Vou contar uma história que aconteceu de verdade que eu inventei agorinha.
A história de gangster que abraça o misticismo. Permeada pela umbanda, pelo caos brasileiro e a masculinidade fraca. O corpo fechado da proteção que é divina, mas também materna. Belíssimo trabalho de direção, a câmera livre que cria movimentos, entra nesse imaginário e transmite a instabilidade de seus personagens, se tornando cada vez mais dinâmica enquanto os conflitos se tornam mais próximos e inevitáveis. A morte é certa para todos, a arma mata impiedosamente, banaliza, mas Gabriel nunca anda só, o menino imaturo, imortal pelo laço com a mãe, só sente dor nessa possibilidade de perda, só assim sua armadura pode ser ferida. Não amadurece, mas se ergue como uma entidade, um deus, maior que todos seus inimigos.
Assistido em 35mm no CineSesc.