hugo’s review published on Letterboxd:
absolute cinema.
o farol é um tipo de arte que preza primordialmente pela subjetividade, o espectador tem o poder de decisão do enredo, isso incomoda muita gente, por isso é válido tantas pessoas não gostarem, definitivamente não é um filme para qualquer pessoa, essa cinematografia tem uma série de camadas que estruturam todo seu enredo e camadas psicológicas mais profundas ainda, alguns exemplos: como o isolamento social afeta nossa saúde mental? ephraim até afirma que tom se assemelha a um animal! como que funciona o estresse pós traumático? como seria uma psicose? como é o homem com impulsos sexuais reprimidos?
o longa irá brincar muito com sua percepção, te fazendo questionar a cada cena se tudo isso é real ou não, até as próprias falas do tom deixam isso evidente durante todo o filme, os próprios sonhos do ephraim (thomas) que por muitas vezes é tratado como uma simples consequência do álcool. o mais magnifico é a pulga atrás da orelha que o diretor deixa no filme, se ambos os thomas são a mesma pessoa ou não e há argumentos para os dois tipos de embasamentos e isso é muito fascinante.
sinceramente foi a melhor atuação do robert pattinson que já vi e uma das melhores de um dos meus atores favoritos, o famigerado dafoe. não vi “a bruxa”, filme de estreia de robert eggers, mas com certeza irei ver, esse diretor é brilhante. sem falar em sua opção pelo visual preto em branco que deixa a experiencia totalmente imersiva no passado, ao mesmo tempo que intensifica a estranheza do filme.
daria para escrever quase uma bíblia sobre o tanto de elementos grandiosos dessa arte.