Nicholas Francisco’s review published on Letterboxd:
Ao pretender compilar o neo nazismo de estado mínimo com o urbanismo do tempo, acaba vacilando numa megalomania egocêntrica do poder do artista e as relações de tal com as diversas outras estruturas que o rodeiam, reservadas a caricaturas desinteressantes, algumas servem como apenas pontuações no seu grande final otimista. Visualmente estridente, é o The Vessel cinematográfico, a escadaria para lugar nenhum: enquanto sobe pelos degraus, escorrega pelos corrimãos; não bastasse a experiência ser contornada por essas "meditações" enjoativas, que tornam o filme vergonhoso e cansativo.
Tudo muito didático, sem grandes comunicações, acaba dependente de uma realização caquética que não conversa com suas diversas facetas. Ainda que falem muito da sua desconexão com o grande público, seu grande problema é sua inabilidade intrapessoal, não por que falhou nela mas, suspeito eu, por que nem a percebeu.
Entretanto, mais do que isso tudo, faltou uma cidade. Uma estruturação aos moldes de As Cidades Invisíveis do Ítalo Calvino, por que não. Discordo de uma suposta radical singularidade da obra, seu núcleo é muito pobre. Em sua conclusão, este manifesto do liberalismo é justamente isto: manifesto, apenas palavras.