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Por Bruno Ribeiro — Juiz de Fora, MG


A temporada 2024 foi importante para o goleiro Darley. Revelado pelo Atlético-MG, o arqueiro foi o herói do Retrô na conquista da Série D do Campeonato Brasileiro, ao defender oito cobranças em quatro disputas por pênaltis, inclusive na final. Só 2024 já seria importante por conta de outro motivo especial e parecido, já que o arqueiro comemora 10 anos de outra conquista.

A temporada de dupla comemoração, por razões do presente e do passado, fez com que o ge procurasse o arqueiro do time pernambucano, que ajudou o time mineiro a levantar a mesma taça 10 anos atrás. Segundo o camisa 1, as disputas da marca da cal pelo Retrô fizeram ele se lembrar muito da conquistar pelo Alvirrubro.

Darley foi um dos grandes destaques do Tombense na conquista da Série D em 2014 — Foto: Bruno Ribeiro

— Claro que passa um filme pela cabeça. Eu já tinha ganhado esse campeonato pelo Tombense nos pênaltis, sabia da dificuldade. Fiz oito defesas em quatro confrontos de disputas nas penalidades. É claro que aquele sentimento de que “ganhei assim com o Tombense” ajudou muito, imaginei que dava para ganhar pelo Retrô também — contou.

“Foi super importante aquela conquista. É um clube que nos acolheu muito bem. Independentemente da divisão, ser campeão brasileiro marca muito, tanto jogadores, quanto o clube, que vivia o ano do centenário”.

Tombense supera o Brasil de Pelotas nos pênaltis e é campeão da Série D

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Darley foi titular absoluto daquela campanha. Depois de liderar o Grupo A6, que contava com Grêmio Barueri, Goianésia, Luziânia e Operário-MT, o time eliminou Metropolitano-SC, Moto Club, Confiança e venceu o Brasil de Pelotas na final.

Aquele elenco tinha jogadores experientes, como o lateral-direito Joilson, ex-Botafogo e São Paulo, o volante Coutinho, ex-Vasco, e o meia Francismar, com passagens por Cruzeiro e América-MG.

Além disso, o time contava com o meia Elvis, que no ano seguinte seria campeão da Taça Guanabara e da Série D do Brasileiro pelo Botafogo, e o centroavante Daniel Amorim, que defenderia o Vasco em 2021.

De acordo com Darley, que foi revelado pelo Atlético-MG e teve passagem pelo Feyenoord, apesar do time disputar a quarta divisão nacional, o elenco formado era compatível com divisões superiores.

— O grupo era muito forte. Enquanto o elenco era montado, falávamos entre nós mesmos que aquele grupo não era de Série D, porque havia muitos jogadores que passaram por Série A e Série B, jogadores com muita qualidade, que tinham o mental forte, que sabiam lidar com qualquer adversário. Essa força do grupo fortaleceu demais — afirmou.

Goleiro Darley defende pênalti decisivo que deu a vaga na Série C ao Retrô — Foto: Diogo Neves de Carvalho / Divulgação

Darley tem fortes lembranças da campanha, sobretudo a disputa por pênaltis diante do Brasil de Pelotas. No entanto, ele afirma que a pressão da torcida do Confiança no jogo de volta das semifinais no Sergipe foi o que mais marcou para aquele elenco.

Depois da vitória por 1 a 0 na partida de ida, o Alvirrubro jogou no Estádio Presidente Médici, em Itabaiana. Como os acessos à praça esportiva eram estreitos, o ônibus do Tombense precisou estacionar longe dos vestiários.

Com isso, os atletas precisaram descer no meio da torcida do Confiança, momento de maior pressão naquela campanha segundo o goleiro.

— A torcida deles é muito participativa e pressionou demais. Ao descermos do ônibus, andamos uns 30 metros em direção ao vestiário e tem contato com a torcida deles. Eles fizeram um corredor dali até aa porta do vestiário. Nestes 30 metros levamos uma cusparada, uns tapas na cabeça, uma provocação. É coisa de Série D, fica marcado, mas serviu de força para avançarmos para a final — lembrou.

Darley afirma que ainda acompanha e torce pelo Tombense — Foto: Victor Souza Foto

Dez anos depois, Darley está no Retrô e celebra a conquista da Série D novamente, agora pelo time nordestino. Porém, mesmo longe do Carcará, o arqueiro de 34 anos que passou por Botafogo-SP, Boa Esporte, Mirassol e CSA afirma que segue ligado no que acontece com o Alvirrubro.

— Acompanho bastante, tenho amigos lá ainda, converso com alguns. Não é fácil, você vai rodando, fica distante, mas tento sempre trocar mensagens. Sou muito grato ao Lane Gaviolle (presidente do Tombense) pelo tempo que fiquei no clube, ele também tem carinho por mim. É um clube e uma cidade muito acolhedoras.

Atualmente, o Tombense disputa a Série C do Campeonato Brasileiro. Depois de ficar sete temporadas na terceira divisão nacional, o Carcará subiu para a Série B, onde permaneceu em 2022 e 2023, ano em que retornou para a Série C.

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