Tecnologia mais barata de impressão 3D em cerâmica é desenvolvida na USP de São Carlos
Uma impressora 3D elaborada na Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC/USP) para produzir componentes de cerâmica pode ajudar no desenvolvimento de corações artificiais.
O projeto do pesquisador Ítalo Leite de Camargo, doutorando do programa de engenharia mecânica da EESC/USP buscava criar uma forma mais barata de fabricação de peças resistentes às altas temperaturas, sem a necessidade de moldes e sem os altos custos do processamento convencional da cerâmica.
Impressora 3D desenvolvida na USP de São Carlos irá produzir peças para corações artificiais — Foto: Reprodução EPTV
O equipamento consegue reproduzir um projeto criado em computador em toda sua riqueza de detalhes. Os destaques do projeto são que não há dependência de matéria prima externa, já que ela é produzida no próprio laboratório e a tecnologia dispensa moldes caros e usa uma luz especial para a 'cura' de peças de cerâmica.
A ideia inicial era produzir peças usadas em mecanismos como velas de ignição e sondas automotivas, isolantes térmicos e elétricos, além da aplicação em próteses dentárias.
Porém, a pesquisa recebeu o prêmio de melhor artigo no 11º Congresso Brasileiro de Engenharia de Fabricação, realizado em maio deste ano, e chegou ao conhecimento do professor do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), Eduardo Boch, e deve ser incorporada ao seu projeto de pesquisa que procura biomateriais mais aderentes ao tecido humano para a construção de corações artificiais.
Boch, que é especialista em bioengenharia - área que aplica conceitos de engenharia na saúde - e trabalha com coração artificial desde 2003, explica que a impressora tem uma série de benefícios.
“A facilidade de manufatura de peças complexas, de forma mais rápida e mais barata e a facilidade de explorar biomateriais de uma forma diferente com crescimento de tecidos com uma biocompatilidade maior que do titânio”, afirmou.
O pesquisador Ítalo Camargo consegue reproduzir peças criadas em computador na impressora 3D em cerâmica — Foto: Reprodução EPTV
Para Carmargo, ver seu projeto usado em uma área totalmente inesperada foi uma supresa agradável.
“É muito legal. Na engenharia, geralmente a gente começa um trabalho não pensando na aplicação, mas na técnica, e foi muito bacana porque antes de eu concluir [a pesquisa] já veio uma aplicação real”, disse.
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