TIMES

Por Ana Paula Simões

Professora instrutora e mestre em Ortopedia e Traumatologia do Esporte pela Santa Casa de São Paulo e diretora da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte

São Paulo


Saiba tudo sobre fascite plantar

Saiba tudo sobre fascite plantar

Todos os dias atendo atletas com dores no tornozelos e na maioria o diagnóstico da dor é a sobrecarga nos tendões. Decidi explicar um pouco melhor:

Os tendões são estruturas fibrosas que conectam os músculos aos ossos, desempenhando um papel crucial na biomecânica da corrida. Eles agem como molas naturais, armazenando e liberando energia elástica a cada passo, o que aumenta a eficiência do movimento e reduz o gasto energético. Tendões como o de Aquiles, o mais forte do corpo humano, suportam forças de até 10 vezes o peso corporal durante a corrida.

Corredora com dor nos tendões EU atleta — Foto: IStock

No entanto, a alta demanda mecânica imposta aos tendões pode torná-los suscetíveis a lesões, como tendinites e tendinopatias. Essas condições geralmente resultam de sobrecarga repetitiva, técnica inadequada ou falta de preparo físico adequado. Por isso, estratégias preventivas, como o fortalecimento dos tendões, são essenciais para corredores, sejam iniciantes ou experientes.

Como fortalecer os tendões?

O fortalecimento dos tendões envolve exercícios que aumentam a capacidade de resistência à carga e melhoram sua elasticidade. Destacam-se:

  1. Exercícios excêntricos: Estudos demonstram que o treinamento excêntrico, como o drop jump para o tendão de Aquiles, é eficaz para fortalecer as fibras tendíneas e prevenir lesões.
  2. Pliometria: Movimentos como saltos e impulsos ajudam a melhorar a resposta elástica dos tendões.
  3. Progressão gradual de carga: É essencial respeitar a adaptação gradual para evitar sobrecarga súbita.
  4. Fortalecimento muscular: Músculos fortes auxiliam a reduzir a tensão direta nos tendões durante o movimento.

Benefícios do fortalecimento

Além da prevenção de lesões, o fortalecimento dos tendões pode melhorar a performance. Um tendão mais resiliente armazena e libera energia com mais eficiência, aumentando a economia de corrida e reduzindo a fadiga muscular.

Por fim, vale lembrar que a prática da corrida deve ser acompanhada por uma boa técnica, calçados adequados e um plano de treinamento individualizado, orientado por profissionais qualificados.

Bons treinos, valentes!!!

Referências

  • Maffulli, N., et al. (2008). “Tendinopathy: Basic Science and Clinical Practice.” British Journal of Sports Medicine.
  • Magnusson, S. P., & Kjaer, M. (2019). “The Impact of Loading, Aging, and Injury on the Human Tendon.” Journal of Physiology.
  • Lorimer, A. V., & Hume, P. A. (2014). “Understanding the Risk Factors and Prevention of Achilles Tendinopathy.” Physical Therapy in Sport.
  • Rees, J. D., et al. (2006). “Current Concepts in the Management of Tendinopathy.” American Journal of Sports Medicine.

* As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do ge / EU Atleta.

Veja também