Tudo começou aos 12 anos, com uma coleção que muito menino dessa idade já teve: bolinhas de gude. Desde então, o funcionário público Paulo Fernandes não parou mais de colecionar coisas. Hoje, aos 54 anos, ele se considera um multicolecionador e até aluga uma casa, na zona oeste de São José dos Campos, só para guardar seus objetos, que vão de móveis antigos a moedas.
São milhares de itens na coleção de Fernandes. Somente os discos de vinil somam sete mil unidades. Mas ainda há espaço para câmeras fotográficas, máquinas de escrever, óculos, eletrodomésticos e peças raras da Cerâmica Weiss, uma das mais tradicionais fábricas de louças da cidade, cujas peças ganharam o Brasil no século passado.
(Foto: Reprodução/TV Vanguarda)
"Gosto muito de valorizar a história da cidade e das pessoas. Parte dos objetos, guardo com essa intenção", conta o colecionador, que também é um amante da cultura regional. “Coleciono muita coisa antiga, mas nem por isso deixo de gostar da tecnologia. Para mim, tudo é arte. A produção de um avião é arte, um simples azuleijo na parede é arte”, diz.
A paixão de Fernandes por todo tipo de arte e pela própria coleção é nítida. Fica clara pelo carinho impresso na sua voz mansa. Se pedir a ele para escolher sua peça predileta, isso será em vão. “É tudo muito especial, é igual filho, não tem como escolher um só”, afirma.
É tanta coisa, que sequer sobrava espaço na casa em que o colecionador vive com a família. Diante disso, os artigos ganharam um novo lar. "Minha coleção começou a crescer tanto, que eu decidi colocar tudo em uma casa, que acabei vendendo. Para não me desfazer das coisas, aluguei outro imóvel", explica Paulo.
Em meio a tantas coisas, vale destacar seu gosto especial pelos discos do Bob Dylan, que saíram da casa dele para uma exposição temática sobre o músico em uma biblioteca municipal.
Da exposição, ele cuida como se fosse a casa. Da casa, ele cuida como se fosse um museu. E não ouse dizer que não é. “Os objetos que eu tenho aqui podem ir para qualquer museu. Tem história, tem muito valor. Isso aqui é como se fosse um museu de verdade”, afirma Fernandes.