O cinema brasileiro contemporâneo se acostumou a filmar a rotina de personagens humildes. São pessoas justas, que seguem o caminho da lei para conseguir o pão de cada dia. Nunca chegam a ascender, mas rendem dramas detalhados que passam longe dos noticiários diários. Por outro lado, um cinema mais policialesco acompanha a derrocada de pessoas pobres que escolhem o caminho da criminalidade.
Em outras palavras, o brasileiro está acostumado a assistir a filmes moralizantes. O bem não se dá exatamente bem no Brasil, mas vive um novo dia; e o mal é combatido. “Carvão” dá uma guinada nessa tendência e acompanha pessoas humildes imorais. São indivíduos que matam, enganam, roubam, traem, mas não são marginalizados por isso. Pelo contrário, tudo…