Os auditores fiscais da Receita Federal voltaram a paralisar atividades no Porto de Santos nesta quinta-feira (21). Segundo estimativa do Sindical Nacional dos Auditores Fiscais (Sindifisco), entre 2 mil e 3 mil containers ficaram parados no Porto desde o início da greve dos 180 auditores da cidade, no dia 14 de julho. O Sindifisco calcula que as perdas cheguem a R$ 200 milhões.
Ainda de acordo com os dados do sindicato, o Porto recebe cerca de 5 mil contêineres por dia. Às terças e quintas-feiras, os auditores estão deixando de liberar 20% desta carga como parte da greve. Os fiscais também trabalham em esquema de operação-padrão, que é quando há fiscalização mais rigorosa na liberação de cargas, causando uma demora maior. Na Delegacia da Receita Federal, somente o atendimento ao público será mantido.
O trânsito de cargas para outras localidades também foi impactado pela greve. Os contêineres que sofreriam liberação aduaneira em outras cidades estão sendo segurados pelos auditores.
A categoria está em greve por conta de um atraso por parte do governo em enviar um Projeto de Lei que reajustaria os salários dos trabalhadores. Com o Congresso Nacional em recesso, o prazo foi perdido. O acordo salarial foi feito no dia 23 de março, e agora só deve passar a valer a partir de agosto. Os auditores agora lutam para que o acordo seja cumprido por meio de uma medida provisória.
Dos 180 auditores em Santos, 120 trabalham na Alfândega e outros 60 na Delegacia. A estimativa do sindicato local é que 70% da categoria aderiu às paralisações na cidade. Eles farão um novo protesto em frente ao prédio da Alfândega, no Centro, às 14h desta quinta-feira.