06/11/2015 08h08 - Atualizado em 06/11/2015 08h08

Internet gratuita em táxis do litoral de SP tenta conter chegada do Uber

Dois taxistas de São Vicente implantaram serviço por conta própria.
Polêmico transporte alternativo ainda não chegou oficialmente à região.

Orion PiresDo G1 Santos

Adesivo WIFI indica que táxi possui internet gratuita para passageiros (Foto: Orion Pires / G1)Adesivo Wi-Fi indica que táxi possui internet gratuita para passageiros (Foto: Orion Pires/G1)

Mesmo antes da chegada oficial do polêmico aplicativo de caronas remuneradas, o Uber, às cidades da Baixada Santista, alguns taxistas do litoral de São Paulo têm adotado medidas para não perder a clientela e melhorar o atual serviço. Acesso gratuito à internet é uma das comodidades disponibilizadas.

Rede com internet gratuita fica à disposição dos passageiros (Foto: Orion Pires / G1)Rede com internet gratuita fica à disposição dos
passageiros (Foto: Orion Pires/G1)

Em São Vicente, pelo menos dois carros da frota de mais de 300 veículos que a cidade possui já oferecem o serviço aos passageiros, sem nenhum custo adicional.

“Nós sabemos que o Uber está chegando com força em todo o mundo, e até os ônibus de Santos já oferecem Wi-Fi com internet gratuita. Não dá para ficar atrás. A companhia não tem nada a ver com isso, é uma coisa que pago do próprio bolso”, afirma o taxista Paulo Henrique Lisboa.

O G1 testou o serviço durante um trajeto de 35 minutos, entre as cidades de São Vicente e Santos. A conexão funcionou normalmente, sem interrupções na navegação. Redes sociais, aplicativos de mensagens, mapas, e-mails e até vídeos "rodaram" sem problemas.

Segundo o profissional, a primeira tentativa de oferecer internet de graça no táxi ocorreu há mais de um ano, mas o sinal da antiga operadora era ruim. Paulo Henrique, então, trocou o aparelho por outro, há seis meses, e não teve mais problemas. "Comprei um modem 4G com pacote de 12 GB ao mês, por R$ 108, e instalei no porta-malas do carro, ligado a um USB que roteia a internet. Fica o tempo todo conectado", afirma.

Taxista Paulo Henrique paga custo do próprio bolso (Foto: Orion Pires / G1)Taxista Paulo Henrique paga custo da internet do próprio bolso (Foto: Orion Pires/G1)
Modem fica guardado no porta-malas do carro (Foto: Orion Pires / G1)Modem fica guardado no porta-malas do carro
(Foto: Orion Pires/G1)

Mundo conectado
Essa não foi a primeira tentativa do taxista de entreter os passageiros durante as viagens. Ele já deixou jornais e revistas de diversos assuntos dentro do carro, mas "ninguém deu bola".

"É impressionante. Está todo mundo conectado, não tem jeito de tentar brigar com isso. Em todo lugar que vamos, perguntamos a senha do Wi-Fi, e aqui não é diferente. Já coloquei revistas, mas ninguém deu bola. Nem leram. Agora, a internet todo mundo usa. Tem gente que vai trabalhando, enviando relatórios, conversando com a namorada. É um investimento, mas já percebi que, depois que o adesivo foi colocado do lado de fora, o táxi passou a chamar a atenção. Tem um diferencial, uma preferência", comenta.

Polêmica com Uber
Diferentemente da maioria dos companheiros de classe, Paulo Henrique afirma que não é totalmente contra o aplicativo, mas diz que é preciso regulamentá-lo de alguma maneira. Ele cita como alternativa a medida anunciada pelo prefeito da capital paulista, Fernando Haddad, que cria uma nova categoria de táxi, chamada de "táxi por aplicativo".

Em Santos, uma audiência para discutir o uso do aplicativo, mesmo antes da sua chegada à Baixada Santista, foi realizada em outubro. Já em Guarujá, os vereadores decidiram se antecipar e aprovaram uma lei que proíbe o uso do serviço alternativo.