Robson Costa’s review published on Letterboxd:
Elwood Dalton é um ex-lutador de UFC que decide trabalhar como segurança em um bar em Florida Keys. Porém, o que parecia ser um trabalho fácil, Dalton descobre que há bandidos interessados em tomar o bar da sua dona. O filme original se tornou um clássico mais pelo carisma de Patrick Swayze que transforma um filme sobre leão de chácara e seguranças em algo a mais. Este remake mantém algumas coisas do filme original e altera outras. Em vez de Patrick Swayze, temos Jake Gyllenhaal como o segurança, com um corpo todo definido, um passado no UFC (que faz sentido para este tipo de personagem nos dias atuais) e também bastante carismático, em um tom entre o sarcasmo e bom mocismo de Swayze. O seu par romântico, Daniela Melchior, não tem química com ele. No início, até parece, com os diálogos irônicos entre eles, mas depois, nhé. Este filme, mais que o original, lembra bastante westerns tipo Cavaleiro Solitário, onde um estranho chega para ajudar as pessoas da cidade. O resto do elenco: os atores que fazem os empregados do bar, apesar de ter bons nomes, como o Lukas Cage, não são aproveitados pelo roteiro. Billy Magnussen constrói um chefão do crime, entre o mimado e o psicopata, porém em muitas vezes errando o tom. Por outro lado, Conor McGregor se diverte no papel de Knox, o rival de Dalton. Ele consegue dar um ar de perigo e psicopatia ao seu personagem na dose certa. Porém, não espere que ele tenha se tornado um bom ator. Apenas o trabalho do diretor em aproveitar o que McGregor tinha de melhor para dar para Knox. Em determinado momento, são adicionados personagens policiais corruptos na história, totalmente dispensáveis, apenas para criar um gancho, mas não interferem em nada na história. Nas lutas do filme, o diretor decide usar de maneirismos, como colocar a câmera como fosse a cabeça de alguém sendo socado. Mas, na verdade, totalmente desnecessário. Bastava apenas uma boa coreografia e pronto. Lição não aprendida de Anônimo e John Wick. E olha que Liman foi diretor de alguns filmes da franquia Bourne. Talvez o que em Bourne tenha soado bom e interessante, aqui ficou parecendo um pouco over. Afinal sõa brigas de bar, então não precisa de muita técnica e parecer mais violenta. Mas mesmo assim a briga entre Dalton e Knox no final é muito boa, mesmo com os exageros. Assim, temos um remake que homenageia o original, atualiza no que pode, mas se perde na quantidade de personagens que coloca e não desenvolve e uns maneirismos um pouco over do diretor, mas Gyllenhaal segura tudo com seu carisma e talento.