Synopsis
A film like a monument: Luz nos Trópicos is a tribute to the rich greens of the Amazon and the forests of New England in winter, celebrating the indigenous peoples of continental America and flowing as a film as freely as a winding river.
A film like a monument: Luz nos Trópicos is a tribute to the rich greens of the Amazon and the forests of New England in winter, celebrating the indigenous peoples of continental America and flowing as a film as freely as a winding river.
Going down the river and reimagining the Americas through a relationship between the camera and the land, attraction and alienation that exists beyond the usual colonial terms. A history of haunted forms, of experiences of living through time It is organized as a series of visual suites of varied inventiveness and length that Gaitan conducts with often incredible seductive results. I usually avoid mentioning this because she is a great experimental filmmaker that doesn't need it, but Gaitan is Glauber Rocha widow and I'm making an exception this once because Light in the Tropics made me think about Rocha's The Age of Earth multiple times, although her sensibility is very much her own. It also bring La Flor to mind if a version of it liberated from literary games.
Um homem de origem indígena que caminha, com o olhar fixo, em direção à câmera protegido do gelo que o cerca por um casaco pesado. Uma imagem que, se não traduz, simboliza muito da complexidade de "Luz nos Trópicos", uma odisseia sensitiva e espiritual pelo coração da selva, seja ela qual for, em busca da conexão mais primal com os conceitos de origem e identidade.
Dos rios do pantanal mato-grossense aos que desenham Nova York, é o caminho da água que leva à terra, ao princípio do homem, ao fundamento da América. Se parte da jornada de Kuikuro em busca de sua ancestralidade, aos poucos o filme de Paula Gaitán se abre para investigar todas as inferências que ajudaram a…
Cycles of bewilderment, horror, confusion, sublime, exhaustion. Watching the 4h15 of the film shares an experience with its expression of colonialism and humankind in relation to nature and landscape in Brazil and the US. Free thought and association as means of expression through montage and sound/image juxtaposition. A monument in many ways.
Anestesiado por esse tributo de Paula Gaitan a América (também um filme de união do continente sem fronteiras), um filme de ritmos, formatos, tempos, sons, tão diferentes e que ela faz dialogar tão harmonicamente. Esse river movie ainda mais vívido nesse Pantanal de momento tão triste de queimadas e irreparáveis perdas. Provavelmente meu filme favorito sobre o mundo indígena.
Luz nos Trópicos é uma verdadeira experiência transcendental, o filme faz o espectador transcender através da dilatação do tempo e de suas imagens incríveis, que vão da modernidade à natureza, variando entre planos mais suaves e surrealistas. Foi hipnotizante enquanto eu estava totalmente concentrado, mas admito que foi difícil encarar as 4 horas de um filme tão lento e contemplativo, acho que se fosse dividido em duas partes eu provavelmente conseguiria ter uma imersão melhor, mas esse filme é incrivelmente lindo, poético e imersivo, e foi uma baita experiência poder assistir isso no cinema, ainda mais com a presença da própria diretora.
Há uma sensação latente dentro de algumas pessoas, e eu me incluo especialmente aqui, de se conectar com a natureza, como um retorno, uma busca por se reencontrar em suas origens, como se estar na terra, na água ou nas vegetações fosse nossa primeira existência, nossa verdadeira casa. O distanciamento provocado pelas cidades transformou a humanidade, e essa distância, como em dado momento é dito pela narração do filme, se dá pelos artifícios da civilização, que tornam as pessoas infelizes. Esse sentimento é muito presente quando vemos um homem, de origem indígena, em uma cidade fria e cinza, buscar as águas e logo após retornar às suas origens, reaprendendo os costumes de seu povo. Mas, esse é apenas um dos…
Quanto mais penso neste filme, mais simpatizo com seu ideal e mais me conformo com sua potência imagética. Por razão inventiva que Paula Gaitán introduz, concilia e determina, torna-se evidente a unidade baseada em uma linearidade verossímil, que sai do exclusivamente contemplativo. Luz nos Trópicos alcança essa liberdade da imagem, do entorno instintivo, um desapego ao purismo estético. Quando se espraia o sujeito com caráter urbano, sua essência se deve meramente à sociedade contemplativa urbana, não civilizatória, e Gaitán reduz isso ao retrato, mais uma vez, instintivo, do questionamento sobre si mesmo e a razão. Os nativos, quando em cena, representam uma autoria. Autoria essa que já é, desde seu princípio, uma contemplação pela imagem de si mesmos, sem a…
Para além das qualidades de Gaitán enquanto realizadora (sobre isso, os filmes falam por si só), em um ano tão complicado para o cinema quanto 2020 a cineasta abraçou completamente a proposta dos festivais online e veiculou dois longas através desses festivais, ambos muito interessantes. Isso é algo, no mínimo, louvável.
Eu desconhecia o trabalho de Gaitán até esse ano; os longas lançados em 2020 são meu único contato com seu trabalho, de tal maneira que o único comparativo que posso fazer com "Luz dos Trópicos" é com "É Rocha e Rio, Negro Léo". Fantástico como cada um parte para uma abordagem completamente diferente, quase que polarmente oposta, do outro: "Negro Léo" gravado quase que inteiramente dentro de um apartamento,…
Mascarado pelas 4 horas de hermetismo e pelas mais supostamente atuais tendências do cinema de arte contemporâneo - tempos mortos ao ponto da putrefação que nem fede nem cheira; analogias e paralelos que não passam de disposições geométricas sem vida - segue a romântica busca na natureza e nos povos autóctones de alguma origem perdida - para o jovem indígena - e de alguma saída do marasmo e vazio existencial - para os colonos poliglotas. O conflito político inerente às relações que o filme dispõe - como parece ser tendência em muitos filmes que venho vendo - é analogia, ou deixado de lado. Só que nesse caso, a analogia é leve como um nada, e se algo é deixado de lado, esse lado não tem nem lugar.
Possivelmente, a mais linda carta de amor já filmada sobre a abundante vegetação das Américas e as populações nativas do continente.
Com uma fortíssima influência de Chantal Akerman, principalmente de Notícias de Casa, Luz nos Trópicos é uma experiência única proporcionada por Paula Gaitán.
_____
"À direita e à esquerda, erguem-se arbustos intervalados como num vergel. A distância confunde-os em massas sombrias e, sob os seus ramos, o céu, refletido pela água, faz manchas brilhantes. Tudo parece cozer lentamente, numa mornice propícia a lentas maturações. Se fosse possível ficar durante milênios nessa paisagem pré-histórica e nos apercebermos do decorrer do tempo, assistir-se-ia, sem dúvida, a transformação das matérias orgânicas em turfa, em hulha e petróleo. Quase me parecia vê-lo irromper…
Assistir Luz nos Trópicos é como visitar uma instalação-monumento, perder-se entre seus tempos é como dançar sem passo e sem compasso, demorar-se em seus sons é como sonhar. Um filme de hospitalidade e escuta.