Brunaupark

Brunaupark

Quando se fala em documentários e prédios, quem é brasileiro já automaticamente se lembra do grande filme de Coutinho, Edifício Master. Mas se ao observar o prédio em Copacabana, o documentarista buscava conhecer a história de cada vida ali dentro, Felix Hergert e Dominik Zietlow vão por outro caminho, que encontra com as pessoas para compreender a alma da estrutura física, em um caminho de fora para dentro, o oposto. Os prédios de Brunaupark formam quase uma cidade dentro da cidade, e ainda que o filme adentre os apartamentos para conhecer seus moradores, existe uma exaltação de toda sua forma externa, os parques e áreas comuns em que as crianças crescem, brincam e criam laços, os espaços abertos que acomodam confraternizações entre vizinhos e reuniões sobre suas manifestações contra a demolição, o quiosque onde comiam pizza há mais de 20 anos. O distanciamento dessa abordagem nem sempre facilita uma compreensão dos personagens, os tijolos humanos tão importantes aqui, transitando entre muitos idiomas sem realmente conhecer muito bem cada parte individual visitada. Ainda assim, essa comunidade se mostra muito mais do que um lugar para morar e enquanto o longa opta por praticamente não contextualizar esse lugar dentro de Zurique com seu entorno, é realmente como se o destacasse como um território independente, e assim seria totalmente, não fosse a presença de seu maior vilão, outro prédio, o do Banco Credit Suisse.

Crítica completa.

Block or Report