Past Lives

Past Lives

No cinema, é comum encontrarmos grandes histórias de amor que são impedidas por outros relacionamentos existentes ou outras barreiras da vida, distância, sociedade, classe, guerra, existem diversos elementos que podem ser usados para transformar um romance em algo ainda mais interessante por ser simplesmente, impossível. Talvez nenhum desses recursos seja tão parte do melodrama e tão gostoso de se torcer contra do que o próprio casamento, por Clint Eastwood, David Lean ou Wong Kar-wai, são pencas de exemplos de obras que nos fizeram torcer para que uma mulher largasse sua vida, e seu marido, para viver um outro amor. Esse talvez seja o maior trunfo que a diretora Coreana/Canadense Celine Song vai usar para tornar sua narrativa mais interessante, mudando um tanto a perspectiva, mas sem ser seu principal ponto de partida. “Vidas Passadas” é acima de tudo uma história sobre as próprias passagens da vida, e percorre seu tempo de duração como tal, sem medo de dar grandes pulos de décadas na frente, caminhando pelo destino de seus personagens como uma observação por janelas breves. A cada período é como se uma fresta fosse aberta para assistirmos como estão Nora (Greta Lee) e Hae Sung (Teo Yoo), até o ponto em que nos é permitido participar passivamente. Mas, mesmo nos reencontros dos dois amigos de infância apaixonados, Song preserva sua emoção bem guardada nas estruturas aparentemente inabaláveis de Nora, é ela quem comanda toda a carga sentimental - e o olhar - liberando no momento certo um auge que engloba toda a bonita ideia do filme.

Crítica completa.

Block or Report