48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

Há em Oeste Outra Vez um cinema nacional em seu esplendor e aqui me refiro ao trabalho competente de inúmeros profissionais com elogios rasgados à fotografia, direção de arte, trilha sonora, som, edição e atuações, o que mostra direção cuidadosa de Érico Rassi em um pastiche dos faroestes americanos, onde tudo encontrará um jogo de brincadeiras e subversões: o tiroteio, a trilha sonora, a poeira levantando, os cenários, a cavalgada, o fogo. É difícil não qualificar parte do filme como estupenda.

Agora, roteiro e a tão falada abordagem à masculinidade tóxica se perderam em um esvaziamento. Personagens são ridículos aqui: risíveis, vez ou outra dignos de pena (especialmente o personagem capanga), em um estereótipo que deixa tantas dúvidas… Será um filme para sudestinos verem e rirem deste interior do Brasil? As mulheres que apanham de homens que sofrem com o alcoolismo estariam se divertindo este mesmo tanto? Houve aqui uma naturalização da violência no formato de entretenimento enquanto o feminicídio no Brasil segue exorbitante? Tudo isso é tão divertido assim?