greve (Foto: Julio Cesar Costa)
Os bancários das 37 cidades da região de Campinas (SP) iniciaram à 0h desta terça-feira (6) uma greve para reivindicar reajuste salarial e melhores condições de trabalho. Segundo o sindicato da categoria, a paralisação, que ocorre em todo o país, envolve instituições públicas e privadas.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Campinas e região, Jeferson Boava, informou que os aposentados estão sendo atendidos nas agências bancárias. O movimento esperado nesta terça e quarta (7) nos bancos é grande pois são os últimos dias para que os aposentados recebam os benefícios. "Muitos não usam caixas eletrônicos", diz Boava.
De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), as alternativas para que os clientes possam fazer pagamentos são os caixas eletrônicos dos bancos, páginas dos bancos na internet, aplicativos dos bancos no celular, casas lotéricas e outros estabelecimentos credenciados.
Os bancários reivindicam um reajuste salarial de 16%, maior participação nos lucros das empresas, piso de R$ 3.299,66 e correção nos valores de vale-alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche. Eles pedem também melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas, do assédio moral e das demissões e querem mais contratações.
Além da metrópole, as demais cidades que fazem parte da região de abrangência do Sindicato dos Bancários de Campinas e Região são: Americana (SP), Nova Odessa (SP), Sumaré (SP), Hortolândia (SP), Indaiatuba (SP), Monte Mor (SP), Elias Fausto (SP), Valinhos (SP) Vinhedo (SP), Louveira (SP), Cabreúva (SP), Itatiba (SP), Morungaba (SP), Amparo (SP), Socorro (SP), Serra Negra (SP), Monte Alegre do Sul (SP), Jaguariúna (SP), Pedreira (SP), Paulínia (SP) Engenheiro Coelho (SP), Artur Nogueira (SP), Cosmópolis (SP), Holambra (SP), Santo Antônio de Posse (SP), Mogi Guaçu (SP), Mogi Mirim (SP), Itapira (SP), Águas de Lindóia (SP), Lindóia (SP), Estiva Gerbi (SP), São João da Boa Vista (SP), Águas da Prata (SP), Aguaí (SP), Espirito Santo do Pinhal (SP) e Santo Antonio do Jardim (SP).
Melhores condições
A proposta apresentada pela Febraban, rejeitada em assembleias, oferece reajuste salarial de 5,5%, com piso entre R$ 1.321,26 e R$ 2.560,23. A Federação propôs, ainda, PLR pela regra de 90% do salário mais R$ 1.939,08, limitado a R$ 10.402,22 e parcela adicional (2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.878,16).
Foram também propostos os seguintes benefícios: auxílio-refeição de R$ 27,43, auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta de R$ 454,87,auxílio-creche/babá de R$ 323,84 a R$ 378,56, gratificação de compensador de cheques de R$ 147,11, qualificação profissional de R$ 1.294,49, entre outros.
Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários de Campinas e Região, Jeferson Boava, a categoria rejeitou a proposta oferecida pela Febraban, apresentada durante a quinta rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários, no dia 25 de setembro, em São Paulo, porque ela não repõe a inflação do período, que ficou em 9,88%. A assembleia que decidiu pela paralisação das atividades aconteceu no dia 1º de outubro.
"A proposta feita pelos banqueiros afrontou a categoria, de 5,5% de aumento e R$ 2,5 mil de abono. Gerou nas pessoas um sentimento de não reconhecimento dos trabalhos dos bancários. Isso soou como uma afronta. Queremos o reajuste das nossas verbas e contratação de gente para atender bem", explica.
1º dia de greve
Ainda segundo o sindicato, no primeiro dia de greve, os bancários ficarão na frente das agências orientando as pessoas que procurarem o serviço sobre a paralisação. No entanto, Boava salientou que o atendimento nos caixas eletrônicos não será prejudicado.
O sindicato informou ainda que um balanço com a adesão à greve e o número de agências paradas na região de Campinas deverá ser divulgado no início da tarde.
Ano passado
No ano passado, a categoria também entrou em greve no dia 30 de setembro para pedir reajuste salarial e mais de 141 agências deixaram de funcionar na região de Campinas (SP). Depois de sete dias de paralisação, os trabalhadores voltaram ao trabalho após reajuste de 8,5% nos salários e 9% no piso.