20/08/2016 23h06 - Atualizado em 20/08/2016 23h07

Após atrasos em obras, vidraça de construtora é quebrada em Erechim

Caminhonete da empresa também foi incendiada; polícia investiga.
Obras estão atrasadas há dois anos; construtora culpa inadimplentes.

Do G1 RS

Uma construtora que está com obras atrasadas há mais de dois anos em Erechim, no Norte do Rio Grande do Sul, teve a fachada de vidro quebrada nesta semana. Além disso, uma caminhonete da empresa foi incendiada. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, como mostra o Jornal do Almoço (veja vídeo acima).

Os apartamentos deveriam ser entregues em 2014, entretanto, continuam inacabados. Na tentativa de evitar mais desperdício de tempo e dinheiro, os futuros donos se juntaram para continuar a construção. Só que a construtora entrou com um pedido de recuperação judicial por causa de problemas financeiros e a obra foi embargada.

Vidraça foi quebrada após atrasos em obras de construtora (Foto: Reprodução/RBS TV)Vidraça foi quebrada após atrasos em obras de
construtora (Foto: Reprodução/RBS TV)

O advogado do proprietário da construtora André Longo disse que o atraso ocorre por "inadimplência" de alguns compradores e da crise financeira no setor da construção civil. "É muito importante que qualquer pagamento seja feito em juízo, com o conhecimento do administrador judicial, para as pessoas não terem ainda mais prejuízos."

A diarista Leuci Cirlei Scangatta, junto com sua irmã Regina, vendeu a casa para pagar um apartamento na planta. E desde 2012, cada centavo do trabalho como diarista foi usado para quitar o valor do imóvel.

"Seria uma coisa que eu não precisaria estar mais gastando. Eu poderia ter meu apartamento para morar e eu tenho que pagar aluguel até hoje. Espero que a justiça seja feita e que nós consigamos ficar com nosso apartamento e entrar para morar", espera Leuci.

A agente educacional Patrícia Menegolla também está na mesma situação. "Ele disse que entregaria três apartamentos em troca do terreno, pagaria o nosso aluguel e, em caso de atraso, teria um multa de R$ 1 mil por mês. (...) Primeiro que ele deixou de pagar o aluguel, em janeiro ele ainda pagou, a partir de fevereiro ele não pagou mais nada. A multa contratual ele nunca quitou."

A aposentada Edviges Simonetto está inconformada com a situação. "Estou muito depressiva, porque foi investido aí o dinheiro da venda da nossa terra, da nossa colônia no interior (...) A gente não esttá aqui pedindo nem favor e nem esmola. Nós queremos o que é nosso de direito e que foi pago."

 

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