COMO COMEÇOU?
Sete dirigentes da Fifa, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marín, foram presos em Zurique pela polícia suíça a pedido da justiça americana por causa de uma série de acusações de corrupção. Ao mesmo tempo, a justiça suíça teve como objetivo questionar dez dirigentes da entidade sobre suspeitas na escolha das sedes das Copas de 2018 e de 2022.
QUEM FOI PRESO?
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QUAIS SÃO AS ACUSAÇÕES?
Departamento de Justiça americano acusa duas gerações de dirigentes de futebol de embolsarem mais de US$ 150 milhões (quase R$ 470 milhões) em subornos e comissões desde 1991. Os termos usados pelo DOJ (Departament of Justice) foram fortes: corrupção desenfreada, sistemática e generalizada na Fifa e em diversos contratos da Concacaf e da Conmebo
As autoridades americanas alegam que as transações ilícitas foram acertadas utilizando bancos dos Estados Unidos. Fora isso, afirmam ter jurisdição pelo fato de as empresas de mídia do país pagarem o maior valor de direitos de transmissão da Copa do Mundo. A operação também teria sido motivada pelas investigações feitas pelo ex-procurador de Justiça dos EUA, Michael Garcia, contratado pela Fifa em 2014 para investigar a escolha da Rússia e do Qatar como sede das Copas de 2018 e 2022, respectivamente, desbancando a candidatura americana. O relatório final apontou uma série de irregularidades, o que foi ignorado pela entidade máxima do futebol.
OUTROS ACUSADOS
José Lázaro Margulies, brasileiro, 75 anos - chefe da empresa Valente Corp. and Somerton Ltd.
Alejandro Burzaco, argentino, 50 anos - chefe da empresa de marketing esportivo Torneos y Competencias SA (Argentina) e suas afiliadas.
Aaron Davidson, americano, 44 anos - presidente da Traffic Sports USA Inc. (Estados Unidos).
Hugo e Mariano Jinkis, argentinos, 70 e 40 anos - chefes da empresa de marketing Full Play Group SA (Argentina) e suas afiliadas.
Nicolás Leoz, paraguaio, 86 anos - ex-presidente da Conmebol e ex-membro do comitê executivo da Fifa.
Jack Warner, trindadense, 72 anos - presidente da
União de Futebol do Caribe, conselheiro especial da federação de
Trinidad e Tobago, ex-vice-presidente do Comitê Executivo da Fifa e ex-presidente da Concacaf.
RÉUS CONFESSOS
José Hawilla, brasileiro, 71 anos - fundador e presidente do grupo Traffic.
Charles Blazer, americano, 70 anos - ex-secretário-geral da Concacaf e ex-membro do Comitê Executivo da Fifa.
Daryan e Daryll Warner, trindadense e americano, 46 anos e 40 anos - filhos do também acusado Jack Warner, ex-membro do comitê de desenvolvimento da Fifa.
PRÓXIMOS PASSOS
Será instaurado um processo de extradição da Suíça para os EUA. Caso sejam extraditados, eles enfrentarão o processo judicial e podem pegar até 20 anos de cadeia. O Departamento de Justiça americano cita expressamente que o contrato da CBF com uma grande marca esportiva americana está sob investigação (provavelmente a Nike - que passou a fornecer material para a entidade em 1997) e que contratos referentes à Copa do Brasil também. A Traffic, empresa de José Hawilla, é ré confessa no processo e teve participação como intermediária em diversos contratos da CBF no passado. O Ministro da Justiça informou que a Polícia Federal abriu inquérito para investigar o caso no Brasil. Reeleito após o escândalo, Joseph Blatter colocou o cargo à disposição na Fifa e convocou novas eleições para presidência, que devem ocorrer entre dezembro de 2015 e fevereiro de 2016.
QUEM É QUEM