Em cinco meses à frente da presidência do Sport, João Humberto Martorelli conquistou dois títulos: Copa do Nordeste e Pernambucano. Mas o
dirigente quer mais. Em entrevista ao GloboEsporte.com, o mandatário
rubro-negro confirmou o acerto com a Caixa Econômica Federal, que será o novo
patrocinador do clube, afirmou que pretende assinar o contrato com a Engevix,
parceira na transformação da Ilha do Retiro em uma arena multiuso até o final
de junho e elogiou o presidente do Conselho Deliberativo do clube,
Gustavo Dubeux, que recentemente deixou o departamento de futebol por divergir
de algumas colocações de Martorelli.
Em cinco meses de clube você conquistou
dois títulos e tirou o clube de uma fila de três anos sem conquistas. A que
atribui isso?
- Tive muita
sorte de encontrar uma equipe de rubro-negros abnegados, que me ajudaram em
tudo. Contei com apoio de Dubeux, de Arnaldo Barros, dos sócios e
ex-presidentes. Tudo isso fez com que a gente pudesse implementar uma gestão focada
no profissionalismo. Mas isso não foi feito por mim, é algo que vem dos presidentes
que aqui estavam, como Dubeux e Luciano Bivar, que iniciou tudo.
Os títulos acalmaram a torcida, mas a
falta de um patrocinador master é algo bastante cobrado. Como andam as negociações
com Caixa Econômica Federal?
Teremos um patrocínio de R$ 6 milhões, por
ano. Com isso, vamos estampar a marca na frente da camisa. Mas como a Caixa é
um órgão federal, nós temos que apresentar as certidões negativas. Tanto no âmbito
municipal, como no estadual e no federal. As da esfera estadual, nós temos. As demais estamos
prestes a conseguir.
O que falta para o
contrato ser assinado?
Com relação ao
âmbito federal, nós aderimos ao Refis (Programa de parcelamento
de débitos do governo) e temos o valor para pagar o montante que não entrou no
Refis. No entanto, a Procuradoria Geral da Fazenda não aceitou o valor com
relação à Timemania o que, ao nosso ver, é uma ilegalidade. Então, entramos com
um mandado de segurança e teremos, por meio da justiça, a liberação para receber
as certidões negativas nos próximos dias. Com a Prefeitura do Recife, nós
conseguimos excluir parte da dívida, que estava prescrita e vamos parcelar o
restante em 96 vezes. Devíamos cerca de R$ 23 milhões e abatemos R$ 8 milhões
porque prescreveu. O que posso falar é que o torcedor pode ficar tranquilo que,
nós próximos dias, teremos essas certidões e iremos sacramentar o acerto.
Como estão os processos para a
transformação da Ilha do Retiro em uma arena multiuso?
Depois de
aprovado o projeto, nós estamos conversando com o investidor. Não é uma coisa
fácil, pois tenho uma grande preocupação, que é a garantia de que o estádio
será feito. Por isso, contratamos um escritório de advogados para discutir o
contrato. Não podemos destruir algo sem que eu tenha 100% de certeza. Estou exigindo
uma garantia. Só irei assinar com essa garantia. Acho que nós iremos assinar
até o dia 30 de junho. Isso mão significa que construiremos um dia após. Porque,
depois da assinatura,temos vários outros contratos: de construção, de operação...
Mas certamente, no dia 30 de junho, nós teremos
a clareza desse prazo.
Assim que assumiu a presidência do
Sport, você revelou sua intenção de tirar a estrela prateada do escudo, por não
considerar a Série B de 1990 como uma conquista. Isso será uma novidade na nova
camisa do Sport?
Não. Quando falamos nisso, o processo com a Adidas estava avançado e isso
ainda depende da aprovação do Conselho Deliberativo e da assembleia geral. Mas
quero deixar claro que não estou desmerecendo essa conquista. No entanto, na
minha visão, o Sport é um time grande e tem que ficar sempre de olho nos
grandes títulos. Sempre temos que nos equipararmos com os grandes. Um acesso
não é merecedor de uma estrela. Mas isso é uma visão de um rubro-negro
apaixonado, um rubro-negro, diria, até, petulante e arrogante. Mas isso faz
parte da raça rubro-negra.
Diante dos primeiros meses de sucesso, o senhor pensa em se lançar como candidato em dezembro, quando o clube elege o presidente?
Os palanques não estão armados e não vejo necessidade de pensar nisso. O Sport tem vários rubro-negros abnegados e muitos nomes com capacidade para seguir com esse projeto que começou muito antes de mim. Temos novos quadros e vamos, no momento certo, reunir todos esses nomes e ver o que é melhor para o Sport. O clube é maior do que eu ou de qualquer outro nome.