O corte de verbas pela União neste ano preocupa professores e estudantes de universidades federais do Rio Grande do Sul. O temor é que a queda seja ainda maior em 2017, como mostra o RBS Notícias (veja vídeo acima).
Em Santa Rosa, no Noroeste do estado, o corte de verbas foi de 45% no Instituto Federal Farroupilha. Ao todo são R$ 600 a menos no orçamento. Para economizar, a direção apagou até a luz dos corredores.
pelos cortes (Foto: Reprodução/RBS TV)
Em Uruguaiana, na Fronteira Oeste, a situação se repete. O curso de medicina, por exemplo, deveria receber este ano R$ 5 milhões de investimento.
Entretanto, até agora apenas R$ 1 milhão foram repassados. O diretor da Unipampa de Uruguaiana, João Cléber de Andrade, observa que todas as obras que estavam em andamento foram paradas pela falta de recursos.
"A nossa preocupação é de que estes ambientes não fiquem expostos ao tempo, porque depois eles vão ser degradados e, consequentemente, deverá ser feito um novo processo, para uma nova reforma, para uma nova construção", pondera o diretor.
Mais de 30 prédios em construção aguardam recursos na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), na Região Central do estado. O orçamento previsto era de R$ 160 milhões, mas os cortes já alcançam R$ 56 milhões.
Além disso, na pós-graduação 75% das bolsas de pesquisa já foram cortadas neste ano. E na graduação, há um temor entre os professores de que, no próximo ano, podem faltar até materiais básicos para as aulas práticas nos laboratórios. Há 30 mil alunos em três campi.
"Toda parte administrativa foi feita, contratação de empresas, ou mesmo pregão, prevendo compras para o ano que vem sendo foi feito, agora basta saber se tem recurso para o pleno funcionamento", observa o chefe do departamento de química da UFSM, Neri Paniz.
O reitor da UFSM, Paulo Burmann, diz que agora a trabalho é "sensibilizar" os parlamentares "Para que no Congresso Nacional recomponham essa lei orçamentária para as universidades." No campus da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), em Erechim, os repasses caíram quase 30%. A direção já cortou terceirizados, serviços de manutenção e até a compra de livros.
Cortes ocorrem em gestão de Dilma, diz MEC
Em nota, o Ministério da Educação informou que o orçamento total da pasta sofreu um corte feito na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff e que o governo de michel temer conseguiu recuperar boa parte do dinheiro.
Com isso, o MEC afirma ainda que a atual gestão regularizou os repasses e está retomando as obras paralisadas. Para o orçamento de 2017, o Ministério vai manter os mesmos valores deste ano para investimento. E vai aumentar em R$ 568 milhões as despesas de custeio para universidades e institutos federais.