 'Telecatch Montilla'. — Foto: Acervo/Globo

Fiori em 'Telecatch Montilla'. — Foto: Newton M. Siqueira/Globo

Hélio Silva em 'Telecatch Montilla'. — Foto: Acervo/Globo

Beto em 'Telecatch Montilla'. — Foto: Acervo/Globo

Mandrake em 'Telecatch Montilla'. — Foto: Newton M. Siqueira/Globo

Pantera em 'Telecatch Montilla'. — Foto: Acervo/Globo

Touro Bronze em 'Telecatch Montilla'. — Foto: Acervo/Globo

Curiosidades

Ted Boy Marino conta que era preciso habilidade para lutar e muito treino para saber cair. Mas, apesar do seu know-how, ele se acidentou diversas vezes: quebrou joelho, tornozelo, braço, ombro e costelas. O galã loiro, de porte atlético, tinha muita popularidade entre as crianças e o público feminino. Ele conta que, na época, chegava a receber mais de duas mil cartas por semana e que precisava entrar com seguranças na TV Globo, devido ao assédio dos fãs. Mas os bons tempos foram interrompidos pela censura, que tirou a luta livre do horário nobre e, depois, da programação. O espetáculo-marmelada fazia muito sucesso e ainda voltou em várias versões nas décadas de 1970 e 1980 em outras emissoras. Depois que o gênero saiu de moda, o lutador passou a se apresentar em clubes e teatros do interior. Participou também de programas humorísticos, como 'Os Trapalhões' (1977) e a 'Escolinha do Professor Raimundo' (1990).

Ficha Técnica

Direção: Renato Pacote e Teti Alfonso

FONTES

MESQUITA, Vinícius. “Os Socos que Faziam o Brasil Parar”. In: Estado de S. Paulo, 26/09/1993; “Tele Catch Montilla”. In: O Globo, 11/03/1967; “A Farsa do telecatch”. In: Veja, 09/04/1969; “Carne e Circo”. In: Veja, 27/11/1985.
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