26/01/2016 07h41 - Atualizado em 26/01/2016 12h49

Alto Tietê tem o pior saldo de emprego dos últimos 13 anos

Caged mostra que pela primeira vez saldo anual fechou negativo.
Em 2015, região perdeu 11,4 mil vagas.

Jamile SantanaDo G1 Mogi das Cruzes e Suzano

Diretor de Indústria orienta para cursos de aperfeiçoamento profissional (Foto: Reprodução/TV TEM)O setor da indústria foi o que mais fechou vagas em 2015 na região do Alto Tietê (Foto: Reprodução/TV TEM)

As dez cidades do Alto Tietê terminaram 2015 com 11.409 vagas a menos de emprego do que no início do ano, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Para se ter uma ideia, em 2014, quando a geração de emprego caiu significativamente, o Alto Tietê ainda fechou o ano com saldo positivo de 1.110 vagas.

Município Saldo de Emprego (2015)
Arujá -1.072
Biritiba-Mirim -163
Ferraz de Vasconcelos -1.181
Guararema -232
Itaquaquecetuba -2.944
Mogi das Cruzes -3.130
Poá -940
Salesópolis -12
Santa Isabel -781
Suzano -954

A cidade que mais fechou vagas foi Mogi das Cruzes, com saldo negativo de 3.130 postos de trabalho. Em seguida está Itaquaquecetuba, com 2.944 posto de trabalho a menos. Ferraz de Vasconcelos vem em seguida, com o saldo negativo de 1.181 empregos.

As indústrias foram responsáveis pelo fechamento de 73,6% das vagas da região. No ano, o setor demitiu 8.406 funcionários com carteira assinada, segundo o Caged.

As baixas aconteceram em cidades que possuem pólo industrial como Itaquaquecetuba, que perdeu 2.610 vagas; Suzano (- 1.365), Ferraz de Vasconcelos (- 1.361) e Mogi das Cruzes (- 1.169). Salesópolis foi a única que fechou o ano com saldo positivo na indústria em 2015: abriu três vagas no setor.

O comércio foi o único setor que terminou o ano com saldo positivo na região em 2015. Ao longo dos 12 meses, foram criadas 413 novas vagas de emprego. Para o secretário de Desenvolvimento Econômico e Social de Mogi das Cruzes, Osvaldo Bolanho, se levarmos em conta o número de empregos formais na cidade, a queda no total de vagas foi de 2,85%. “Notamos que até julho de 2015, não geramos novos empregos, mas conseguimos manter. No segundo semestre é que houve um desequilíbrio e fechamento de vagas”, avaliou.

Para Bolanho, ainda assim, a crise tem oferecido oportunidades em outros setores. “Temos um crescimento significativo de pequenas empresas, por exemplo. Muita gente perdeu ou deixou o emprego de carteira assinada para se tornar prestador de serviço, ter o negócio próprio. Isso é o que tem segurado a economia na cidade. Em Mogi temos a Sala do Empreendedor, por exemplo, que torna esse processo mais fácil”, destacou.

O G1 procurou a Secretaria de Indústria e Comércio de Itaquaquecetuba e aguarda retorno.

A série histórica que acompanha a evolução do emprego começou em 2002, ano em que a região do Alto Tietê teve um saldo positivo de 10.622 postos de trabalho. Em 2010 chegou em seu melhor desempenho, despencando em 2014.

Evolução do emprego no Alto tietê
20022003200420052006200720082009201020112012201320142015
10.622 6.176 13.724 4.167 11.835 18.406 13.701 4.661 18.684 9.533 9.091 5.887 1.110 -11.409


 

Dezembro
Com saldo de geração de emprego negativo ao longo do ano, a região do Alto Tiete fechou o mês de dezembro com 3.382 vagas de emprego a menos no comparativo com novembro. O cenário é preocupante já que em novembro a região já tinha perdido 1.133 vagas em relação a outubro. Os dados do Caged mostram que todas as cidades do Alto Tietê fecharam mais vagas do que abriram e terminaram o último mês de 2015 com saldo negativo.

Entre contratações e demissões, Mogi das Cruzes foi a cidade com o pior índice em dezembro: saldo negativo em 655. Em seguida está Suzano, com 640; e Itaquaquecetuba, com 495. Também ficaram negativas  Poá (461), Arujá (375), Ferraz (370), Santa Isabel (231), Guararema (113), Biritiba-Mirim (28) e Salesópolis (14).

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