Sab's’s review published on Letterboxd:
"I'm taking such good care of my little white boys."
Challengers, dirigido por Luca Guadagnino, o mesmo diretor de Me Chama Pelo Seu Nome e Suspiria, apresenta uma abordagem intrigante à sensualidade, uma marca registrada em seus trabalhos anteriores. Vi muitos que trazem Challengers como uma incursão no território do soft porn ou excessivamente sensual, eu o interpreto como uma exploração sutil da sexualidade, característica dos filmes de Luca. Porém, embora o filme apresente uma premissa intrigante, sinto que não consegue totalmente realizar seu potencial.
A ideia central de um triângulo amoroso é relativamente nova em Hollywood, eu pelo menos, não me lembro de ter visto um filme que o protagonista em si seja um trio. E embora em Challengers, você possa achar que a Tashi é a protagonista, até porque ela é a ideia central quando se trata dos anúncios. Mas, obviamente, se você prestar bem atenção, a protagonista não é ela. Sinceramente, eu diria que ela é apenas uma coadjuvante em seu filme, os protagonistas são Patrick e Art, não tirando o papel de Tashi em sua trama. Ela acaba servindo como um pivô na amizade entre Patrick e Art. Essa dinâmica é intrigante e inteligentemente executada, mas o filme não a explora totalmente. Apesar de suas duas horas de duração, o desenvolvimento dos personagens parece insuficiente. A personagem de Tashi, em particular, permanece um tanto enigmático, com sua paixão pelo tênis sendo seu traço definidor. Art ama Tashi, Tashi ama tênis, mas o papel de Patrick parece subdesenvolvido, servindo principalmente para preencher um vazio narrativo.
— How often does this happen? Going after the same girl?
— Not as often as you'd think.
— We usually have different types.
— So you're saying I should be flattered?
— Aren't you everybody's type?
A alegação de apatia de Patrick contrasta com seu cuidado evidente por Art, revelando motivações de seu personagem que permanecem em grande parte inexploradas. Se o filme tivesse explorado mais a fundo as motivações e interações deles, poderia ter alcançado uma dinâmica mais envolvente. Afinal, fica a pergunta no final da trama de "Quem são eles?" A ideia de seus personagens é muito vazia. Inclusive, embora Tashi tenha desempenhado um papel central na trama, realmente acredito que sua personagem poderia ter sido mais explorada. Sua paixão pelo tênis é uma faceta interessante, mas parece ser o único aspecto de sua personalidade que realmente exploramos. Seria fascinante ver mais nuances em seu relacionamento com Patrick e Art, e como isso afetou sua trama individual
Enfim, embora Challengers tenha seus pontos fortes—particularmente em suas sequências de tênis e partida final—o roteiro acaba ficando inferior de seu potencial. Apesar da minha animação inicial, duvido que o revisitaria devido a esses pontos. É uma pelicula divertida, sensual e inteligente, infelizmente, que não conseguiram lidar com isso. É uma pena, Challengers fica algo no pensamento de que poderiam ter chegado em seu clímax total, afinal, todos os aspectos da fotografia ate a trilha sonora são extremamente envolventes, porém, por algum motivo, acaba não funcionando.