O paraquedista e piloto de avião Amilton Vieira, de 38 anos, que morreu após chocar-se com um colega durante salto em Boituva (SP), foi levado a Florianópolis (SC) onde será cremado, afirma a funerária responsável pelo transporte no interior de São Paulo. O acidente foi na sexta-feira (12).
em Boituva (Foto: Reprodução/TV TEM)
De acordo com a empresa, o corpo de Vieira saiu do Instituto Médico Legal (IML) de Itapetininga (SP) às 21h30 de sexta-feira. O corpo voltou para Boituva e às 0h deste sábado (13) foi levado ao aeroporto de Sorocaba (SP), onde foi colocado em um helicóptero e levado a Santa Catarina. Ele é velado neste sábado e deve ser cremado no fim da tarde.
Entenda o caso
O acidente aconteceu por volta das 11h30 de sexta-feira, no Centro Nacional de Paraquedismo (CNP) em Boituva, durante salto de um grupo de quatro atletas. Segundo o delegado Carlos Antônio Antunes, o choque entre Vieira e o colega Renê Simenauer, de 41 anos, aconteceu logo após fazerem uma formação de ponta-cabeça, chamada de head down.
Segundo Antunes, que assistiu ao vídeo feito por um dos esportistas, o acidente foi causado porque Simenauer saiu da formação antes do combinado e tentou voltar. Foi quando ele bateu em Vieira. Simenauer, de 41 anos, ficou ferido e está internado no Hospital Santa Catarina, em São Paulo (SP). O estado de saúde não foi informado pelo hospital.
“Os três de ponta-cabeça seguravam um no braço do outro. Até que Simenauer se soltou. Os outros dois também se soltaram em seguida e quando já se distanciavam, Simenauer voltou, colidiu com Vieira. Eles bateram cabeça com cabeça e parecem desmaiar, já que caem rodando”, explica.
As imagens foram analisadas pela polícia e foram enviadas ao Instituto de Criminalística (IC). As duas testemunhas que não se feriram já prestaram depoimento. “Não há previsão se algum dos participantes responderá por algum crime, como homicídio culposo”, completa Antunes.
Posição da Confederação de Paraquedismo
Armando César Montelli, membro do Comitê de Instrução e Segurança (CIS), ligado à Confederação Brasileira de Paraquedismo (CBPq), informou que, além de paraquedistas experientes, os equipamentos são certificados. Ainda segundo ele, um relatório definitivo está sendo confeccionado e deve ser emitido nos próximos dias.
em Boituva (Foto: Reprodução/TV TEM)
"Após o acidente, membros do CIS tiveram acesso aos equipamentos utilizados e às imagens em vídeo do salto. Após análise preliminar, observou-se que os paraquedistas realizavam um salto habitual, com deslocamento em alta velocidade, quando acidentalmente se chocaram em queda livre. Ambos perderam a consciência imediatamente, sendo os paraquedas abertos automaticamente por um dispositivo específico e obrigatório no Brasil. Infelizmente, um deles não resistiu a gravidade do choque, tendo o outro sofrido apenas ferimentos leves", informou Armando.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) informou que houve notificação do acidente com o paraquedista e um funcionário do órgão foi ao CNP. Em caso de irregularidades, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) será informada.