O Rio Negro está mais uma vez rebaixado para a Série B do Amazonense. Mas os problemas não param por aí. 11 atletas que eram titulares no primeiro turno do Campeonato Amazonense pelo Galo, cobram o presidente do clube, Washington Deneriaz, por conta dos salários e as rescisões de contratos atrasados.
Os 11 atletas que ainda esperam o pagamento são: o goleiro Nikael junior, os laterais Lucas Silva e João Pedro, os zagueiros Wellington Gaspar, Gustavo Melo e Marcos Martinely, os meias Charles, Ximenes, Gabriel Marreta os atacantes Wilha e Leozinho.
De acordo com o atacante Leozinho, o clube deve para os jogadores os meses de janeiro e fevereiro e a rescisão contratual. O jogador revelou que os atletas passaram por dificuldades na alimentação, estrutura para treino. Quando foram dispensados, segundo ele, o presidente Washington Deneriaz havia dito que o clube não teria dinheiro para manter os atletas para o returno e inclusive deveria abandonar o campeonato e ser penalizado pela Federação Amazonense de Futebol (FAF).
Leozinh cobra salários atrasados do Rio Negro
- Depois que fomos embora, algumas pessoas decidiram entrar no segundo turno. Agora, depois de tudo que nós passamos, ainda estamos sendo acusados de falta de caráter e a não hombridade com o clube. Jamais faríamos isso com qualquer time, até porque o sonho de qualquer atleta é jogar um campeonato de elite. Deixamos nossas casas, mulheres e esposas grávidas e ser acusado de uma forma tão mentirosa pelo presidente Washington é constrangedor e muito ruim. Temos provas de tudo que aconteceu e não vamos recuar. Não estamos envolvidos com nenhuma política, com nenhuma gerência antiga ou atual do clube, nós só queremos receber - concluiu.
Outro atleta que demonstrou bastante chatiação foi o ex-capitão do time, Marcos Martinely. Segundo o zagueiro, após o Rio Negro abandonar a partida contra o Parintins, aos 25 minutos do segundo tempo e o jogo ser suspeito de manipulação de resultados, o presidente Washington, divulgou na imprensa que dispensou os atletas que disputaram o primeiro turno por suspeita de manipulação de resultados. Martinely negou envolvimento dos atletas por suspeita de manipulação e disse que deixou o Rio negro por conta de uma lesão no ombro e que inclusive passou por cirurgia e não recebeu nenhum auxilio do clube alvinegro.
Zagueiro cobra salários atrasados no Rio Negro
- O Rio Negro perdeu a partida para o Parintins por 7 a 0 e abandonou o campo antes do apito final do arbitro, isso repercutiu muito e foi falado sobre esquemas de apostas. Depois do jogo, vi uma entrevista do presidente Washington, falando que é contra os esquemas de aposta e ele cita que mandou 12 jogadores [11, na verdade] embora por causa desse motivo. Se ele mandou 12 jogadores embora, eu estou nesse meio e não temos nada haver com essa partida - disse.
De acordo com o zagueiro, o grupo trabalho sem receber no primeiro turno do estadual e até hoje. Sua situação é pior. Até porque teve que arcar com dinheiro próprio uma cirurgia no ombro de uma lesão quando ainda era atleta do Galo.
- Não recebi uma mensagem da diretoria, não tenho contato com ninguém para perguntar se estou precisando de alguma coisa. Agora ouvir e ler essa entrevista do presidente Washington é uma falta de respeito e uma acusação muito grave. Estou aqui para deixar esse desabafo e dizer que nenhum desses jogadores que foram mandado embora foi por esse motivo. Nós não temos nada haver com apostas, somos homens. Nenhum momento fizemos corpo mole, nem quando enfrentamos o Amazonas, adversário da Série B. Todos nós respeitamos o clube e vamos tomar as providências, porque isso põe em risco as nossas carreiras e nossos sonhos - finalizou.
Essa não é a primeira que os jogadores cobram salários atrasados do Rio Negro. Em 2016, após o Galo chegar nas semifinais do Estadual, atletas cobraram salários atrasados e também os aluguéis de kitnets (apartamento pequeno), onde estavam sendo ameaçados de despejo
Na quinta e ultima rodada do segundo turno, o Rio Negro, cumprirá tabela diante do Princesa, na sexta (22), às 15h45, na Colina.
Posicionamento dos jogadores
O grupo enviou uma nota cobrando salários atrasados. Confira:
Nós, os atletas recentemente dispensados pelo Atlético Rio Negro Clube, repudiamos veementemente as declarações do presidente do clube veiculadas pela imprensa, que envolvem a disseminação de falácias sobre a nossa dispensa bem como a nossa integridade moral.
É com profunda indignação que rejeitamos as acusações infundadas e difamatórias feitas pelo presidente, insinuando nossa participação em crimes dos quais somos absolutamente inocentes. Tais afirmações são irresponsáveis e caluniosas, manchando nossa reputação e nos causando danos irreparáveis.
A verdade é que enfrentamos uma série de desafios durante nosso tempo no clube, incluindo dificuldades com moradia, alimentação e transporte. No entanto, em nenhum momento fomos informados de que tais questões poderiam resultar em nossa dispensa sumária e desonrosa, sem que fossem respeitados nossos direitos trabalhistas.
Nos sentimos profundamente lesados pela maneira desumana e injusta com que fomos tratados pela diretoria do clube, não podemos tolerar tais atos desrespeitosos e prejudiciais. Exigimos uma retratação pública imediata do presidente e do Atlético Rio Negro Clube, assim como o pagamento dos salários e direitos trabalhistas que nos são devidos.
Estamos buscando justiça e faremos tudo ao nosso alcance para garantir que nossos direitos sejam respeitados e que a verdade prevaleça. Não descansaremos até que essa situação seja devidamente esclarecida e reparada.
Agradecemos o apoio da imprensa e da comunidade neste momento difícil.
Atenciosamente:
- Leonardo Terceiro da Rosa
- Gabriel Lopes Feitosa
- Wellington Gaspar Ribeiro
- Gustavo Melo Jacob
- Gabriel Ximenes Duarte Rezende
- Marcos Martinely Soares Lima
- Nikael junior Fernandes dos Santos
- Charles de sousa rosendo
- João Pedro Barros de Souza
- Wilha Renato
- Lucas Mateus da Silva
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