Michel Gutwilen’s review published on Letterboxd:
Normalmente sou fácil de me emocionar com filmes amorosos e em um primeiro momento estranhei porque este filme do Rob Reiner não me provocou lágrimas. Eu esperava que na cena do primeiro beijo ou no minuto final eu chorasse sem fim, mas não aconteceu. Teria sido uma falha do filme em construir uma encenação da cena? Cheguei a conclusão que na verdade este é o movimento mais natural possível, porque esta narrativa é muito menos sobre um forte "clímax" que explode uma série de emoções catárticas acumuladas em repressão durante o tempo e mais sobre uma calma construção que vai deixando seus gestos de amor espalhados ao longo da narrativa. O beijo que eles dão não é o "acúmulo" de tudo, "O" momento catártico em que eles viram amantes, porque isso já vem desde antes da consumação carnal, de uma sedimentação pelo tempo. O amor já existe antes deles saberem, quando ainda são amigos, então o beijo é mera confirmação do que já foi visto antes por outras formas de se amar. É isto, um roteiro que constrói um jogo de infortúnios bem gostoso de se acompanhar entre uma dupla de atores que sabe ter tanta química quanto funcionamento pelo contraste.