Agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) se envolveram em um tumulto com jovens nas ruas da Vila Nova Cachoeirinha, na Zona Norte de São Paulo. A confusão ocorreu após um evento de funk dentro do Centro Cultural da Juventude, localizado na Avenida Deputado Emílio Carlos.
Parte dos agentes que participaram da represssão estavam vestidos com fardas verdes e foram apontados como do Exército, mas se tratam de equipe da Guarda Ambiental da GCM, de acordo com os organizadores do encontro.
Em nota, a Guarda Civil Metropolitana informou que "ao saber do evento, por meio de patrulhamento, a inspetoria da região destacou duas viaturas para acompanhar os munícipes devido a proximidade de equipamentos municipais."
A confusão aconteceu na saída da apresentação, por volta das 17h. Segundo Ricardo Ponzio, diretor de programas e projetos do Centro Cultural da Juventude, a confusão teria ocorrido quando, já fora do evento, dois jovens tiveram um desentendimento.
“Na saída me relataram que teve um princípio de confusão na porta entre dois jovens que estavam no evento. E aí teve uma reação ostensiva da GCM que gerou todo o tumulto. Alguém que estava na confusão jogou uma pedra e atingiu uma mulher da GCM”, disse o diretor.
A Polícia Militar (PM) informou não ter participado da operação, mas que tem relato de que uma guarda civil metropolitana ficou ferida com uma pedrada.
“Nós não acionamos nem o Exército e nem a PM. A GCM já estava previamente acionada. Não houve nenhum dano ao nosso espaço e nem às pessoas que trabalham aqui", disse o diretor do Centro Cultural.
O G1 estava no local e acompanhou quando guardas da GCM e agentes do Exército usaram cassetetes e bombas de gás para dispersar o grupo. Crianças e até bebês que estavam no local passaram mal com a fumaça.
O evento reuniu mais de mil jovens e adolescentes que assistiram ao show do dançarino Fêzinho Patatyy, famoso por dançar o "Passinho do Romano". Dentro do Centro Cultural, o show transcorreu com tranquilidade. Bebidas foram proibidas. É o quarto evento do tipo no Centro Cultural da Juventude, que é administrado pela Prefeitura de São Paulo.
De acordo com os organizadores, GCM, CET e órgãos públicos responsáveis foram avisados com antecedência do evento. A Polícia Militar (PM) informou não ter participado da segurança do encontro.
Agenda com Fêzinho Patatyy
A apresentação do dançarino estava prevista na agenda oficial do centro cultural, que é mantido pela Secretaria Municipal de Cultura e é uma referência na Zona Norte de São Paulo. O encontro estava previsto para começar às 16h. O evento era considerado livre para todos os públicos e tinha duração de 120 minutos, sem necessidade de retirar ingresso previamente.
O diretor de programas e projetos do Centro Cultural da Juventude, Ricardo Ponzio, explica que o encontro é uma espécie de “rolezinho oficial”. "Foi um movimento espontâneo por parte dos jovens. Passamos a dialogar, e um grupo de jovens passou a organizar o rolezinho aqui. Eles organizavam e a gente oferecia a estrutura e uma atração”, explicou.
“Esse a gente já esperava umas 1200 pessoas, como no último. Por esperamos esse público cumprimos todo o protocolo de evento externo. Fizemos reunião com a GCM, contato com a CET e o Samu. Cumprimos os protocolos legais de organização. Durante o evento não houve nenhuma ocorrência”, explica o diretor.