Jogo eletrônico ajuda na recuperação de pacientes que tiveram AVC
Uma estudante de fisioterapia da Universidade de Araraquara (Uniara) desenvolveu um jogo eletrônico que auxilia na recuperação de pessoas que sofreram Acidente Vascular Cerebral (AVC).
A iniciativa foi criada por Beatriz Vitorino Migues em parceria com alunos do curso de desenvolvimento de jogos e tem como objetivo estimular os pacientes no restabelecimento dos movimentos corporais e da coordenação motora por meio de uma brincadeira.
“A dor que os pacientes sentem jogando é bem diferente daquela que eles sentem fazendo uma prática comum e isso acontece porque o cérebro entra em um estado de concentração muito grande, como aquele em que esquecemos de comer, não sentimos fome, nem sono, por estarmos muito focados em uma atividade. Então, a ideia é proporcionar justamente a mesma imersão, fazendo com que os pacientes esqueçam das dificuldades encontradas na prática fisioterapêutica regular”, explicou o professor de tecnologia Henrique Buzato Galati.
Os pacientes estimulam os movimentos do corpo por meio de uma brincadeira em realidade virtual — Foto: Ely Venancio/EPTV
Como funciona o jogo
O projeto consiste em um jogo de basquete eletrônico em que os pacientes devem acionar uma plataforma que lança a bola em direção às cestas. Para isso, sensores são colocados nos braços do jogador que sincroniza o movimento físico com a ação na realidade virtual.
Os movimentos são monitorados pelos sensores, que também são responsáveis por detectar o grau de angulação do braço do paciente, a fim de se comparar a performance inicial do jogador com o desempenho final e observar a evolução da amplitude do movimento.
“É muito legal, porque os pacientes chegam aqui com um movimento limitado a 11 graus e saem com uma angulação de 90 graus em apenas uma sessão e essa evolução é surpreendente”, diz Beatriz Vitorino Migues, que está no último ano de fisioterapia.
Estudante de fisioterapia de Araraquara criou um jogo de basquete virtual que auxilia na recuperação de pacientes que sofreram AVC — Foto: Ely Venancio/EPTV
A prática tem duração de 20 minutos, sendo que os pacientes são estimulados respeitando o intervalo de dois minutos jogando e dois minutos descansando. Ao final do jogo, a sessão de fisioterapia continua com outras atividades que exercitam as demais áreas do corpo.
Tratamento é importante para tratar sequelas
O AVC é uma disfunção que provoca o entupimento ou o rompimento de vasos que levam o sangue até o cérebro, o que causa a paralisia das áreas que deixam de ser oxigenadas por ausência do fluxo hemolinfático. As sequelas mais comuns entre as pessoas que sofreram o derrame são: alterações no rosto, dificuldades de movimentação e de fala, confusões mentais e depressão.
Dessa forma, para que as sequelas sejam diminuídas, é recomendado que os pacientes realizem acompanhamento com fonoaudiólogos, psicoterapeutas e fisioterapeutas.
Os sensores captam os movimentos e monitoram a evolução dos pacientes — Foto: Ely Venancio/EPTV