Vítimas de afogamento em São Marcos (RS): João Filipe Baptista, de Angola, e Ernst Saint Jaques, do Haiti — Foto: Reprodução/Facebook
Dois homens morreram afogados, na tarde do domingo (17), em uma cachoeira no interior de São Marcos, na Serra do Rio Grande do Sul. As vítimas foram identificadas como João Ukuma Filipe Baptista, de 25 anos, natural de Angola, e Ernst Saint-Jaques, de 22 anos, do Haiti – ambos estudantes universitários em Caxias do Sul.
Segundo o jornal Pioneiro, do Grupo RBS, as vítimas estavam no Rio São Marcos com um grupo de amigos quando ocorreu o acidente. Um dos homens conseguiu ser retirado das águas, enquanto o outro foi resgatado quando os bombeiros chegaram. Os estudantes chegaram a receber os primeiros socorros no local, mas não resistiram.
De acordo com os bombeiros, não há salva-vidas no local. Uma equipe do Samu também atendeu a ocorrência.
Quem são as vítimas
Estudante de enfermagem, Baptista chegou ao Brasil em março. A reportagem apurou que o jovem fez parte de um programa de intercâmbio da Universidade de Caxias do Sul (UCS) e trabalhou no Hospital Geral, mantido pela instituição.
Em agosto, publicou nas redes sociais um vídeo comemorando seu aniversário ao lado de outros estudantes estrangeiros. "Primeiro aniversário longe de casa não é fácil (...) obrigado 'my new family' ['minha nova família' em inglês] e todos vocês que fizeram esse dia especial para mim", escreveu.
Após a notícia da morte, amigos publicaram homenagens a Baptista na internet. Um deles, Tomás Tchassola, disse ao g1 que estava em contato com parentes da vítima em Luanda, capital angolana, cidade natal do estudante. "Meu amigo irmão Baptista, essa notícia de morte é pesada pra mim", lamentou Tomás.
Integrantes da Associação dos Angolanos e Amigos no Estado do Rio Grande do Sul (AAARS) também estavam em busca de familiares de Baptista.
Já Saint-Jaques era natural de Petite Rivière de l'Artibonite, localidade a 117 km de Porto Príncipe, capital haitiana. A publicação mais recente do estudante em uma rede social informava seu ingresso na Universidade de Caxias do Sul (UCS).
O estudante se descrevia como alguém que gostava de trabalhar com o público e "vocacionado pela área de idiomas", sendo fluente em crioulo e com conhecimento de francês, inglês e português.
O g1 entrou em contato com a UCS, que disse "aguardar a conclusão dos trâmites legais" para prestar informações.