Torre comercial, sapotizeiro preservado e base financeira: os detalhes da reforma do estádio do Sport

A reportagem do ge teve acesso ao documento de planejamento masterplan, que traz mais detalhes sobre a ampliação do estádio, as novas instalações que devem ser erguidas no terreno e uma informação chave: como a direção pretende "bancar" os custos das obras.

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Uma audiência pública para discutir a proposta está marcada para o dia 13 de novembro, na sede do Sport, das 14h às 17h. Ao fim de todos os trâmites burocráticos (que não têm um prazo para serem finalizados), caberá ao Conselho de Desenvolvimento Urbano (CDU), órgão colegiado composto pelos diversos segmentos da sociedade, decidir sobre a viabilidade e condicionantes do empreendimento.

No masterplan, o Sport diz que pretende custear a ampliação do estádio e das instalações com a renda gerada a partir do aluguel dos novos espaços (lojas e salas comerciais) construídos no complexo, grande parte deles alocados na torre comercial com 35 pavimentos que será erguida (veja mais detalhes abaixo).

Uma informação importante é que não poderá haver venda dessas lojas e salas comerciais. Apenas aluguéis, por serem patrimônio do clube.

No sentido de viabilizar financeiramente o projeto, há alguns caminhos. O ge aponta três possíveis, de acordo com soluções encontradas por outros clubes (elas não serão, necessariamente, utilizadas pelo Sport):

• Realizar um financiamento, a ser quitado com as receitas que virão desses aluguéis
• Fechar parceria com um investidor, que teria direito a um percentual, durante um período a ser definido, dessas rendas
• A reforma poderia ser incluída num acordo pela SAF, em que um investidor bancaria a reforma e teria direito a explorar as áreas do empreendimento durante um tempo a ser definido entre as partes

O clube ainda não se pronuncia oficialmente sobre o projeto. No Masterplan, há um trecho a respeito da base financeira para a obra:

"O conjunto arquitetônico criado pelo Masterplan é a base financeira para a atualização do estádio. Os diversos empreendimentos serão construídos e alugados por prazo determinado gerando os recursos necessários", detalha o projeto.

Confira mais detalhes do projeto:

A reforma do estádio é a parte principal do projeto, cuja capacidade será aumentada para 35.225 espectadores nas arquibancadas - que receberão cadeiras, além de 220 camarotes. E como será feita a ampliação? O masterplan detalha que se pretende fazer o nivelamento das arquibancadas no lado leste, com exceção de pequena parte onde não há condição de atender o afastamento exigido pela legislação, à margem da rua Prefeito Lima Castro (rua de acesso à arquibancada visitante).

Os camarotes, por sua vez, serão ampliados nos níveis existentes para os lados norte e sul, e a plateia do estádio será coberta com uma estrutura metálica.

Haverá uma mudança radical no terreno do clube, com exceção da sede, que é tombada. Sendo assim, as atuais quadras, piscinas, áreas sociais e estacionamentos serão demolidos e realocados. O masterplan detalha a construção de um novo ginásio poliesportivo com capacidade para 4 mil espectadores, projetado para sediar eventos diversos, desde competições esportivas até grandes convenções.

O projeto prevê dois novos estacionamentos cobertos: um com capacidade para 1.423 veículos e outro com 175. Um deles ficará próximo à Praça da Bandeira e o outro ocupará o lado oeste do terreno. Com esta configuração, os torcedores terão acesso mais direto ao estádio e às demais áreas do complexo, diminuindo a concentração de veículos no entorno durante os eventos, diz o projeto.

Sobre o estacionamento oeste, o Sport pretende criar um espaço multiuso, oferecendo opções de comércio, entretenimento, gastronomia e cultura nos dois primeiros pavimentos. A área social do clube funcionará no quarto pavimento e será composta por quadras cobertas poliesportivas, de hóquei, de tênis, além do parque aquático com piscinas olímpica e de recreação. A atual loja oficial, voltada para avenida Sport Club do Recife, terá pé-direito duplo e duas lâminas com 3.416m² cada, além de ser conectada com o estacionamento.

Outro ponto chave do projeto é a construção de um edifício empresarial de 35 andares, que abrigará salas comerciais flexíveis com espaços de 31m² a 560m². O prédio terá uma marquise com espelho d'água para disciplinar o acesso de visitantes.

No estudo, consta uma pesquisa de mercado nos bairros da Ilha do Retiro e Madalena, que aponta os valores de imóveis ofertados para locação, cujos preços médios são os seguintes:

Ilha do Retiro:

• R$ 37,50/m2 locação de salas
• R$ 23,26/m2 locação de lojas

Madalena

• R$ 72,02/m2 locação de salas
• R$ 51,99/m2 locação de lojas

O Sport compromete-se no projeto com a preservação ambiental, mantendo 70% da vegetação existente e preservando o histórico sapotizeiro tombado no terreno. A previsão, de acordo com o projeto, é que 27 árvores sejam derrubadas, tendo o clube que fazer o replantio de 54.

Um dado importante é que, entre as contrapartidas previstas, está a doação para a Prefeitura do Recife de uma área de 3.620,56 m² para a construção de uma nova via que interligará a Rua Tabaiares com a Avenida Beira Rio. O objetivo é melhorar a mobilidade na área e facilitar a circulação no entorno da Ilha do Retiro.