Megalopolis

Megalopolis

nessa brincadeira saudável de etarismo, pensei na época do lançamento de cry macho e zeros and ones que ambos os filmes tinham uma força demencial qualitativa, um tempo de cena que caminhava contra a expectativa da própria estrutura que os filmes construíam de seus arquétipos e pastiches, um ritmo de apagamento motor que valorizava a acumulação e a pontualidade da ação... megalopolis também resguarda uma encenação da demência, mas sua aurora demencial é extravagante, "kitsch", uma execução vegetativa que não faz mais do que transparecer todo o processo do filme a cada sequência desajeitada. um projeto de espetáculo sem a menor capacidade de escala, em que se espera que cada coleção de absurdos consiga materializar seu arrojo conceitual em algum tipo de composição completa. é isso que está tematizado no projeto, óbvio, mas é como assistir um filme perdido que só restaram stills e esboços para completar a película queimada, sobrando apenas a mancha de um passado impossível, sem interesse em existir

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